sábado, 9 de abril de 2011

1ª Mostra Dragão do Mar de Arte e Cultura - Canoa Quebrada 2011

O “1ª Mostra Dragão do Mar de Arte e Cultura de Canoa Quebrada” é uma iniciativa da Associação Cultural Canoa Criança e do Conselho Comunitário de Canoa Quebrada que será realizado no período de 11 a 16 de Abril 2011 no Pólo de Lazer de Canoa Quebrada, no Circo Escola da Associação Cultural Canoa Criança e na tenda armada ao lado do Pólo de Lazer no espaço onde hoje funciona um estacionamento. 


Haverá a promoção de intercâmbio artístico/cultural com apresentações artísticas de circo, cortejo cultural pela rua principal de Canoa (Broadway), dança, teatro, música, roda de capoeira, exposição de fotos antigas e de quadros de artistas locais, projeção de filmes e vídeos produzidos pelos jovens da Comunidade, oficinas de dança, teatro (mímicas), técnicas circenses, noite de autógrafo de escritores locais.

Ziraldo entrevista a escritora cearense Socorro Acioli

Beatriz, Ziraldo e a escritoa Socorro Acioli.

A escritora cearense Socorro Acioli, nome hoje dos mais respeitados nacionalmente em matéria de literatura infantil. foi entrevista pelo cartunista Ziraldo, em seu programa “ABZ do Ziraldo”, exibido pela TV Brasil. Foi no último dia 27, no Rio de Janeiro.

Foto: Divulgação
“Fui recebida com todo carinho por esse grande autor e ilustrador, de quem sou fã. Conversamos sobre os livros publicados, a carreira, planos para o futuro – em especial, sobre a adaptação do meu romance “A bailarina fantasma” para o cinema”, contou para o Blog a escritora.

DETALHE – A entrevista será exibida em meados de junho pelo Canal Brasil.

Música boa? Bora!

O compositor, escritor, teatrólogo cearense Alan Mendonça é uma espécie de porta-vozdo Bora! Ceará Autoral Criativo. O coletivo de artistas da música alencarina existe desde 2010 e vem movimentando a cena cultural com apresentações das canções feitas pelos próprios integrantes do movimento

Surgido em 2010, o coletivo Bora! Ceará Autoral Criativo tem como um de seus protagonistas o produtor Alan Mendonça. Ele arregimenta os artistas para inúmeras apresentações, desde o surgimento do grupo, em espaços públicos e privados. Merecem destaque os projetos "Quanto Vale Uma Canção?" e "Um Mais Um Mais Que Dois". Além deles, implementa também, um encontro mensal da galera, realizado no Passeio Público, sempre nos terceiros domingos de cada mês, totalmente custeado pelo Bora!.

A dupla Johnson Soares e João Pirambu: artistas de várias vertentes promovem encontros de diferentes gerações e estéticas, puxados pelo coletivo Bora!
Produções
Sobre as ações promovidas pelo Bora! Ceará Autoral Criativo, Alan Mendonça faz um balanço das atividades que o coletivo artístico já realizou, desde o início de sua atuação. "Ao meu ver, a maior intervenção que o Bora! produziu neste período de um ano de existência foi a de facilitar, mediar, encontros, bons encontros, entre compositores, músicos e intérpretes, dessa nova geração de artistas cearenses, e destes artistas com artistas de gerações anteriores. Assim, discutimos ações por ideias básicas sobre nossa música autoral, ideias estas que vão fazendo acordar os mortos e sambar os vivos, mas que, principalmente, faz gerar um raciocínio produtivo agregador que vem sendo o motor dessa história toda".

Alan mendonça: "Os editais a nível municipal e estadual não suportam financeiramente alguns pontos da produção que acabam sendo realizados de uma forma provinciana"
FOTO: THIAGO GASPAR
No que se refere ao processo de integração para os artistas que ainda não são alinhados ao Bora! mas querem se integrar ao coletivo, Alan revela quais as condições para participar. "É só querer chegar e descobrir a sua porta de entrada, descobrir qual é a sua função. Não propriamente dentro de um coletivo que vai se formando constantemente, mas descobrir a função de cada um dentro do fazer musical cearense. Se há esse desejo dentro de qualquer um que trabalha com música em nossa cidade, no Estado, e se há a disponibilidade para o diálogo e para a construção coletiva de intervenções musicais, então somos companheiros, carentes apenas (e ainda) da convivência produtiva", instiga.

"Nós temos um grupo presencial (como que um núcleo) de umas quinze pessoas, mas o Bora! não é só isso. O coletivo é muito mais do que essas quinze almas bem intencionadas que gastam seus tempos e neurônios a pensar intervenções musicais em nossa cidade", explica Alan Mendonça, quando questionado a respeito do número de integrantes do grupo. "Essas pessoas são as que se reúnem com frequência, mas o Bora! também abre suas janelas e portas para os transeuntes de nossa música, os que sempre estão de passagem, mas que sempre dão o ar da graça e ajudam a construir tudo isso".

Parcerias
Quando questionado sobre O Bora! participar de algum edital público de governos, municipal, estadual ou federal, Alan Mendonça disse que o único projeto aprovado em edital com o nome do coletivo foi o da Mostra Bora!, evento que acontecerá este ano na Praça do Ferreira, com três dias de shows gratuitos envolvendo os membros do coletivo. O grupo lançou, no ano passado, a acoletânea " Bora! Ceará Autoral Criativo". "Essa mostra será gravada e, posteriormente, vamos lançar um CD ao vivo, com os mesmos integrantes da nossa coletânea. Todos interpretaram canções diferentes, mas de seus respectivos repertórios"

Isso não impede que os artistas integrantes do coletivo participem de projetos da lei de incentivo "Foram aprovados alguns projetos individuais de membros, tanto em nível estadual quanto municipal. Assim, muito em breve, teremos o CD do Daniel Sombra com Vitor Duarte, o do Davi Silvino, o do Wilton Matos, os discos do Lifanco e do Ermano Morais (ambos artistas da região do Cariri cearense), além do segundo álbum do Marco Leonel Fukuda e um novo trabalho da Marta Aurélia. Também teremos um da Aparecida Silvino, interpretando canções do Eugênio Leandro, e outro de canções minhas, em parceria com Rogério Franco, interpretadas por Rodger Rogério e Téti. Em termos de editais de shows para preenchimento das programações dos centros culturais, aprovamos alguns no Banco do Nordeste e no Dragão do Mar".

Críticas
Fazendo uma avaliação das políticas públicas dos governos, municipal, estadual e federal, Alan Mendonça conta que o único prêmio federal conquistado foi o de Sílvia Colares, atualmente em processo de captação. "Acho que deveríamos investir mais tempo visando às possibilidades nacionais, tanto por que são mais abrangentes e com oportunidades de captação de recursos mais condizente com o fazer profissional das atividades artísticas", avalia.

Em âmbito local, Alan Mendonça não poupa críticas aos projetos públicos. "Nós que seguimos a linha do autoral em nosso estado não somos bem compensados no aspecto financeiro. Seguimos sempre aos trancos e barrancos e sendo o que Deus quiser e o diabo permitir, no ´Auto da Desarrumada e Desgovernada Cultura Cearense´. Os editais a nível municipal e estadual não suportam financeiramente alguns pontos da produção que acabam sendo realizados de uma forma provinciana".

O compositor cearense segue com críticas aos projetos públicos. "Estranho é imaginar que quem concebeu os valores empregados nesses editais desconhece as etapas do processo ou, simplesmente, as desconsiderou financeiramente de forma arbitrária. Mais estranho ainda é perceber que as políticas públicas dessas instâncias se escondem na falsa imagem de democracia, presente na política de editais, e, praticamente, se anulam do pensar cotidiano do fazer cultural, que deveria ser regido por visões estratégicas e de construção de uma cidade e de um estado mais forte culturalmente e não como entrepostos de forasteiros culturais. A maior parte de nossas políticas públicas de cultura nada mais é do que o cacique entregando as riquezas da tribo aos ´estrangeiros´ de passagem rápida por nossa aldeia", alfineta.

CDs do Bora!
Alan Mendonça faz uma listagem dos CDs lançados pelo coletivo artístico de Fortaleza, os discos com a marca Bora!, todos pela Radiadora Cultural foram os seguintes: ´Mãe´, de Aparecida Silvino; ´Nascente´, de Marco Leonel Fukuda; ´Bora!´, do Ceará Autoral Criativo; ´Loas´, do Maracatu Az de Ouro; ´A casa é sua´, de Caio Castelo, Felipe Breier, Joyce Custódio, Lia Veras e Wilton Matos; ´Cântaros e Quartinhas´, de Cântaro e Água de Quartinha, e ´Entre a lona e picadeiro´, de Ayrton Pessoa, Carlos Hardy, Fabrício da Rocha, Marco Leonel Fukuda e Rafael Viera.

Para os lançamentos dos discos, o Bora! Ceará Autoral Criativo e os artistas do coletivo tiveram apoio de pessoas e entidades como a Paróquia do Cristo Rei, a Casa de Música, a Imagem.Som, o SESC, o Compasso Estúdio, do Daniel Alencar. Todos os CDs são produtos do Bora! com o Radiadora Cultural e Alan Mendonça explica como funciona a parceria. "A Radiadora Cultural é um selo musical com foco na veiculação da música cearense. Neste contexto, há o encontro com as ideias do Bora! e esse caminhar junto acaba sendo natural e construtivo. As duas "instituições" são parceiras, todavia, independentes. Esse encontro vem dando certo, gerando e realizando todos esses projetos e muitos outros que estão por vir", detalha o agitador cultural do Bora!.

PRÓXIMAS AÇÕES

Domingo - Às 18h, no Auditório do Dragão do Mar. Show " Dança dos Sonhos", com Joyce Custódio. Ingressos: R$ 2 / R$ 1

13/04 - Às 20h , no Sabor & Tom Restô. Projeto A Gente Não Quer Só Comida. Show "Nascente", com Marco Leonel Fukuda. Ingresso: R$ 4

15/04 - Às 19h, no Sesc Iracema. Projeto Um Mais Um Mais Que Dois. Shows das bandas " Eletrocactus" e "Renegados". Ingressos: R$ 6 e R$ 3

17/04 - Às 16h, no Passeio Público. Projeto Ensaio Aberto. Show "Enquanto a Cidade Dorme", com Felipe Breier, Lenine Rodrigues e Alan Mendonça + canjões. Gratuito

20/04 - Às 20h, no Sabor & Tom Restô. Projeto A Gente Não Quer Só Comida. Show "Enfim Nós", com Comparsas da Vivenda. Ingressos: R$ 4

NELSON AUGUSTO
 REPÓRTER

A maior exposição do artista plástico cearense Vando Figueirêdo é apresentada no Espaço Cultural Correios

O Espaço Cultural Correios (Rua Senador Alencar, 38) apresenta de 08 de março a 21 de maio a exposição Panorâmica, do artista plástico cearense Vando Figueirêdo, que comemora os 23 anos de carreira e sua 27ª exposição individual.


Fonte: Blog do Campelo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cantadores de praia


Eles não são levados a sério por ninguém: nem pelos próprios colegas de profissão, nem pelos admiradores da cantoria de viola nordestina. Chegam a “encher o saco” dos banhistas que no final de semana vão pegar um bronze na praia, entornar uma loira suada, ou uma cachacinha com peixe frito nas praias da capital e do litoral de Pernambuco. São chamados - Cantadores de Praia. Aliás, a maioria dos banhistas bronzeados não gosta desse tipo de artista relacionado à cultura do povo, preconceituosamente chamados “ratos de praia” por não estar de braços com a mídia, e nem fazer parte da novela das oito. Mas, não fica só por aí.

Os próprios colegas de profissão não têm simpatia pelos divulgadores de “versos decorados”. Não é bem assim. Apesar deles em certo momento encherem realmente o nosso saco, com o atenuante de venderem falsos produtos, esses cantadores fazem um esforço tremendo para complementar seus parcos salários, exercendo a profissão de cortadores de cana, de modo que, nos finais de semana eles migram para o Recife e se espalham pelas praias, ruas e restaurantes da capital com as violas à tira colo, em busca de um complemento que lhes garantam o sustento da família. 

Na verdade, não existem cantadores de viola (no caso de Pernambuco), somente na região do Pajeú, mas nas cidades de: Carpina, Limoeiro, Camutanga, Cumaru, Glória do Goitá, Aliança, todas da Mata Norte. Eles compõem um bloco de cantadores nativos, que promovem Festivais de Viola, na medida deles, para a comunidade deles. Comunidade que já é familiarizada com o improviso dos seus nativos brincantes e mestres de maracatus, com suas – Sambadas. Alguns cantadores são funcionários das prefeituras da região. Estes engrossam o cordão para a realização dos Festivais.

Os cantadores de praia são credenciados no momento em que uma boa parte pertence a - Associação de Poetas Repentistas de Olinda, mas nem por isso deixam de ser discriminados por aqueles que se consideram os donos do improviso. Eles dificilmente são chamados a participar de Congressos de Cantadores, sendo também incomum a participação de mulheres repentistas nestes mesmos congressos, onde os participantes, são legitimados pelos ouvintes, têm um poder aquisitivo bastante considerável, e renda mensal superior a determinados gestores. Isso é verdade.

Tem um grupo seleto de cantadores, principalmente aqueles que rodam as premiações entre si, obtendo a primeira ou a sexta premiação que levam uma vida privilegiada, e com todo o direito. São artistas de primeira, e merecem sim. Mas, nem todo jogador de futebol é Romário. Os demais jogam também, têm famílias pra sustentar, e o espaço dá para todos. Mas, dizer que existe solidariedade entre eles, aí, são outros quinhentos.

A visão política, social e cultural do País, é privilégio de poucos cantadores. Isso é uma coisa, tirar lama do porão é outra. O cantador - José Rosa, mais ou menos 70, funcionário da Prefeitura de Aliança, promoveu vários encontros de cantadores de pequeno porte. Isso significa muito. A comunidade da região já possui uma visão prática de versos de improviso porque conhece os seus conterrâneos que lidam com as Sambadas, com a musicalidade ritmada, e cadenciada através de seus brincantes, mestres de maracatus.  É uma região rica, privilegiada.

Não é de graça, que artista do nível de Siba Veloso resolva residir por um bom tempo junto aos brincantes e mestres de maracatus, em Nazaré da Mata, com a responsabilidade de difundi-los para o mundo, como o fez. Não é de graça que um artista, poeta e compositor da magnitude de Jorge Mautner, venha lançar seus discos diretamente com os mestres e parceiros de maracatus, lá em Nazaré da Mata.

É uma pena que as autoridades no assunto, e do Estado, que têm a chave do poder, não oportunizem uma interligação entre essas culturas de regiões diferentes, embora que dentro do próprio Estado, para que eles se fortaleçam, e exportem esse riquíssimo acervo cultural de tamanha grandeza. Isso na Europa teria com certeza um tratamento bastante diferenciado.  O Pajeú é um local muito rico dentro desses princípios, todavia, está longe do poder, da mídia, das decisões. Então, por que não fundir essas duas culturas para o crescimento poético, cultural e turístico do Estado? 

O poeta Jaime (não tivemos mais noticias), nessas alturas com mais ou menos 70  anos de vida, resolveu deixar a cidade de Limoeiro, para residir e exercer a profissão de cantador  em Recife. A explicação dele é pertinente, e tem procedência, justo que um homem de idade avançada não pode mais ir, e vir com regularidade, seu lombo não mais permite esse esforço. Além do mais, a mixaria por ele captada nas praias, mal dava para pagar uma pensão plano C, porque subtraia o dinheirinho que ganhara com a viola em punho. É ou não sério, um cidadão dessa idade ainda cantando.

Uma característica dos cantadores de praia é sem dúvida, o “balaio” (cantar versos decorados). Inegável na medida em que eles vendem um falso produto, e prejudicam os que de fato improvisam. Então, a impressão que fica no ouvinte a respeito desses cantadores, é que eles na verdade, enchem o saco, com os seus pinicados de viola, no ouvido do cara, que nem pinicado é. Todavia, eles têm todo o direito de batalhar o seu rango. Continuo dizendo. Agora, tem cantador de viola no Estado,  fora do Pajeú, os da própria Mata Norte que se garantem na cantoria. Dispomos de vários nomes, não os citamos porque poderia deixar de lado alguém por esquecimento, e não é bom.

Aliás, poderemos citar um que contempla o nosso raciocínio, e também pela particularidade do caso. Trata-se de - José Galdino, acredito ser ele de Carpina.   É cantador e ao mesmo tempo “brincante”, mas a viola e o repente hoje, parecem ser sua opção de vida mais imediata. Como é necessário dizer que o cantador de viola tem lá seus balaios, e não importa a região, do famoso ao mais fraco. Principalmente quando lhes vem o cansaço, a falta de inspiração, a cantoria morgada, um mote ruim. Aí, é a hora de se empurrar um balaizinho, que “ninguém é de ferro”.



Fonte: Jornal da Besta Fubana

A poeira do Beco

Histórias e memórias do Beco da Poeira são reconstituídas em texto e imagem, no livro lançado, hoje, pela repórter do Diário do Nordeste, Mayara de Araújo

Histórias de vida: em livro de estreia, jornalista Mayara de Araújo reconstitui a acidentada trajetória do famoso Beco da Poeira, enquanto registra vivências e conflitos de seus personagens
É comum ouvir críticas ao Centro de Fortaleza e raríssimo encontrar quem não torça o nariz diante da iminente possibilidade de adentrar aquelas cento e poucas ruas estreitas, lotadas, desniveladas, quentes, sem falar no trânsito caótico, claro. Mas, esse cenário tão facilmente pintado com as cores do susto, faz lembrar o dizer dos antigos, que afirmavam: "Quer conhecer o mundo? Conheça o Centro da cidade onde você mora". Pode até ser que haja certo exagero na "tese", mas que no Centro de Fortaleza tem de um tudo, ah, isso tem.

Tem tanto, que a jornalista Mayara de Araújo, que lança hoje o livro "Histórias de Beco - Quando a poeira assenta, entrevemos rostos, punhos e corações", chega para colaborar, através da pesquisa acadêmica, com mais um capítulo emblemático da novela que vem se desenrolando, há pelo menos 20 anos, no Centro Comercial de Vendas Ambulantes: o popular, famoso e controvertido Beco da Poeira.

Reconstituição
A publicação, que será mostrada ao público logo mais às 19h, no Museu de Artes da Universidade Federal do Ceará (Mauc - UFC), vem em formato de livro-reportagem. O trabalho foi o vencedor do Prêmio Expocom Regional e Nacional da Intercom de 2010, da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. O "Histórias de Beco" também foi contemplado com o Edital Prêmio Literário de Autores Cearenses, da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. Além de trazer registrado o que deveria ter sido o derradeiro instante de uma das maiores feiras informais de Fortaleza, situada ali, entre a Praça José de Alencar e Praça da Lagoinha, utilizando linguagens da crônica, conto, jornalismo, fotografia e ilustração, o livro traz, ainda, esclarecedoras entrevistas, com dois dos principais atores envolvidos nessa trama: Michael Mesquita, Secretário Executivo da Associação Profissional do Comércio de Vendedores Ambulantes [Trabalhadores Autônomos] do Estado do Ceará (Aprovace), e Luiza Perdigão, Secretária Executiva da Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor).

"Durante quatro meses, percorri os 22 corredores do Beco, com a finalidade de reportar estrutura, rotina, lembranças e a negociação em torno da transferência dos permissionários para outra sede. O período histórico do livro vai de 1984 a 1991, ano em que o então prefeito Juraci Magalhães funda oficialmente o Beco da Poeira. Há 20 anos, eles já sabiam que o lugar, no futuro, receberia a Estação Lagoinha do Metrofor, o projeto do metrô de Fortaleza", diz a autora.

Tendo que concluir o livro, e com a mudança do Beco da Poeira para antiga tecelagem Thomaz Pompeu, na avenida Imperador, e/ou para o esqueleto da Tristão Gonçalves, em pleno andamento, a jornalista buscou compor a pesquisa indo a favor do tempo.

"Depois de 1991, a história do livro dá um salto para 2009, período em que foram feitas as crônicas. Juntamente com o professor Agostinho Gósson (do curso doe Jornalismo da UFC), orientador no projeto de conclusão de curso, criamos um personagem fictício, que é chamado na história de ´Camelô´. Ele passa por situações que estão registradas nos jornais, por exemplo, tem um dia que ele vai fazer o cadastramento, isso lá em 1987, para conseguir uma vaga no verão, e passa horas na fila, adoece. E os jornais na época registraram: ´O José de Alencar e adjacências estavam tomados por um odor bolorento e putrefato´. Dizem que o serviço de cadastramento estava lento, que eram mais de 500 pessoas esperando. O personagem Camelô está inserido nesse espaço", explica a jornalista.

Ilustrações
Quem for ao Museu de Artes da UFC logo mais à noite, além de participar do coquetel de lançamento, terá oportunidade de conhecer as 30 ilustrações publicadas no livro. As imagens foram feitas pela própria jornalista, em preto e branco, papel couchê, no tamanho A3 e trabalhadas em nanquim aguado, inspiradas na obra do artista cearense Descartes Gadelha.

"A intenção era experimentar diversos formatos, diversas linguagens. O lugar pedia tudo e foi importante vislumbrar aquele espaço com todas as minhas habilidades. Às vezes, a ilustração falou melhor que o texto. Há, também, as citações, falas de pessoas que estiveram no Beco da Poeira desde o começo. Uni as matérias de jornais, com a vida dessas pessoas. Essa semana fui ao Beco e procurei algumas que estão no livro, como dona Paulinha, dona Sula, dona Conceição, dona Gorete. As duas primeiras não estão mais lá, dona Conceição, já com 93 anos, faleceu, e a última, foi para o esqueleto da Tristão Gonçalves", conta.

Ainda sem soluções definitivas, Mayara de Araújo garante que foi uma experiência ímpar contribuir com o registro de um período da história do Centro da cidade de Fortaleza. História que, pelo andar da carruagem, ainda pode render muitas publicações.

"Hoje, a maioria das pessoas que foi para o novo Beco, diz que a estrutura é melhor, mas lamenta que as vendas pioraram. Tanto porque fecham mais cedo, ou dizem que os clientes não vão até lá, ou porque, agora, concorrem com o pessoal que ficou no Beco, que continua vendendo baratinho. Muita gente saiu, mas a Praça José de Alencar continua lotada. Aliás, também está lotado o esqueleto da Tristão Gonçalves, sem falar no entorno da Catedral, onde temos o ´Buraco da Gia´ e a rua José Avelino. Continua tudo como antes. Agora é esperar para ver quando, de fato, chegar o Metrofor", diz.

REPORTAGEM 
Histórias de Beco Mayara de AraújoEXPRESSÃO GRÁFICA, 2011, 184 PÁGINAS ,R$ 20Lançamento às 19h, no Museu de Artes da UFC (, Av. da Universidade, 2854).
Contato: (85) 8738.8656

NATERCIA ROCHA
 REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

História do Cordel

Na época dos povos conquistadores greco-romanos, fenícios, cartagineses, saxões, etc, a literatura de cordel já existia, tendo chegado à Península Ibérica (Portugal e Espanha) por volta do século XVI. Na Península a literatura de cordel recebeu os nomes de "pliegos sueltos" (Espanha) e "folhas soltas" ou "volantes" (Portugal). Florescente, principalmente, na área que se estende da Bahia ao Maranhão esta maravilhosa manifestação da inteligência brasileira merecerá no futuro, um estudo mais profundo e criterioso de suas peculiaridades particulares.
O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899:

"Esta peleja que fiz
não foi por mim inventada,
um velho daquela época
a tem ainda gravada
minhas aqui são as rimas
exceto elas, mais nada."
   
Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados do Nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é "Por que exatamente no nordeste?". A resposta não está distante do raciocínio livre nem dos domínios da razão. Como é sabido, a primeira capital da nação foi Salvador, ponto de convergência natural de todas as culturas, permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro.

Na indagação dos pesquisadores no entanto há lógica, porque os poetas de bancada ou de gabinete, como ficaram conhecidos os autores da literatura de cordel, demoraram a emergir do seio bom da terra natal. Mais tarde, por volta de 1750 é que apareceram os primeiros vates da literatura de cordel oral. Engatinhando e sem nome, depois de relativo longo período, a literatura de cordel recebeu o batismo de poesia popular.

Foram esses bardos do improviso os precursores da literatura de cordel escrita. Os registros são muito vagos, sem consistência confiável, de repentistas ou violeiros antes de Manoel Riachão ou Mergulhão, mas Leandro Gomes de Barros, nascido no dia 19 de novembro de 1865, teria escrito a peleja de Manoel Riachão com o Diabo, em fins do século passado.

Sua afirmação, na última estrofe desta peleja (ver em detalhe) é um rico documento, pois evidencia a não contemporaneidade do Riachão com o rei dos autores da literatura de cordel. Ele nos dá um amplo sentido de longa distância ao afirmar: "Um velho daquela época a tem ainda gravada".


A simplicidade da contagiante literatura de cordel


O Brasil possui uma riqueza cultural inestimável. Disso, ninguém duvida! No entanto, muitas culturas encontradas na imensidão territorial brasileira não são, originalmente, do nosso povo. A literatura de cordel é um dos interessantes exemplos. Vinda de Portugal, ela é bastante praticada na região nordeste do Brasil. De lá, surgiram os principais artistas nacionais.

A literatura de cordel é um poema popular cantado, inserido em folheto rústico e colocado em varal de corda para ser vendido. Porém, no nordeste brasileiro a cultura de pendurar os poemas em barbantes não é perdurou. Mas eles continuam sendo elaborados e comercializados. Alguns folhetos possuem até gravuras, ilustrados com xilogravura.

Os poemas possui um texto rimado e as estrofes mais frequentes são aquelas que apresentam 10, 8 ou 6 versos. Os cantores da literatura de cordel são conhecidos pelo nome de cordelistas. Eles recitam o texto com uma cadenciada melodia, acompanhados pelo som da viola. Alguns cordelistas as vezes se empolgam na cantoria para, assim, conquistar os possíveis compradores de literatura de cordel. Algum já te conquistou? Você já comprou algum poema em folheto? O que achou?



Fonte: Cultura Digital Kátia Rabelo

O Resgate da Literatura de Cordel

A arte literária é fundamental na cultura civilizada. Quando se fala em literatura vem logo à mente os “clássicos” e seus escritores que escrevem livros complexos, que muitas vezes ninguém praticamente consegue decifrar, tornando-os inacessíveis às populações menos escolarizadas. Entretanto, a literatura pode se manifestar de outras formas como, por exemplo, a literatura popular “aquela feita pelo povo”, a parte economicamente menos favorecida de todos os tempos, que muitas vezes não usa a escrita para representar a sua arte verbal. Sendo assim, ela pode ser chamada de literatura oral ou ainda de tradicional, pois suas histórias não são esquecidas, mas repassadas de boca em boca, de geração a geração.

Nesse contexto, se faz importante apresentar outra forma de expressão literária, que na verdade é a junção das três acima citadas: a Literatura de Cordel, uma espécie de poesia narrativa, popular que iniciou de forma oral na Península Ibérica, passando por vários países, inclusive Portugal e se implantou no Brasil. A Literatura de Cordel, desde sua origem até a atualidade, percorreu um longo caminho. Com muita luta conseguiu romper a lei do silêncio nas casas de fazendas e nas senzalas, com seus cantadores e violeiros, posteriormente impressos, chegou às cidades e comoveu a todos, inclusive a classe média, emocionou os apaixonados e despertou o interesse de pesquisadores estrangeiros para estudá-la. Essa é a mesma literatura que soube sobreviver, mesmo nos momentos mais trágicos vividos no país. Apesar das perdas soube superá-las e sorrir com os momentos de alegria e de emoção.

Este trabalho foi baseado em pesquisas bibliográficas, com leitura de renomados autores conhecedores sobre a Literatura de Cordel. Propõe-se a verificação analógica das teorias, bem como tecer comentários a cerca do assunto abordado.

Confira artigo completo:  O resgate da literatura de cordel. 
 

Ivonete Barros de Sousa
Professora da rede estadual de ensino do Piauí.Graduada em Letras/Português, especialista em Metodologia da Língua Portuguesa,graduanda de Letras/ Espanhol.


Abra a janela...

Abra a porta
Basta uma flexa pra entrar estrelas
Abra as mãos para segurar as minha
Abra esse sorriso cristalino
Que ilunina seu rosto e o meu
Abra o coração
Deixa o sonho acontecer
Abra a porta pra solidão sair
Pro sonho habitar outra vez
Abra os olhos
Para que a beleza possa se refletir dentro deles
Abra sua alma
Para o amor outra vez
Abra seus braços
Para abraçar a esperança
Abrace-me...
Eu ainda estou esperando
Aquele abraço que ficou no ar.

Tereza Maria,professora de Sociologia da E.E.F.M. Carminha Vasconcelos da cidade de Morrinhos-Ce

Fonte: Blog da Tereza Maria

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Gênero ganha a grade televisiva

No fim dos anos 90, mesmo com a força e o alcance do forró, ainda havia muito preconceito para com o gênero, ainda mais quando a intenção era divulgar o trabalho pela televisão. As emissoras brasileiras pouco ou nunca davam espaço para o estilo musical nascido no Nordeste. Nesse contexto, a TV Diário foi a parceira fundamental para que o forró ganhasse o Brasil, até porque a própria emissora nascia com a proposta de levar a cultura Nordestina para todo o País. "Essa união com o forró deu-se pela vocação da TV em mostrar o que há de melhor na cultura local, aliada à carga genética do forró que vinha da FM 93 com os apresentadores, como João Inácio Júnior e Will Nogueira; e apostar nisso foi um grande acerto", explica o consultor Gaarcia Junior da TV Diário.

Atualmente, a emissora é o grande espaço de promoção do forró no País
TUNO VIEIRA
Só na emissora, cerca de 50 profissionais, entre produtores, câmeras, diretores e outros; são encarregados de trabalhar na produção de dois programas exclusivos do gênero musical, o Roça N´ Roll e o Forrobodó. Se forem contabilizadas ainda as pessoas envolvidas na elaboração de outros programas de entretenimento que abrem espaço para o forró, como o João Inácio Show, Nordeste Caboclo, Ênio Carlos, Sábado Alegre, Levanta Poeira, Bezerrão e o Encanta Nordeste, esse número pelo menos dobra.

Canal de divulgação

"A TV Diário tem a preocupação de ir na base. Hoje só se falam nas classes C, D e E. Nós nascemos nelas. Estamos traçando o trajeto inverso. Muito do sucesso do forró se deu pela TV. Quantas bandas de forró de outros estados não vêm se lançar aqui na emissora? Ela é o grande canal de divulgação televisiva para o forró", afirma Gaarcia.

Para o consultor, atualmente, uma banda de forró que quer ter sucesso precisa passar pela TV Diário e ser "batizada". Ele também crê que ainda há muito o que ser feito no mercado forrozeiro, pois existe espaço para crescer. "Temos 16 estados para conquistar. Há mercado para todos", garante. Gaarcia também destaca a elevada qualificação dos profissionais do segmento, mais preocupados em ampliar conhecimentos. (DB)

RENDIMENTO EXTRA

Outro ramos se beneficiam

As festas de forró abrem espaço para o desenvolvimento de uma série de outras atividades, formais ou não, em seu entorno. São pessoas que aproveitam o espaço aberto por esse mercado para lucrar. Ambulantes vendendo bebidas, carros equipados para comercializar cachorro-quente ou churrasquinho, pipoqueiros, vendedor de bombons e taxistas não faltam na porta dos shows. O motivo, claro, são os preços dos produtos, que, do lado de fora, podem custar até menos da metade do valor cobrado dentro.

Lucro pós festa

Já na hora de ir embora, quem começa a lucrar são os taxistas. Na movimentada segunda-feira do Pirata Bar, por exemplo, os motoristas podem faturar de R$ 50 a R$ 200, dependendo do período do ano. Nessa época de movimento mais morno, o lucro pode chegar ainda a R$ 70, mas na alta estação é que esse valor quase triplica. Mas pra juntar essa grana, no caso dos profissionais que atuam nas imediações da Praia de Iracema, é preciso muito trabalho. Muitos deles chegam a fazer mais de 12 corridas em uma só noite. (DB)

Fonte: Diário do Nordeste

História de um santo

"Frei Damião - o Missionário", do frade Francisco Lopes, reconstitui a trajetória do religioso italiano, transformado em santo popular pelos nordestinos

Frei Damião: religioso italiano, que arrebatou devotos por onde passou com suas missões, acabou por entrar no panteão popular, ao lado de Padre Cícero e Antônio Conselheiro
FOTO: MIGUEL PORTELA
Resultado da dissertação de mestrado do Frei Francisco Lopes de Sousa Neto, na Pontificia Universitas Lateranensis (Roma), o livro "Frei Damião - O Missionário" será lançado hoje à noite, na Livraria Cultura. A obra reconstitui a vida e a obra de evangelização do frade capuchinho, nascido na Itália em 1898, que veio para o Nordeste brasileiro na década de 1930 e foi venerado pelo povo.

Arrebatando devotos por onde passou, Frei Damião fez peregrinações pelas cidades nordestinas, disseminando suas "Santas Missões". Para muitos fieis, tratava-se de um santo, e atualmente encontra-se em processo de beatificação. Ao mesmo tempo, é visto como um grande comunicador, por conseguir arrastar multidões para ouvi-lo, aguçando a curiosidade da imprensa, tornando-se um mito e símbolo para seu povo.

Por isso, o religioso pareceu uma escolha natural ao Frei Francisco Lopes para sua dissertação, especialmente por conta da linha de pesquisa, Missão e Evangelização. " Quando se fala em missão, automaticamente nos vem a memória de Damião. Colocando seu nome no ´Google´, por exemplo, aparecem mais de 500 mil referências. Depois disso, não tive dúvidas. Ele foi uma figura muito viva nesse campo", ressalta Lopes.

Foram dois anos de pesquisa e produção para a dissertação. Para transformá-la em livro, Lopes precisou de mais um ano de trabalho. "Foi necessário enxugar o texto, suprimir alguns capítulos, torná-lo mais acessível e agradável ao leitor, além de traduzi-lo do italiano para o português", explica o autor. No começo da obra, o pesquisador faz um apanhado histórico do contexto religioso, cultural e político do Nordeste à época, por meio inclusive de figuras célebres como Antônio Conselheiro, Padre Ibiapina e Padre Cícero.

Em seguida, o livro volta-se à vida e obra de Frei Damião. "Ele veio ao Brasil catequizar o povo, e aos poucos se destacou por esse viés. Tinha uma paciência infinita para escutar o povo", detalha Lopes.

Por conta disso, Frei Damião "saiu da sacristia, da Igreja, deixou de pertencer apenas ao universo religioso para perpetuar-se no imaginário da população", nas palavras de Lopes. "Tornou-se até uma figura caricata, muito difundido por meio da xilogravura, da pintura. Assim como Lampião ou Padre Cícero, as pessoas o veem e já o reconhecem", complementa o autor.

MAIS INFORMAÇÕES
 Lançamento do livro "Frei Damião - o Missionário". Hoje, às 19 horas, na Livraria Cultura (Av. Dom Luís, 1010 - Aldeota). Contato: (85) 4008.0800

ADRIANA MARTINS
 
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Herança estrangeira faz parte da música brasileira

Antes de ser o que conhecemos hoje, a música popular brasileira e suas muitas variantes passaram por uma longa transformação. Na maioria das vezes, como no caso do forró e de outros ritmos nordestinos, a inspiração veio de fora.

Os sons que embalavam as noites nos salões europeus atravessaram o oceano. Do outro lado do Atlântico, estava um ainda em formação, mas bastante festeiro. E que transformou danças da nobreza em grandes manifestações da cultura popular.

Nordeste

Compreender a música feita no nordeste hoje em dia é mergulhar nas origens do povo desta parte do país. O centro de Recife, por exemplo, está cheio de referências históricas. Um passado que criou a identidade nordestina e deu forma a uma cultura rica em ritmos e sons.

O estilo se formou a partir de ritmos e danças populares do norte e do nordeste do Brasil. Xote, baião, xaxado, por sua vez, surgiram da mistura de sons africanos e europeus.

Hoje o forró está modernizado: sanfona, zabumba e triângulo ganharam a companhia de baixo, teclado, guitarra e bateria. Bem diferente do estilo que Luiz Gonzaga popularizou no século passado. O som do rei do baião, como era conhecido, ajudou a dar forma à festa de São João.

O grupo pernambucano Raio de Sol é especialista na dança, resultado da coreografia perfeita e do bom desempenho do marcador. A quadrilha teve inspiração nos bailes da nobreza europeia, que eram dançados em pares, nos séculos 18 e 19.

A tradição na cultura nordestina é contar a história de um casamento caipira, matuto. Apesar de ter sempre alguém tentando atrapalhar a cerimônia, o final todo mundo já conhece.

Fonte: Do Jornal da Band
pauta@band.com.br

A poesia laudatória nordestina nos versos de Gilmar Leite, sob a luz do Romantismo

Vinte anos! derramei-os gota a gota
Num abismo de dor e esquecimento...
De fogosas visões nutri meu peito...
Vinte anos!... não vivi um só momento!

(Álvares de Azevedo)

Mesmo fazendo versos sem ciência do termo "laudatório", alguns poetas nordestinos cantam exaltando a vida, por vezes sofrida, de personagens do cotidiano sertanejo, como se a literatura já fosse inerente n"alma do vate. O poeta Gilmar Leite, natural do sertão de São José do Egito, cidadezinha pernambucana às margens do Rio Pajeú, em seus versos, canta uma louvação a uma prostituta que viveu na cidade nos idos de 70, chamada Severina Branca. No tempo em que as meretrizes eram muito pobres ou de pouca beleza, vendendo o corpo para alimentar seus filhos, muitas vezes de pais que não assumiram, e sem o amparo dos órgãos governamentais, Severina Branca foi a pioneira naquele recanto sertanejo de pouca fartura.

Na voz de Severina Branca, o poeta Gilmar Leite decanta a alma romântica do "eu oprimido", esmagada pela solidão e pela brutalidade do mundo. Uma espessa melancolia se apossa dos seus versos, e por todos os lados vê-se o lado sombrio e inútil da existência. Ao sentir que os seus vínculos com o mundo foram rompidos, o poeta apega-se no próprio "eu". Um "eu" incômodo, estranho, que ameaça ora com o caos, ora com o êxtase, ao mesmo tempo, um "eu" angustiado, incapaz de transformar o mundo. O poeta utiliza aspectos da literatura romântica com gritos de subjetividades que confessam seus medos e sofrimentos.

Gilmar Leite verseja a inconformidade do artista romântico com o "mundo cruel" com uma série de procedimentos de fuga, dando voz à Severina Branca, cujo silêncio da noite é a única testemunha daquela vida de muitos pecados. Já que a sociedade não quer escutá-la ou não sabe compreendê-la, já que ela está perdida numa realidade incômoda e brutal, já que sua sensibilidade não possui força para mudar o destino, resta-lhe apenas a tentativa de escapar dessa noite silenciosa, abrindo seu coração para as amarguras da vida.

Uma das características românticas é o "mal do século", uma "enfermidade moral" e não física. Resulta do tédio ("ennui", "spleen"), mas não do tédio comum (aborrecimento diante da chatice da vida). A concepção romântica aponta para um aborrecimento desolado e cínico, que ressalta tanto a falta de grandeza da existência cotidiana quanto o vazio dos corações sem esperanças. 

Estes acreditam ter vivido todas as paixões e ter experimentado todos os abismos. Severina Branca cria uma espécie de sentimento mórbido de insatisfação da vida e de manso desespero, com a alma machucada de torturas. Algo próximo a sensação de absurdo da vida, quando Severina roga a Deus para que sua vida seja levada, terminado aquele sofrimento agourado por aves estrigiformes de hábitos noturnos.

Em contraponto ao presente insatisfatório, o poeta encontra elementos românticos, constantemente no passado, com versos sublimes, delineando intelectualmente seus valores. Esta condição de mito, onde Severina Branca é ovacionada, obedece a uma tendência de fuga da realidade, pois, de acordo com os ideais românticos, tanto o mundo medieval como o mundo infantil representam o paraíso perdido, uma época de ouro na qual as criaturas seriam felizes. 

Pela nostalgia de um tempo que os artistas do Romantismo desconheciam - caso do passado histórico - nega-se o presente, hostil e causador de sofrimentos, conforme podemos ver na narrativa do poeta Gilmar Leite.

Na poesia romântica brasileira, há grande variedade métrica, de ritmos e de rimas, indicando a liberdade de composição que os autores experimentam. Gilmar leite começa a cantar as desventuras de Severina Branca usando um dístico, glosado e rimado em versos decassílabos. O poeta faz uso intenso de adjetivos, em função de sua força expressiva e de seu poder de qualificar uma numerosa gama de sentimentos expressos no peito de Severina. Os adjetivos, segundo os românticos, ampliam ao máximo a conotação emotiva das palavras, fixando tonalidades e nuanças da natureza e das paixões humanas.

A saudação aos heróis Dante e Virgílio, criando um vínculo divino entre o poeta e o legado dos antigos aedos, serve como guia para contar a história daquela mulher mitológica, que amargou as horas do ocaso, flamejadas nas manhãs do sertão de pernambuco. Ao longo do poema, Gilmar Leite usa uma linguagem romântica, deixando a impressão de nobreza naquele sofrimento sem fim e dando ênfase declamatória à Severina Branca, através de metáforas, hipérboles, alegorias e outras figuras. De alguma maneira, o lirismo desse poeta pernambucano alcançou o grau laudatório dos grandes poetas românticos, conduzindo seus versos para o encantamento, revelado na voz de Severina Branca.


O silencio da noite é quem tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Mergulhei nos abismos infernais
Que nem Dante deu passos com Virgilio
Na Procura de achar algum auxílio
Eu sofri nos subúrbios marginais.
Vi o ocaso nas horas matinais
Entre os braços de estranhas criaturas
Que me abraçavam nas horas escuras
Pra sugar do meu corpo um gemido
O silêncio da noite é quem tem sido
Testemunha das minhas amarguras.

Troquei beijos com bocas amargosas
Sob as luzes de um velho candeeiro
E senti de alguns corpos podre cheiro
Entre as nevoas de noites vaporosas.
Hoje as marcas das dores horrorosas
São sinais dos momentos de loucuras
Machucando minh"alma com torturas
E deixando o meu ser enlouquecido
O silencio da noite é quem tem sido
Testemunha das minhas amarguras.

Inda sinto o tremor das mãos sujas
Afagando o meu corpo pecador
Ao invés do prazer sentia dor
E no meu peito a voz dizendo fujas.
Entre as brechas das telhas as corujas
Agouravam as minhas desventuras
Eu gritava pra Deus lá nas alturas
Leve logo este ser que é tão sofrido
O silencio da noite é quem tem sido
Testemunha das minhas amarguras.

Quantos homens chegavam embriagados
Dando chutes na porta como loucos
Os gentis para mim foram tão poucos
Eram seres tristonhos, reservados.
Eu perdi a noção dos meus pecados
Pela fome com facas de perjuras
Que cortava minha alma com agruras
E sangrava o meu peito já ferido
O silencio da noite é quem tem sido
Testemunha das minhas amarguras.

Sobre a cama meu corpo se tremia
De fraqueza, de fome e de sede;
Noutro canto meu filho numa rede
Quem olhasse pensava que dormia.
Mas a fome causava-lhe agonia
Lhe roubando fagulhas de venturas
Eram cenas cruéis de vidas duras
Condenadas num mundo corrompido
O silencio da noite é quem tem sido
Testemunha das minhas amarguras.

Hoje eu vivo jogada ao relento
Sem um teto sequer para dormir
O passado, o presente e o porvir,
Me jogaram no duro calçamento
Condenada num frio isolamento
O meu corpo só tem as ossaturas
Pra os insetos fazerem aventuras
Ferroando o que já foi consumido
O silencio da noite é quem tem sido
Testemunha das minhas amarguras

por Alexandro Gurgel

www.grandeponto.blogspot.com

Fonte: Natapress

Supremo mantém o piso nacional

Votação no STF confirmou ontem a constitucionalidade da lei que institui o piso nacional de R$ 1.187,97
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam ontem a constitucionalidade da Lei 11.738/2008, no ponto em que regulamenta o piso nacional - vencimento básico - para os professores da educação básica da rede pública.

A decisão, que é considerada uma vitória pelos professores de todo o Brasil, ficou definida após votação de sete votos a dois, prevalecendo o entendimento a favor da constitucionalidade da matéria.

Segundo a legislação, o piso nacional foi fixado em R$ 1.187,97 para este ano. A decisão foi tomada no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada no Supremo pelos governos dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.

A constitucionalidade do parágrafo 4º do artigo 2º, que determina o cumprimento de no máximo 2/3 da carga horária do magistério em atividades de sala de aula, ainda será analisada pela Corte.

"Estamos satisfeitos de que o STF tenha finalmente votado essa ação e concluído a favor dos professores. Afinal, o papel do tribunal é zelar pelo cumprimento da lei. E o piso nacional dos professores, com direito a um terço da carga horária para extra-sala, é lei. Então, tem de ser cumprida", afirma o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE). O parlamentar avalia que essa conquista dos professores brasileiros é fruto de décadas de mobilização.

A decisão também foi comemorada pelo professor Anízio Melo, presidente do Sindicato dos Servidores e Professores em Educação do Estado do Ceará (Apeoc), que classificou o dia de ontem como um marco histórico de "uma luta que já leva um século". "É a grande notícia dos últimos tempos", afirma Melo, lembrando os 25 mil professores da rede estadual cearense e os 70 mil da rede municipal em todo o Estado.

"Considero uma vitória da educação e da sociedade brasileira", diz o professor. Para Anízio Melo, o piso nacional, aliado à redução da jornada de trabalho, será importante para garantir ao professor condições para buscar uma melhor qualificação. "Isso vai garantir uma maior interação do professor com as questões sociais", acrescenta o presidente da Apeoc.

Melo diz que é hora de cada Estado discutir agora o financiamento da educação "para completar o ciclo" e que os Estados e municípios devem começar a rever seus planos de carreira.

Posição vergonhosa
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, e os advogados de entidades de classe dos trabalhadores em educação defenderam a integralidade da lei.

Diversos deles citaram a posição vergonhosa do Brasil, em termos de educação mundial (88º lugar entre 127 países, segundo a Unesco, e 53º entre 65 países, segundo a OCDE). Adams destacou que o Brasil é um dos países que pior remuneram seus professores. Diante disso e das más condições de trabalho, é cada vez menor o número, entre os melhores alunos do ensino fundamental e médio, que escolhem o magistério.

Cinema, literatura e direito

Em "Direitos Fundamentais, Cinema e Literatura", autores escrevem sobre pontos de contato entre o universo jurídico e a arte
Sob a palavra de ordem da interdisciplinaridade, oito autores escrevem sobre as relações entre o direito com os domínios artísticos da literatura e do cinema. O encontro deles se deu em uma disciplina conduzida pelo professor Regis Frota Araújo, no Mestrado em Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), e do grupo de trabalho "Direito, arte, literatura e interdisciplinaridade", coordenado pelo pesquisador. O resultado deste produtivo encontro foi a coletânea "Direitos Fundamentais, Cinema e Literatura". O livro será lançado hoje, às 19h30, no Centro Cultural Oboé.

Organizada por Régis Frota Araújo, a obra reúne artigos e ensaios que fazem um ziguezague entre áreas do conhecimento e da cultura, e entre tempos diferentes. Assim, cabem nas páginas do livro discussões sobre a representação da realidade brasileira no filme "Tropa de Elite" (de José Padilla), escrito por Danilo Ferraz e Daniel Maia, até a transposição da literatura para o cinema, enfocando o caso de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em ensaio de assinado por Daniel Maia e Regis Frota. Ao lado de Laís Arrais, Frota ainda discute a intercessão entre as três áreas, a partir dos filmes/livros "A Sangue Frio" e "O sol é para todos".

MAIS INFORMAÇÕESLançamento do livro "Direitos Fundamentais, Cinema e Literatura", organizado por Régis Frota Araújo. Às 19h30, no Centro Cultural Oboé (Rua Maria Tomásia, 531 - Aldeota). Contato: (85) 3264.7038

Turismo e cultura em feira

O Município de Barbalha é o único no CE beneficiado em projeto do Pnud e poderá sediar feira de projetos sociais

Centro histórico de Barbalha é um dos fortes atrativos do turismo, setor que poderá ser destaque na feira
FOTO: ELIZÂNGELA SANTOS
Barbalha Uma feira envolvendo o potencial turístico, a cultura e o conhecimento poderá acontecer até o segundo semestre neste Município, escolhido em 2009 pelo Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (Pnud). Além de Barbalha, fazem parte desse programa, no Brasil, as cidades de Jaguarão (RS), Marliéria (MG) e Abaetetuba (PA), incluídas no Projeto de Fortalecimento de Capacidades para o Desenvolvimento Humano Local. A ideia é criar uma feira que reúna os projetos exitosos de outros Estados e até de outros países para servirem de exemplo e serem adequados à realidade local.

Desde que foi iniciado, várias etapas do trabalho já foram desenvolvidas, desde a fase de diagnóstico, avaliações de capacidades nos setores privado, público e não governamental, os projetos em desenvolvimento na cidade em todos os setores e, ainda, avaliações nas próprias comunidades. O compartilhamento das informações técnicas e a visão das comunidades, com prioridades de desenvolvimento, fizeram com que fossem apresentados os potenciais a serem desenvolvidos.

Segundo o coordenador local do PNUD, em Barbalha, Antônio de Luna, desde o lançamento do projeto várias ações já foram desenvolvidas. O projeto tem um apoio financeiro de R$ 1,8 milhão, para todos os Municípios. Do Ceará, apenas a cidade de Barbalha foi escolhida e está inserida nas cidades-polo de desenvolvimento. Mas ainda não há uma definição de quanto cada cidade irá ter de aporte para as atividades locais.

"Na verdade, ainda não foi definido o foco principal a ser explorado na feira, mas o nosso potencial mesmo está voltado para o turismo e a cultura", diz Luna ao enfatizar os eixos que também foram apontados pela população. E um dos principais problemas em relação a esse potencial é a ausência de publicidade e esse ponto também foi compartilhado.

Novos espaços
Ele afirma que a feira será de alto nível, e envolverá os outros Municípios escolhidos pelo Pnud. Um dos objetivos é mostrar a cidade de Barbalha como foco de investimento, promovendo a abertura de novos espaços. "É uma oportunidade de mostrarmos a cultura local, com os grupos de tradição popular e também o turismo, com a arquitetura antiga da cidade", diz ele.

O Município de Barbalha está inserido no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas do País. Esse fator foi incluído como um ponto de relevância a ser desenvolvido. A proposta de trabalho é proporcionar condições para que as comunidades possam se desenvolver.

Segundo a representante do Pnud e coordenadora do programa, Ieva Larazeviciute, que esteve na Secretaria das Cidades no início de abril, ainda não está definido quanto será aplicado em cada cidade.

Atração turística
Além de gestores públicos e estudantes, a feira também poderá atrair turistas e investidores do Ceará e de Estados vizinhos. A programação da feira e o perfil do evento serão discutidos por um grupo de trabalho formado pela Secretaria das Cidades. Segundo Liliana Oliveira, técnica da Secretaria, Barbalha já é beneficiada por um projeto voltado para o turismo e o desenvolvimento humano. O Pnud atua no Brasil em parceria com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Oportunidade
Todos os levantamentos realizados na cidade, desde 2009, de acordo com Antônio Luna, estão sendo importantes até para a atualização do Plano Diretor da cidade. Cerca de 60% está pronto. Barbalha terá o projeto piloto de realização da feira, que também envolverá as universidades, e Luna afirma que esta poderá ser uma grande oportunidade de novos investimentos favorecerem a cidade de Barbalha.

FIQUE POR DENTROAtividades
O projeto de Fortalecimento de Capacidades para o Desenvolvimento Humano Local, do PNUD, que contempla, no Brasil, as cidades de Abaetetuba (PA), Jaguarão (RS) Marliéria (MG) e Barbalha (CE), começou a ser desenvolvido em 2009. Contempla mobilização, diagnóstico de capacidades e necessidades, planejamento e implementação de ações. O dinheiro será usado para capacitar funcionários das prefeituras, do setor privado e do terceiro setor a elaborar e por em prática políticas e projetos inclusivos e sustentáveis na cidade.


MAIS INFORMAÇÕES
Prefeitura
Rua Princesa Isabel, 42 - Centro, Município de Barbalha (CE)
Telefone: (88) 2101.1919

Elizângela Santos

Fonte: Diário do Nordeste
 Repórter

Panorama pessoal

A partir de hoje, o Espaço Cultural Correios exibe uma exposição com obras produzidas pelo artista plástico Vando Figueirêdo nos últimos 10 anos


Comemorando 23 anos de carreira, o artista plástico cearense Vando Figueirêdo abre, hoje, a partir das 19 horas, no Espaço Cultural Correios, no Centro, a exposição "Panorâmica". Serão, ao todo, cerca de 30 trabalhos que representam um apanhado da produção do artista nos últimos 10 anos. "Panorâmica" abre para visitação amanhã e permanece em cartaz até o dia 21 de maio.

Para representar este panorama, o curador Dante Diniz selecionou os trabalhos de pintura sobre telas e pinturas sobre papel em séries. Já as gravuras foram escolhidos por técnica.

Entre as pinturas sobre tela, estarão expostos exemplares das séries "Urbanas" (em que o artista aborda motivos extraídos do cotidiano e temas histórico, sociais e culturais captados através de pesquisas diversas); "Rupestre" (na qual a fonte inspiradora são as pinturas rupestres existentes em vários sítios do planeta, inclusive o da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí); "Esboços e citações" (cujas telas dessa têm como foco os grandes mestres da pintura); "A costela" (aqui Vando trabalha com o emprego acentuado de colagens); e "Diamantes" (que concentra as obras mais recentes produzidas pelo artista, que tem como diferencial a não utilização de tintas, pois as obras são criadas através de colagens com recortes manuais de revistas).


Já entre as pinturas sobre papel, Dante Diniz selecionou obras das séries "Recortes de Portugal" (trabalhos realizados em aquarela, com motivos de paisagens vistas por Vando em suas viagens por terras lusitanas) e "Natalinas" (produzidas em aquarela sobre papel com temas variados, o artista justifica o título uma vez que essa produção deu-se durante o mês de dezembro de 2010). A mostra inclui, ainda, gravuras com temáticas rupestres, apresentadas por meio de técnicas como xilogravura e gravura em metal, além de serigrafia.

Vando afirma que a seleção dos trabalhos foi difícil, tendo em vista sua intensa produção. "Sou muito disciplinado e mantenho uma média 300 obras por ano. E olha que venho diminuindo o ritmo por conta das viagens", diz. Em julho do ano passado, ele participou de um workshop na Dinamarca. Para julho deste ano, estão previstas exposições na Itália e Portugal. "Tenho rodado o mundo divulgando minha arte".

FIQUE POR DENTRO
 Vando Figueirêdo
O artista nasceu em Fortaleza, em 1952, e iniciou sua carreira, em 1988, na 8ª Unifor Plástica, classificando, na época, 5 obras. É diplomado em desenho e pintura, através de curso ministrado pelo mestre Raul de La Nuez, licenciado pelo Instituto Superior de Arte de Havana-Cuba. Desenhista, pintor, gravurista e escultor, professor de artes, já lecionou em instituições como a Universidade Federal do Ceará (UFC) e Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura. A carreira de Vando abrange mais de uma centena de exposições, no Brasil e Exterior. Algumas de suas obras fazem parte dos acervos de vários museus.

MAIS INFORMAÇÕES
 Panorâmica - Exposição individual de Vando Figueirêdo, no Espaço Cultural Correios (Rua Senador Alencar, 38, Centro). Visitação de 8/4 a 21/5, de segunda a sexta, de 8h às 17h, e, aos sábados, de 8h às 12h.
Contato: (85) 3255.7260

FILIPE PALÁCIO 
REDATOR

Fonte: Diário do Nordeste

Nordeste é abraçado em livro pelo poeta Pedro Sampaio

Por Eduardo Galdino
Especial para O Estado

Circunavegar pelo mundo da cultura popular é um dos maiores ofícios do poeta, radialista e repórter cearense Pedro Sampaio, que, recentemente, lançou um livro com 298 páginas, no Centro Educacional Evandro Ayres de Moura, no Conjunto Ceará, em Fortaleza. Obra esta, que reúne poesias reflexivas e comemorativas que retratam as datas temáticas do ano, além de poemas regionalistas desenvolvidos a partir de “motes” criados por ele e sugeridos por amigos que comungam da mesma verve literária.

Foto: Divulgação
Pelo título “Minha Nordestinidade Abraçando a Poesia” percebe-se que o autor versa sobre o sertão e as intempéries enfrentadas pelos sertanejos. É através de sonetos embutidos na dileta obra, que Pedro Sampaio exprime o sentimento (inquestionável) que tem pela sua família e, o incentivo e contribuição que lhe oferecem, no desenrolar de seus variados projetos de vida.

Parece que Pedro Sampaio se inspirou no saudoso poeta José Alcides Pinto que definiu no livro “O Ceará Sempre Escutará”, de Almir Gomes de Castro, que a poesia é um teste de sensibilidade e vocação artística. Esse exercício faz parte do dia-a-dia do referido poeta, que por meio de sua câmera digital, busca captar o que há de mais belo na Terra da Luz e nos municípios do Nordeste que costuma visitar, quando o tempo lhe permite.

Não só o sertanejo é um forte, como dizia o fluminense Euclides da Cunha. Pedro Sampaio também! Seu dom e talento congênitos nos levam a mergulhar cada vez mais, no cenário de rimas e versos livres que consubstanciam temas sociais, políticos e religiosos, bem como, o amor ao Conjunto Ceará, Fortaleza e sua admiração pelo Nordeste, região brasileira que dispensa comentários.

Os sentimentos expostos nos poemas de Pedro Sampaio incentivam-nos a fazer um passeio pelo imenso arquivo dos poetas Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade. Que o diga o também poeta e trovador cearense Orlando Queiroz, um dos adidos culturais da terra de Iracema, que assina o texto de apresentação de “Minha Nordestinidade Abraçando a Poesia”.

Pedro Sampaio é um bardo que tem arte e habilidade no fazer poético. Os seus contos registram a oralidade do povo do sertão, que passa de geração em geração, através dos grandes contadores de histórias. O traço do autor reflete a manifestação e o pensamento do sertanejo – ninguém melhor para afirmar, do que o poeta de Quixadá, Arievaldo Viana, considerado hoje, um dos maiores cordelistas da nova geração.

Está certo o escritor e padre Tula quando diz em apreciação ao livro, que o poeta é aquele que sabe tomar para si toda a beleza do criador e da criatura. Pedro Sampaio é, na verdade, isso, e muito mais... É um Gonzagueando, ou seja, conhecedor, pesquisador e seguidor da bibliografia do famoso e inesquecível Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Agora, pode-se afirmar: leitores respeitem Pedro Sampaio, fazendo, claro, alusão, a letra “Respeita Januário” que o seu Luiz, Lua Gonzaga fez em parceria com o exímio e memorável compositor Humberto Teixeira.

Fonte: O Estado



Fonte Vídeo: Blog Jones Cavalcante

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Correio da Semana: 93 anos servindo à comunidade, informando e evangelizando

 
Os homens visionários vêem as coisas muito além da imaginação comum. Pensam o futuro em outra dimensão que não é a sua onde, ele vive. E estes homens assim, quando realizam feitos, suas obras na realidade ultrapassam o tempo, crescem em sua estrutura, agigantam-se em sua importância e servem à sociedade, dentro do contexto para as quais foram idealizadas.
 
Um homem de visão foi Dom José Tupinambá da Frota, que em 1918, fundou o Jornal Correio da Semana, que há 93 anos vem fazendo história e contando a história da notícia.
 
Nestas 09 décadas este semanário descreveu para Sobral e Região Norte do Ceará fatos relevantes da humanidade, dentre eles a segunda Guerra Mundial, a morte do Papa Pio XII, a posse do Papa João XXII e seu falecimento, Paulo VI e sua morte, João Paulo II e também sua morte e mais recentemente a posse do atual pontífice, Bento XVI.
 
Criado para divulgar as coisas da Diocese de Sobral, o Correio da Semana passou por diversas fases em sua história. Acompanhou o apostolado do seu fundador, até seus últimos instantes de vida, serviu de veículo informativo para as ações do segundo bispo de Sobral, Dom João José da Mota, esteve presente em todo episcopado de Dom Walfrido Teixeira Vieira, Pe. Egberto Rodrigues de Andrade, Ecônomo da Diocese, Valmir Andrade, Ecônomo da Diocese, Dom Aldo Di Cillo Pagotto e do profícuo trabalho evangelizador de Dom Antônio Fernando Saburido, O.S.B, hoje, Arcebispo de Olinda e Recife.
 
Voltado para divulgar a linha pastoral diocesana, o Correio da Semana também se faz presente, aos grandes momentos sociais, acompanhando a evolução dos tempos, se adequando aos avanços da tecnologia e modernidade e satisfazendo à exigência dos leitores, que acompanham os fatos do dia-a-dia, de Sobral, da Região Norte, do Ceará, do Nordeste e do Brasil.
 
Além dos grandes momentos da Igreja católica, vividos no mundo inteiro e na Diocese em particular, com suas festas religiosas e tradicionais, o Correio da Semana, também divulgou a cheia de 1924, a depressão nos Estados Unidos da América nos anos 30, a Segunda Guerra como já foi citada, noticiou o Concílio Vaticano II em 64, o Congresso Eucarístico em Sobral, a grande seca de 1958, o arrombamento do Açude Orós em 60, a cheia de 74 em Sobral e as enchentes do Acaraú, que sempre alagaram os bairros periféricos e deixando pessoas desabrigadas; as ditaduras: a de Getúlio Vargas e a militar, as reuniões da CNBB, as diretas já, as grandes descobertas da ciência na área da medicina, as mortes dos Kennedys, o Apartheid na África, a queda do Muro de Berlim, a morte de Indira Gand, os grandes conflitos no mundo, dentre outros momentos vividos pela humanidade, que este jornal, semanário, interiorano, através dos seus 93 anos tem acompanhado, divulgando-os com ética, responsabilidade e respeito aos leitores.
 
Seus diretores e editores passados mantiveram sua linha editorial, para a qual esta gazeta foi fundada, seus diretores atuais mantêm a mesma conduta, porém com modernidade, novo design, atualizado e moderno.
 
Hoje o Correio da Semana, tem como Superintendente Dom Odelir José Magri, Bispo Diocesano; o Vigário Geral Cônego Gonçalo de Pinho Gomes; diretor geral, o Padre Francisco de Assis Rocha, assessor de comunicação da Diocese; o ecônomo da Diocese e que também faz parte da diretoria do jornal, senhor Valmir Andrade; editor, diretor e repórter, Araújo Pathelle; redator e repórter, Osvaldo Avelino; fotógrafo e setor de informática Macildo Brito; diagramador e Design Felipe Mendes; revisor, professor Manoel Valdeci de Vasconcelos, Assessor Financeiro Wilson Calixto e os colaboradores: Silveira Rocha, Artemísio da Costa, Pe. Valdery da Rocha, João Barbosa PP Cavalcante, Pe. João Batista Nery, Adalberto Mendes, Osvaldo Avelino, William Vasconcelos, Marcelo Marques, Sargento Vaumirtes, Dimas Carvalho, Chico Prado, Aurélio Pontes, Mesquita da Silva, Márcia Cunha, José Donato, Leite Soares, Simon Nobre e Pe. Martins.
 
Com a nossa equipe pequena, porém autêntica e a expressividade dos colunistas, o Correio da Semana, atingiu o apogeu, completando quinta-feira passada, 93 anos. Uma história, contada, dentro da história.
A diretoria do jornal agradece a todos os colunistas e colaboradores, pela assuidade em suas matérias e ajuda primordial para o sucesso deste semanário. Como também aos patrocinadores e assinantes, que têm nos confiado seus produtos para divulgação e em especial aos leitores, razão maior destes 93 anos.
Reconhecimento
 
Dia 31 de março, quinta-feira passada, o Jornal Correio da Semana, completou 93 anos de circulação, idéia imortal do grande Dom José Tupinambá da Frota. Nestas mais de 09 décadas, este semanário vem contando os acontecimentos que fizeram a história da sociedade sobralense e da região norte do estado, numa inefável comprovação de que o seu idealizador vislumbrava o futuro, o progresso, bem distante de sua época.
Aproveitamos a oportunidade e ouvimos algumas pessoas de nossa sociedade que fizeram considerações a respeito dos 93 anos do Correio da Semana.
 
Correio da semana – 93 anos informando e Evangelizando
 
No dia 31 de março de 1918 nascia o Correio da Semana, uma apaixonante aventura iniciada por Dom José Tupinambá da Frota. São 93 anos de história, de luta, de perseverança, de resistência, de alegrias e fadigas a serviço de uma informação livre, respeitosa e alternativa.
 
Um instrumento de informação e um espaço sempre aberto para quem se compromete com a causa e a mensagem do Evangelho.
 
Reconhecimento por ele sempre acompanhar a história eclesial, política, econômica, social e cultural de nossa região.
 
Comemorar 93 anos de existência significa fazer parte da história do Ceará e da nossa cidade de Sobral. Parabenizo todos que trabalham nesse jornal e todos que por ele já passaram, fazendo parte dessa história.
Parabéns e muitos anos de vida.
Dom Odelir José, mccj

Governador Cid Gomes – O Correio da Semana é uma legenda. Não se pode imaginar Sobral sem este Jornal. Dom José em 1918, três anos depois da criação da Diocese, sentiu a necessidade de fundar um veículo de comunicação, para facilitar a divulgação das atividades da Igreja de Sobral e da região. E ai está o Correio da Semana, novo, nem parece ter 93 anos, atualizado, visto em vários países e com uma aceitação invejável. Solidarizo-me com as alegrias de todos os sobralenses, com a Diocese, os diretores do Jornal e a competente equipe, que faz esta história de sucesso acontecer.

Valmir Andrade, Ecônomo da Diocese de Sobral e diretor financeiro do jornal: “para mim é uma satisfação muito grande ver o jornal Correio da Semana, como está hoje. Logo que assumi, com o ex-bispo Dom Aldo Di Cillo Pagotto, o jornal estava nas mãos de terceiro. Nós trabalhamos e graças a Deus conseguimos trazer o jornal para a administração da diocese e, também mudamos de endereço. Hoje, o jornal está bem administrado pelo companheiro Araújo Pachelle e seus colaboradores. O jornal está muito bem, graças a Deus e a diocese está muito satisfeita com o trabalho que o jornal vem fazendo pregando o evangelho e dando notícias da igreja e noticiando os acontecimentos verificados em nossa cidade e região. É muito importante estar presente nos 93 anos do Jornal Correio da Semana”.
 
Deputado Ferreira Aragão – Eu quero me associar às alegrias deste momento, porque só dura tanto tempo, é quem tem talento e tem competência. Portanto parabéns ao Correio da Semana e a todos que compõem este conceituado semanário. Irei entrar na Assembleia Legislativa com uma Moção de Congratulações, pela passagem dos 93 anos do Correio da Semana, o Jornal da Minha terra, da minha cidade.
 
Presidente da Câmara Municipal de Sobral, vereador João Alberto Adeotado Junior – O jornal Correio da Semana é um jornal quase centenário. Tem dado sua contribuição. Hoje, em dia, o único jornal que nós temos para nos estimular. Agradecemos à Diocese e seus colaboradores desse conceituado jornal. A Diocese que mantém vivo este semanário. Fazendo chegar a todos com suas informações precisas. É muito importante uma instituição ter por trás de si a credibilidade e a obra extraordinária da igreja católica de Sobral e toda região. O mais importante ainda é poder comemorar esta data, porque o Correio da Semana é um dos símbolos do valor da comunidade sobralense. Eu, me associo a todos os seus sonhos e admiradores.
 
Vereador Paulo Vasconcelos: Muito me engrandece como vereador de Sobral, enaltecer o trabalho do Jornal Correio da Semana, quando completou 93 anos de sua fundação servindo ao povo de Sobral, sempre inovando e acompanhando o ritmo de desenvolvimento. E, por seu trabalho e ao longo dos seus 93 anos se tornou um jornal de credibilidade. Por isso, parabenizo a todos que fazem este conceituado semanário o mais antigo do estado do Ceará.
 
Dr. Carlos Hilton, Secretário de Saúde do município de Sobral: “O jornal Correio da Semana é um patrimônio cultural dos sobralenses. É um jornal que vem contando a história de várias gerações. Nós estamos celebrando os 93 anos deste jornal sobralense, momento em que me sinto muito orgulhoso de ter presenciado muitos momentos deste conceituado noticioso.
 

Valorização da Literatura Cearense: uma questão de identidade.

Durante as aulas de Tópicos de literatura cearense surgiram vários questionamentos sobre a valorização dessa literatura nas escolas. Entre os questionamentos estavam: o que pode ser feito, na prática, para o fortalecimento do ensino e da aprendizagem da literatura cearense? Como despertar o entusiasmo pelo conhecimento e valorização de nossos escritores? Como descobrir os escritores de nossas comunidades?
 
Por mais impressionante que pareça a maioria dos cearenses não conhece a maioria dos escritores conterrâneos, isso se deve à desvalorização dos nossos autores, através da nossa formação escolar e falta de divulgação das obras, o que é ainda muito pequena.
 
A inclusão da disciplina de literatura cearense no currículo escolar é o principal instrumento para o fortalecimento da sua aprendizagem. Desta forma, os alunos conhecem os movimentos literários, os seus representantes, concomitante às suas obras.
 
O estudo da literatura nas escolas está focado nas literaturas portuguesa e brasileira, e os escritores cearenses mais mencionados são José de Alencar e Rachel de Queiroz. Mas, o estudo sobre os escritores cearenses ainda é muito pequeno.
 
Os movimentos literários cearenses, sequer são citados nas escolas. Como os alunos podem ter curiosidade sobre algo que não conhecem? A solução está na recuperação da história literária cearense, dos seus escritores, a maioria desconhecida pelos estudantes.
 
Devemos valorizá-los incluindo suas obras na sala de aula, debatendo sobre a sua escrita, ideologia, o momento histórico–social em que foram escritas. Após esse resgate inicial, outro ponto a ser observado é a identificação dos alunos com as obras utilizadas em sala de aula. A aprendizagem fica mais fácil quando reconhecemos os locais onde a história desenrola-se como ruas, praças, bairros. Ou personagens conhecidos do município, como padres, políticos etc.
 
Escritores do próprio município, ou da região são mais apropriados para que haja empatia maior dos alunos com a literatura cearense. Dessa maneira, a literatura funciona não apenas como mais uma disciplina do currículo, mas, como difusora e fortalecedora da cultura local.
 
Para que esta mudança aconteça é preciso unir os escritores existentes no município e região e utilizar suas obras nas aulas. A escola faria o resgate de obras já publicadas, e incentivaria os alunos a também produzirem textos. Essas ações contribuirão para que a literatura cearense tenha mais leitores e divulgadores e seja valorizada pelos próprios cearenses.
 
Rita de Cássia Santos e Silva-aluna do Curso de Letras da UVA.

Fonte: Correio da Semana

Espetáculo musical no Sesc Iracema

Ensaio aberto ao público com os artistas Fabiano de Cristo, Luciana Costa, Pedro Fonseca, Oswaldo Zarco e Orlângelo Leal hoje às 19h no teatro Sesc Iracema

Orlângelo Leal, da banda Dona Zefinha participa hoje do Projeto "Quanto vale uma canção?"
FOTO: KID JUNIOR

Dando continuidade ao projeto "Quanto vale uma canção?", acontece hoje, a partir das 19h no Teatro do Sesc Iracema um ensaio aberto com os cantores, compositores e instrumentistas cearenses Fabiano de Cristo, Luciana Costa, Orlângelo Leal, Osvaldo Zarco e Pedro Fonseca. O espetáculo que tem entrada franca é uma produção dos também artistas da música Alan Mendonça e Fabiano de Cristo, sob os auspícios do coletivo Bora ! Ceará Autoral Criativo.

Espetáculo

No projeto artístico "Quanto vale uma canção?", diversos autores trazem para o palco a essência e circunstâncias da criação de cada canção, tocando músicas e contando histórias, em um formato informal e intimista. Por noite, se apresentam alguns compositores um convidado especial. O evento que se diferencia de outros pelo fato da bilheteria ser feita na saída do show, deixando a cargo da plateia a atribuição do valor. Ou seja, cada um paga o quanto achar que valeu a apresentação.

Integrante da banda Dona Zefinha, o cantor, compositor e músico cearense Orlângelo Leal é um dos participantes do projeto e, para hoje, diz como foi convidado e promete novas canções que estão fora do repertório de seu grupo. "Recebei o convite dos produtores Alan Mendonça e Fabiano de Cristo e de imediato aceitei. Nunca assisti ao projeto, no entanto, achei o formato muito bacana. Vou interpretar composições novas e de um passado recente de minha autoria como ´Conto de fadas´, ´Meu Apê´ e ´Uma canção de amor´, antecipa o cantor e compositor.

Orlângelo acrescenta que são canções minhas que não cabem no formato do repertório da Dona Zefinha, mas nas quais pode mostrar sua criação individual. "Já testei ´Uma canção de amor´ como uma performance de stand up comedy, pois é uma música muito engraçada e que só apresentei numa roda de professores que dão aulas de música no festival de Guaramiranga, em 2010".

A banda Dona Zefinha completa dez anos de atividades culturais numa vitoriosa trajetória de conquistas. Sobre a efeméride, Orlângelo revela os planos do grupo: "Pretendemos lançar nosso terceiro CD, ainda sem título, um disco infantil com o nome de ´Circo sem teto na lona furada", possivelmente em outubro e um livro meu. Já agora, no dia 30 de abril de 2011, inauguraremos em Itapipoca a Casa de Teatro Dona Zefinha, um espaço cultural que vai movimentar a cena artística na cidade onde nasci".

Sobre a proposta musical do novo CD, Orlângelo já adianta as ideias. "O disco virá com muito humor e ironia com sons que buscamos através das novas culturas por onde viajamos em alguns lugares como EUA, Hungria , Argentina, Guiana Francesa e Alemanha, entre outros".

Pelo fato de conhecerem várias culturas musicais, Orlangelo Leal e seus sete amigos competam o octeto Dona Zefinha, o grupo acabou se tornando, segundo o compositor, como "cidadão do mundo. Depois de passarmos alguns tempinhos por vários países nesses dez anos, e termos convivido com muitos artistas de outras realidades musicais, onde aprendemos e ensinamos muita coisa também, é claro que mudamos a nossa concepção artística".

Daí, depois de uma década, os integrantes da Dona Zefinha avaliam que na obra do grupo, um ciclo foi fechado. Orlângelo Leal acrescenta que depois desse tempo junto, "estamos realizando uma celebração de dez anos de tudo que já fizemos. Saímos de Itapipoca para Fortaleza e já nos apresentamos no Brasil e no exterior. Juntos, estivemos em várias experiências e creio que agora vamos abrir um novo percurso no nosso trabalho. No CD infantil que lançaremos em outubro trabalharei os arranjos com o músico Gustavo Portela".

MAIS INFORMAÇÕES

Quanto vale uma canção? - Show com Fabiano de Cristo, Luciana Costa, Orlângelo Leal, Osvaldo Zarco e Pedro Fonseca hoje 19h no Sesc Iracema. Grátis. Inf. (85) 9944.2220

NELSON AUGUSTO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste