sábado, 21 de maio de 2011

Morre por inteiro... poesia Luciano Brasileiro Spagnol

Laurentino Gomes prepara, livro para fechar triologia de sucesso sobre a Independência do Brasil


Com 1 milhão e 100 mil livros vendidos com as obras "1808" e "1822", o jornalista e escritor Laurentino Gomes participa nesta segunda-feira à noite do projeto “Sempre um Papo” na Faculdade São Lucas. Apreciando desde a sexta-feira passada a cidade de Porto Velho, o autor de "1808" e "1822" retrata a fuga da Família Real Portuguesa para o Brasil e o processo de independência brasileiro. Uma terceira obra, 1889, sobre o terceiro reinado fecha a triologia de sucesso, que elevou Laurentino Gomes a categoria de escritores mais lidos e prestigiados do Brasil. O lançamento deve acontecer em 2013. O escritor recebeu o Rondoniagora na manhã de hoje e falou sobre pontos curiosos sobre os dois livros.

Rondoniagora – Enquanto a maioria dos alunos aprende nas escolas que Dom Pedro se apresentou como herói, inclusive com indumentária apropriada, no momento do grito de independência, o senhor desnuda o mito, provando que na verdade, ele tava com dor de barriga e montado em uma égua, sem valor comercial, naquele ato tão solene.

Laurentino Gomes – A História é uma disciplina fascinante porque os acontecimentos e os personagens do passado são reais, não mudam mais. Mas a História continua a mudar o tempo todo da forma como nós olhamos esse passado. Existe uma manipulação do passado, construção e desconstrução que geralmente obedece a necessidade político-ideológica de cada momento que vem em seguida. Dom Pedro I é um caso típico  de manipulação do passado. No final da Monarquia, era apresentado como herói épico, pai do D. Pedro II. Depois na época da República, começa o trabalho de desqualificação do personagem, um herói mulherengo e boêmio. Na História recente, o Dom Pedro aparece na pele de Tarcísio Meira (Independência ou Morte) como um herói marcial. Na redemocratização, de novo uma reconstrução do personagem com Marcos Pasquim (Quinto dos Infernos), um inconseqüente, boêmio, etc.. Para o jornalista, o desafio é tirar esse cipoal, as camadas geológicas que se sobrepõe ao personagem real. Observar que existe um mito, como e porque é um mito.

Rondoniagora – O senhor conta com riqueza de detalhes cada aspecto daqueles momentos de libertação do País.

Laurentino Gomes - Sou jornalista há mais de 30 anos de profissão. Tenho experiência em jornais e revistas. Claro que chegar a verdade absoluta dos fatos é complicado. É até uma questão filosófica. O que é a verdade, até Pôncio Pilatos perguntou a Cristo. A reportagem quando consulta vários nomes e documentos, usa o bom senso, o jornalista tem que ser sensato, para não embarcar em canoas furadas. Quanto mais pesquisa, mais perto da verdade você chega. Você precisa ser transparente com o leitor, internauta, revelar quais fontes e métodos da pesquisa. Já existe um estudo grande da academia e universidades sobre fontes. É preciso usar o bom senso e usar como baliza o conhecimento que a academia já produziu sobre o assunto.

Rondoniagora – A sua pesquisa foi tão minuciosa, talvez venha daí a explosão de vendas.

Laurentino Gomes – Verdade. O ‘1808’ vendeu 750 mil exemplares. E o ‘1822’ outros 350 mil.

Rondoniagora - Como chegou a essas fontes? E é possível observar uma diferença entre o primeiro e o segundo.

Laurentino Gomes -
Esses detalhes apuramos em cartas e documentos originais da época, além de livros de História de outros escritores. Extraímos informações das cartas do arquivista Real (Luis Joaquim dos Santos Marrocos). Não misturo ficção com não-ficção. É um livro de História do Brasil pela perspectiva do Brasil, uma linguagem mais acessível, explico até números. Quando Joaquim (arquivista Real) fala que comprou um escravo por 98 mil réis, não posso deixar esse número para o leitor decifrar, faço uma comparação com a paridade da Libra Esterlina, que dá entre 10 a 12 mil reais. Em ‘1822’ quando falo da festa de casamento com Leopoldina, que custou 1 milhão de Florins, descobri que um par de sapatos em Viena custava 5 Florins. Com esse dinheiro daria para calçar toda população de 200 mil habitantes. Agora você tem razão. Tem diferença entre os dois livros. O primeiro é bem mais humorado, pitoresco, mais engraçado; o segundo é mais crítico até porque o Brasil ficou mais complexo, polêmico, poderia ter abolido a escravidão, mas não o fez. Dom Pedro tinha um discurso liberal, mas na prática era autoritário, fora os escândalos com a Marquesa de Santos.

Rondoniagora – Inclusive, o senhor faz uma crítica em relação ao analfabetismo que era imposto a grande parte da população.

Laurentino Gomes -
São Paulo, por incrível que pareça, o número de pessoas alfabetizadas chegava a 2,5% dos homens adultos. Se extrapolar para população brasileira inteira, 99% do povo era analfabeto naquela época. Enquanto os Estados Unidos até os negros já sabiam ler porque eram obrigados a freqüentar a igreja protestante e ler a Bíblia.

Rondoniagora – E há uma diferença descomunal entre o processo de independência norte-americano e o brasileiro.

Laurentino Gomes – O processo de liberdade dos Estados Unidos é o inverso do nosso. O povo era alfabetizado por causa da Igreja Protestante, que obrigava as pessoas a lerem a Bíblia, inclusive os escravos. As 7 principais universidades já existiam. E tinha a herança anglo-saxônica, acostumada a enfrentar o rei. Foi uma sociedade organizada que rompeu com a metrópole e criou o estado debaixo pra cima. Enquanto no Brasil, 99% do povo é analfabeto, formada por escravos e negros completamente a margem de qualquer oportunidade num cenário de completa dominância do latifúndio com provinciais rivais entre si.

Rondoniagora – Some-se esse quadro nebuloso, a ânsia voraz por riqueza de Portugal.

Laurentino Gomes – Saiu um livro do jornalista mineiro Lucas Figueira, chamado Boa Ventura, a Correria do Ouro no Brasil, que o ouro e o diamante nos transformaria na época numa das nações mais ricas do mundo. Mais de 1mil toneladas de ouro foram levadas daqui. E o curioso é que não ficou em Portugal, comprou com esse ouro riqueza e luxo para uma Corte que queria se parecer com a Corte de Paris e Madri. Esse ouro passou por Portugal e foi para França e Holanda. A coroa Portuguesas, tentando mostrar prestígio, comprou mármore carrara e fez um dos maiores palácios do mundo, o Palácio de Mafre.

Rondoniagora – E o terceiro livro, do que se trata?

Laurentino Gomes - Estou agora pesquisando para lançar o livro ‘1889’ sobre o Segundo Reinando. Pretendo fechar uma triologia de datas para explicar a construção do estado brasileiro no século 19. A conseqüência é ‘1822’, é quase impossível entender a independência do Brasil sem estudar a corte no Rio de Janeiro. A partir daí começa a República. O encontro do discurso com a prática é de 26 anos para cá. É uma república muito jovem. Tenho 2 anos para pesquisar, devo lançar o livro em 2013.

A bela história de um herói anônimo

Adolescente que começou em projeto social do Bom Jardim está arrumando as malas para estudar em universidade dos Estados Unidos
Sempre interessado nos estudos, Átila Sá contou com suporte de projeto e apadrinhamento de família inglesa (SARA MAIA)
O mês da grande mudança na vida de Átila Sá, de 18 anos, está marcado: agosto, quando embarca para estudar nos Estados Unidos. Mas as pequenas mudanças, aquelas que operam as grandes transformações, ele começou ainda criança, ao entrar no projeto social José Henrique, no bairro do Bom Jardim.

Demonstrando interesse pelos estudos, Átila contou com o suporte do projeto e do apadrinhamento de uma família inglesa, através da parceria com a organização Compassion. Com acesso a cursos de teatro, informática e inglês, o menino seguiu estudando e pensando em uma universidade pública e no mercado de trabalho.

Através do programa Jovem Aprendiz, Átila se interessou por uma oportunidade no Instituto Nordeste de Cidadania (Inec), justamente pelo trabalho com projetos sociais e comunidades rurais. Para conseguir a vaga, convenceu-os de que um rapaz de 15 anos, dois anos a menos do que o perfil desejado, poderia encarar o desafio.

Encarou e ainda usou o dinheiro ganho para complementar a bolsa parcial que havia conseguido em uma escola particular, pensando na preparação para o vestibular. O tempo passado no Inec foi decisivo para a escolha profissional de Átila: Ciências Sociais, curso para o qual foi aprovado na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Bolsa nos EUA
Quando a determinação do rapaz parecia o ter levado ao lugar desejado, ensino de qualidade e público, ele encarou mais um desafio: a possibilidade de estudar nos Estados Unidos. Em julho de 2010, Átila descobriu o programa Oportunidades Acadêmicas do Education USA, apoiado pelo Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado Americano. Mesmo faltando somente duas semanas para o fim do prazo, ele correu para enviar a documentação e passou pelas fases, que incluíam prova e entrevistas por telefone em inglês. Átila relembra que, após entrar no programa, começou a concorrência e os seis meses de processo seletivo para ser aceito em uma universidade americana, fase não garantida pelo Oportunidades Acadêmicas.

O longo caminho percorrido só teve o destino confirmado no começo de 2011, quando recebeu a carta de aceitação para estudar Sociologia na Berea College, no estado do Kentucky, que lhe garantiu bolsa integral com estudo, alimentação e moradia. “Minha mãe está meio assustada, mas vai dar tudo certo. Quando tirei meu passaporte, parecia que tinha ganho uma medalha. A universidade é maravilhosa e vai receber 30 alunos estrangeiros. Eu sou o único do Brasil. Vai ser ótimo conviver com outra cultura, aprender na experiência”, comentou Átila, ansioso para o embarque em agosto.

Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
Átila Sá tem 18 anos e vai cursar Sociologia no estado no Kentucky, após ganhar bolsa integral. Advindo de projeto social no Bom Jardim, onde vive com a família, Átila é um daqueles exemplos de determinação a ser seguido.

SAIBA MAIS

Com tantas conquistas em tão pouco tempo, Átila Sá encarou a entrada no projeto iniciado pelo colega Italo Ribeiro, o React and Change, que objetiva “estabelecer uma relação entre a juventude e o governo, com a capacitação de jovens brasileiros para serem empreendedores sociais e líderes e implementem novos projetos comunitários”.

O projeto promoverá “Fórum juventude por capacitação”, que contará com a presença de 50 jovens das regiões Nordeste e Sudeste. O evento será no final de julho. Para Átila, uma grande despedida.

Samaisa dos Anjos
samaisa@opovo.com.br

Fonte: O Povo

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Governo do Estado autoriza verbas para o Programa Bolsa Universidade


O governador Cid Gomes aprovou na última quarta-feira (18) a proposta da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) para financiamento das ações de Assistência Estudantil na UVA, por meio do Programa Bolsa Universidade (PBU).  Os recursos, no valor de R$ 685.350,75, beneficiarão 200 (duzentos) estudantes, com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa, que desenvolverão atividades nas áreas de estágio de trabalho, monitoria, iniciação científica e extensão.
Os valores das bolsas variam segundo as horas de atividades no estágio e correspondem a R$ 300,00 (trezentos reais) para 30 horas semanais e R$ 150,00) para 15 horas semanais. A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Proares) já concluiu o processo de seleção de alunos candidatos às bolsas do PBU, cuja duração é de 12 meses. Segundo a reitoria, o processo de licitação para escolha do órgão que irá administrar os estágios na Universidade também já teve início.
O Programa Bolsa Universidade foi criado pela UVA em 2004 e segundo o reitor, professor Antonio Colaço Martins, a manutenção do Programa tem um importante alcance social. “Dentre os projetos prioritários apresentados pela UVA ao Governo do Estado, o PBU era o primeiro dentre todos, exatamente pela relevância social do Programa”, afirma.
Assessoria de Comunicação da Secitece
Simplícia Vianna Sinibaldi (85) 8833.3217 / plicia@a2online.com.br )

Fonte: Portal Governo do Ceará

Projeto Lamparina de Histórias em Itarema

No dia 18 de maio, o Projeto Lamparina de Histórias esteve no Centro Cultural de Itarema, a abertura  pela Banda de Música de Itarema, em seguida Alexandre Mulato-artista plástico falou sobre o evento,  foram realizadas apresentaçoes de contadores de histórias, recitação de poesias, cantos, danças, músicas.

Realmente foi uma ocasião de revermos os contadores de histórias e de recordarmos do tempo em que as pessoas sentavam no terreiro de areia branca em frente a casa e ouvia-se histórias diversas, inclusive de trancoso (mal assombradas) que muitas vezes as crianças tinha dificuldades de dormir com medo de alma.

Tempo bom de pureza e inocência, que nos restam agora só lembranças.

Evento realizado pela equipe do Lamparinas de Histórias, Júlia Barros-autora do projeto e dos membros do centro cultural, entre eles Alendre Mulato, Marli Batalha  e Sirlândia.Com o apoio da Prefeitura Municipal de Itarema

por Totó Rios

O Projeto

O "Lamparina de História" nasceu a partir de uma experiência da autora. Em uma ida ao sertão, Júlia Barros conta que viu várias lamparinas indo na mesma direção, durante uma noite. Aquela imagem ficou na sua mente martelando e fazendo-a lembrar das noites de debulha, de lua cheia, em que famílias inteiras compartilhavam do momento com muitas histórias, principalmente, as de assombração. Após manter contato com um grupo de idosos, despertou para a necessidade que estes têm em contar o que viveram, partilharam ou inventaram. A partir daí, criou o projeto. "Nasceu justamente da necessidade de conhecer os contadores de histórias tradicionais em cidades cearenses", conta. Fonte: Diário do Nordeste 

Banda de Mísica de Itarema




Alexandre Mulato-Abertura
Contando histórias
Recitação de poesia
Grupo de Dança de Itarema
Grupo Musical de Itarema
Cantando
Dança Preservação meio ambiente
Poesia
Reizado de Varjota
Contando história

Julia Barros-Autora do Projeto (centro)

Arte-Alexandre Mulato

Centro Cultural de Itarema

Centro Cultural de Itarema

Equipe do Centro Cultural

Professora Amanda Gurgel - Do sonho profissional à realidade da sala de aula

Amanda Gurgel é uma militante nata. A professora de Língua Portuguesa que chamou a atenção do país inteiro depois que o seu discurso em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado foi publicado no Youtube, já foi dirigente do Centro Acadêmico de Letras e do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Logo nas primeiras assembléias do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN) das quais participou, assumiu a postura de oposição e no ano passado se filiou ao Partido Socialista do Trabalhadores Unificado (PSTU). Aos 29 anos, Amanda leva uma vida simples como a maioria dos professores do país: sai de casa às 5h50 e só retorna às 23h, pega três ônibus para chegar ao trabalho, estuda à noite, e tem pouco tempo e dinheiro para lazer. 




Aos quatro anos perdeu os pais em um acidente de carro e foi morar no interior da Bahia com parentes. Voltou para Natal para cursar a faculdade de Letras na UFRN. Morou na residênciauniversitária e trabalhou durante todo o curso para se manter. Amanda é professora desde os 21 anos. O primeiro trabalho foi no cursinho pré-vestibular do DCE, fase que ela descreve como a melhor da sua carreira. "Era um projeto social e é uma experiência diferente, o perfil dessas turmas é de pessoas realmente interessadas e que estão em um nível de leitura e escrita que você consegue desenvolver um bom trabalho".

Segundo ela, o grande choque com a educação veio quando assumiu uma turma do 6º ano em uma escola municipal de Natal. "A minha maior frustração foi quando entrei na sala de aula para o nível fundamental, em 2005. Eu vi que os alunos do sexto ano não tinham a menor proficiência para estar nessa série, eram alunos analfabetos", recorda.

O sonho de ser professora nasceu no cursinho pré-vestibular. Amanda admirava as aulas da professora Claudina e sonhava em ser como ela. "Ela era uma professora indescritível. Eu olhava para ela e pensava 'é isso que eu quero fazer na minha vida'. Então me tornei professora", contou. Mas e hoje, o que aconteceu com esse sonho? "Eu não sei dizer o que aconteceu com o meu sonho, mas ele não é mais o mesmo, definitivamente. Eu estou em uma fase de avaliação, estou refletindo", disse. A desmotivação vem, segundo ela, dos baixos salários, da falta de condições de trabalho e do analfabetismo dos alunos.

A vida corrida, o desgaste diário e a desvalorização da profissão, renderam a Amanda um problema de saúde que ela prefere não revelar, mas que foi responsável por seu afastamento da sala de aula. Hoje, trabalhando na Escola Municipal Professor Amadeu Araújo e na Escola Estadual Miriam Coelli, ela atua na biblioteca e no laboratório de informática. "Estou em fase de readaptação de função, fora da sala de aula. Assim como eu, existem muitos professores com problemas de saúde em decorrência do nosso trabalho", afirmou.

Promotor questiona obra de shopping de Sobral

Empreendimento está em construção numa Área de Proteção Permanente, o que pode gerar impedimento legal

Construção do Shopping Sobral está em área de preservação ambiental. Projeto não teve estudo de impacto
FOTOS: WILSON GOMES
Sobral A conclusão do Shopping Sobral, em construção no Bairro Dom Expedito, poderá ser adiada, caso o juiz da 1ª Vara da Comarca deste Município, Maurício Fernandes, acate o pedido de ação civil pública impetrada pelo promotor Irapuan da Silva Dionísio Júnior, representante do Ministério Público Estadual (MPE).

A obra do empreendimento foi iniciada no fim do ano passado. O projeto prevê quatro lojas âncoras, 100 lojas satélites, três cinemas, praça de alimentação com restaurante e 150 lojas. Numa torre anexa estão previstos 11 pavimentos para funcionar um hotel de 120 leitos e 100 salas comerciais, além de estacionamento subterrâneo para 900 vagas. O lançamento da pedra fundamental ocorreu no dia 6 passado, numa solenidade bastante concorrida.

De acordo com o promotor Irapuan Júnior, titular da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Urbanismo, a obra é totalmente irregular já que o referido empreendimento está sendo feito dentro de Área de Proteção Permanente (APP), e sem Estudo de Impacto Ambiental (EIA). "Este estudo é condição imposta pela Constituição Federal de 1988, no seu Art. 225, parágrafo1º, IV, quando esta obra é potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente", disse Irapuan Júnior.

A ação civil pública é movida contra as construtoras, responsáveis pelo execução do projeto, Município de Sobral e Autarquia Municipal de Meio Ambiente (Amma). "A omissão do Poder Público no tocante ao dever constitucional de assegurar proteção ao meio ambiente não exclui a responsabilidade dos particulares por suas condutas lesivas", descreve o representante do MPE. Para ele, a Amma violou a legislação ambiental diretamente, por ter concedido graciosamente a licença prévia e de instalação do empreendimento empresarial patrocinado pela empresas Technic Construções Ltda e a Construtora Cameron. "A municipalidade foi omissa em deixar de recorrer a ilicitude do ato, pois ao contrário do que deveria proceder, cedeu terreno para a construção de tal empreendimento, conforme previsão legal, mas sem tomar as devidas cautelas quanto à legislação ambiental em vigor", disse Irapuan Júnior.

Porém, a Assessoria de Comunicação da Construtora Cameron informa que a construção do Shopping de Sobral cumpriu todos os trâmites legais e que dizem respeito às licenças ambientais para a execução da obra. Disse que a empresa vai se posicionar sobre o processo quando for oficialmente notificada da ação.

Por meio de ofício enviado ao MPE, a Amma comunicou que havia concedido licença prévia e de instalação do empreendimento, dentro da Área de Proteção Permanente (APP), sem o EIA. "A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), a quem, legalmente, caberia a concessão das citadas licenças, informou não existir processo de Licenciamento Ambiental do empreendimento Shopping de Sobral na APP do Rio Acaraú no seu Sistema de Gerenciamento e Controle Ambiental", cita o promotor na ação civil. "Ambas as autarquias ambientais violaram; a Semace, por omissão, e a Amma, por ação, à legislação ambiental em vigor", assegurou Irapuan Júnior.

Ao final da ação civil pública, o MPE requer que a obra do Shopping Sobral seja imediatamente paralisada, proibindo a construção naquela área, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, além de ficarem obrigados a recompor o terreno na forma como encontraram.

No lançamento ocorrido dia 6, o diretor da Cameron, Antônio Câmara, disse que a gestão do shopping será entregue a I Malls. O hotel será gerido por uma bandeira do ramo. "A localização é nobre na cidade, o Bairro Dom Expedito, à margem direita do Rio Acaraú, numa área total de 38 mil hectares", destacou Antônio Câmara, naquela oportunidade.

Com previsão de início das atividades em novembro de 2012, nos 61.535m de área construída, serão mais de 150 lojas, 13 quiosques e quatro lojas-âncora: Americanas, Esplanada, Supermercado Lagoa e uma quarta grande rede ainda em negociação. A praça de alimentação terá 12 lojas de fast-food, três restaurantes, sendo dois internos e um externo climatizado, e uma cafeteria. O Shopping de Sobral terá ainda cinco salas de cinema e estacionamento para 900 vagas.

MAIS INFORMAÇÕES
Promotoria de Justiça
Procuradoria Geral da Justiça
Rua Monsenhor Aloísio Pinto, 1300 Dom Expedito - Sobral (CE)

Wilson Gomes
Colaborador

Museu Histórico e Memorial da Liberdade ganha catálogo


O exemplar proporcionará a apresentação de vários objetos que perderam sua função de uso para ganhar o valor de documento.

Por: Roberta Farias

O lançamento do catálogo do Museu Histórico e Memorial da Liberdade, em Redenção, intitulado “Africania e Cearensidade”, aconteceu na sede da Secretaria de Cultura do município. A edição do catálogo teve o apoio da Associação dos Municípios do Maciço de Baturité (AMAB), uma realização do Instituto Olhar Aprendiz e patrocínio do Governo do Estado do Ceará.

O objetivo da obra não é o de simplesmente cumprir uma formalidade imposta por lei (Lei Federal nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009 – que diz respeito às diretrizes do Estatuto dos Museus). A ideia é mostrar a diversidade de peças sob a guarda do Museu, integrando a diversidade museológica do Ceará, ainda pouco conhecida pelos cearenses.

Além disso, o catálogo irá proporcionar a apresentação de vários objetos que perderam sua função de uso para ganhar o valor de documento. Desta forma, a população passa a adquirir uma reflexão sobre os modos de vida de gerações antigas e atuais para, assim, fortalecer vínculos com a história do Ceará.

A solenidade contou com a presença da secretária de Cultura da cidade, Lisiê Freire, que também atuou como oradora da solenidade; a Secretária Adjunta de Cultura do Ceará, Maninha Morais; a pró-reitora de graduação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Jacqueline Freire; o vereador Paulo Marcelo, representando a Câmara Municipal de Redenção; a secretária de Ação Social do município, Yolanda Bezerra, representando os secretários municipais; Chiquinho Tavares, representando a AMAB; Roberto Galvão, presidente do Instituto Olhar Aprendiz e mestre em História Social; e a diretora do Centro Educacional Perboyre e Silva, Maria Helena Russo, representando as escolas do município.

Durante o encontro foi destacada a importância do Museu para a cidade, assim como a difícil luta dos líderes abolicionistas do século XVII, para se conseguir a libertação da escravatura. A prefeita Cimar abriu o seu discurso com a seguinte frase “uma cidade sem passado é uma cidade sem futuro”, cuja menção foi direcionada ao destaque histórico e cultural que Redenção possui em relação aos demais municípios brasileiros, e reforçou o pioneirismo da libertação da escravatura no Brasil.

Maninha Morais, em seu discurso, falou da importância dos avanços democráticos dos acervos para se trabalhar a cultura no Ceará. Ela disse ainda que o momento é propício para tratar a memória e identidade do povo cearense. A secretária adjunta aproveitou a oportunidade para anunciar um convite a prefeita Cimar e a secretária Lisiê Freira, para participarem do I Encontro de Gestores Municipais da Cultura, no próximo dia 1 de junho. A reunião visa uma aproximação entre as culturas de cada localidade. Ela conta que no encontro será abordado o Plano Estadual de Cultura, um projeto de autoria da Secult.

Enem será em 22 e 23 de outubro e em 28 e 29 de abril

  Foto: Divulgação

A data da segunda edição do exame do ano que vem não foi definida por causa das eleições municipais

As duas próximas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão realizadas nos dias 22 e 23 de outubro e em 28 e 29 de abril de 2012. A data da segunda edição do exame do ano que vem não foi definida por causa das eleições municipais. Como os locais de prova são os mesmo utilizados para votação e ainda há dúvidas sobre a capacidade de realizar o Enem entre o primeiro e o segundo turno, o Ministério da Educação (MEC) resolveu deixar a questão em aberto. O anúncio oficial sobre as datas do Enem será feito na tarde desta quarta-feira, em Brasília, pela presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Malvina Tuttman.

O MEC sempre quis que o Enem tivesse duas edições por ano. Em 2010, o ministro Fernando Haddad cancelou, em março, a edição do primeiro semestre, que seria realizada entre abril e maio. Segundo foi divulgado na época, temia-se que, se fosse feita uma licitação, em que pesa o menor preço, o órgão contratado para realizar o exame não daria condições de segurança para a prova nacional. Em 2009, o Enem vazou quando estava sob a responsabilidade do consórcio Conasel, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, e o exame foi adiado.

No edital do exame, que será publicado amanhã no Diário Oficial da União (DOU), o Inep vai reafirmar o veto a pedidos de revisão ou vistas de provas. O instituto, porém, vai condicionar a proibição, que já existia em anos anteriores, a uma manifestação oficial da Justiça. Neste ano, houve recursos à Justiça no Rio, em Minas, São Paulo, Ceará e Pernambuco pedindo vistas de provas do Enem, movidos tanto por estudantes, quanto pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública. Em suas alegações, o Inep argumentou que a dimensão do Enem, que teve 4,6 milhões de inscritos, torna inviável os pedidos de revisão ou vistas de prova. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Último Segundo

Sobral será sede de debate sobre Plano Nacional de Educação


Serão realizados sete seminários sobre o tema no Ceará com o objetivo de levar a professores de todas as regiões as discussões sobre o Plano


A cidade de Sobral (Região Norte) será sede do próximo debate sobre o Plano Nacional de Educação. O evento ocorrerá dia 30 próximo, a partir das 8h30min, na Escola de Artes e Ofícios (ECOA), por iniciativa do deputado federal Chico Lopes (PCdoB) e de outros integrantes da Comissão Especial do PNE no Congresso Nacional.

Segundo o parlamentar, serão realizados sete seminários sobre o tema no Ceará com o objetivo de levar a professores de todas as regiões as discussões sobre o Plano, que estabelece as diretrizes da educação brasileira para os próximos 10 anos.

O primeiro seminário foi realizado na última segunda-feira, em Fortaleza. Depois de Sobral, virão encontros em Crateús, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Limoeiro do Norte e Quixadá, adianta Chico Lopes.

Fonte: Blog do Eliomar

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Recuso a liquidez


Termino de ler “Amores líquidos”, do sociólogo polonês Zigmunt Bauman, de quem já havia lido “Modernidade líquida”, e uma lágrima escorrega vadia dos meus olhos. É que toda fragilidade me comove. Sempre fui intensa e verdadeira nos sentimentos, e vê-los, de repente, feitos laços frouxos, que se desatam à toa, me deu uma imensa tristeza. Ter como estranha uma pessoa com que já se teve muita intimidade é muito doloroso.

Nasci numa época em que se comprava nas bodegas e tudo era anotado num caderninho. A garantia era a palavra. Amizade era uma relação séria, atávica até. Hoje tudo se dissolve num piscar de olhos, por motivos quase sempre banais (ou contornáveis com o diálogo e a compreensão mútua)... ficou machucada essa flor – a amizade – exposta aos espinhos da vaidade, do egoísmo, da incompreensão.

Viver num mundo líquido, quando não se sabe nadar, é dilacerante. Ninguém, ou quase ninguém, escapa do risco de escorrer entre os dedos dos outros, pois estamos todos globalizados na fluidez. Aprendemos, inclusive, a viver de modo estranho, protegidos por relacionamentos a distância. Não gostamos mais tanto de sair nem de receber visitas em casa... dá trabalho!

O que determina essa resistência ao contato físico com o outro? Bauman diz: “seria tolo e irresponsável culpar as engenhocas eletrônicas pelo lento, mas constante recuo da proximidade contínua, pessoal, direta, face a face, multifacetada e multiuso”. Fugimos, na verdade, dos nós apertados, temos medo de nos mostrar em nossas fragilidades, preferimos nos esconder atrás da imagem que criamos.

Sou real, talvez por isso não aceite conviver com a ideia de que somos ‘descartáveis’ como um objeto qualquer. Impressiona-me como as pessoas, com facilidade, perdem o espaço que ocupam na vida do outro, como abrem mão tão simplesmente do que cativaram... (não leram certamente “O pequeno príncipe”)! Recuso-me à liquidez, sobretudo recuso-me a aceitar perder as pessoas que em algum momento da minha vida foram importantes e, por uma circunstância qualquer, deixaram de ser (ou tiveram que deixar de ser). Não as elimino da minha vida como se extirpa um tumor, sem antes tê-lo diagnosticado como maligno. Não tenho a frieza dos sórdidos nem a dos fracos.

De acordo com as circunstâncias, seguro a impulsividade (benesse da maturidade), reorganizo as posições que as pessoas ocupam na minha vida, inverto as prioridades e fico esperando o mundo dá voltas. Calada. Quieta. Certa de que a vida deve ser reinventada todos os dias, mas o essencial deve permanecer intacto: o amor e a consideração aos sentimentos dos outros, independente do que tenha havido, pois, nesse, às vezes, injusto jogo da vida, nós, os delicados e aparentemente normais, sabemos quem é quem. Eu ainda acredito no ser humano, ainda acredito que nem tudo o que é sólido se desmancha facilmente no ar... definitivamente, recuso a vida líquida!

por Aíla Sampaio

Fonte: Literaila

Uece lança livro em comemoração aos 60 anos de Serviço Social no Ceará

A Universidade Estadual do Ceará (UECE) encerra, nesta quinta-feira (19), as comemorações dos 60 anos do curso de Serviço Social da Universidade com o lançamento do livro “Fragmentos do Passado e do Presente: 60 anos de Serviço Social no Ceará”. A solenidade de lançamento acontece na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE), às 15h. O livro é organizado pelas assistentes sociais e professoras da UECE, Liduina Farias Almeida, Maria da Conceição Pio e Leila Maria Passos de Souza.

O livro e suas organizadoras serão apresentados pela professora Maria do Socorro Ferreira Osterne, doutora em serviço social, líder do grupo de pesquisa família, gênero e geração nas políticas sociais e integrante do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Sociedade. Para a Professora, a obra, que contém 540 páginas, “é resultado de um esforço concentrado de pesquisa levado a efeito por suas autoras, professoras e assistentes sociais, que tiveram a feliz idéia de brindar essa categoria com a emersão de importantes recortes de seu passado. “Trata-se de uma notável contribuição ao entendimento da história das relações e contradições de classes da sociedade cearense, uma vez que não se limita à retratação da cronologia dos fatos que as autoras puderam resgatar”, destacou.

O Serviço Social legitima-se como prática institucionalizada na sociedade, na medida em que tenta responder às necessidades sociais advindas da histórica prática das classes sociais, na produção e reprodução dos meios de vida e de trabalho socialmente determinados. Assim sendo, poderá constituir assunto do interesse de outras categorias e áreas afins.

A obra

A realidade social garante inteligibilidade ao Serviço Social, tornando-o possível e necessário como profissão situada na divisão social e técnica do trabalho. As autoras cumprem, portanto, a tarefa de recompor essa história, cujo início precede ao da Uece. Seja reorganizando fragmentos biográficos dos segmentos sociais cearenses que deram suporte a antiga Escola de Serviço Social, seja colocando à mostra o contexto sociopolítico, cultural e econômico da década de 1950, ou, ainda, retratando os trabalhos do primeiro núcleo de pesquisas, o NUPEDESS, além de recuperar produções monográficas dos períodos focados.

Essa é mais uma obra de responsabilidade da Editora do UECE (EdUECE).

Assessoria de Imprensa da UECE
Fátima Serpa ( mfserpa@uece.br / 85 3101.9605)

Fonte: UECE

Acaraú-STDS e TCM celebram convênio para monitoramento de ações do Proares


A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) e o Tribunal de Contas do Município (TCM) celebram nesta quinta-feira (19) às 15 horas, convênio de cooperação técnica, científica e logística para fortalecimento das atividades de monitoramento das ações e projetos do Programa de Apoio às Reformas Sociais da STDS, o Proares II. A parceria irá viabilizar a qualificação dos gestores públicos municipais das 63 cidades contempladas pelo programa.
Para o coordenador geral do Proares, Roberto Luiz Lima Rodrigues, a iniciativa tem o objetivo de ampliar a transparência nas ações e obras sociais desenvolvidas pela Secretaria nos municípios beneficiados. “A aplicação dos recursos já é acompanhada e monitorada por técnicos da STDS, sob a supervisão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), órgão internacional financiador do Proares, em parceria com o tesouro Estadual e Prefeituras Municipais”, explicou o Coordenador.
Ainda segundo Roberto Luiz, o convênio é importante porque irá ampliar a formação dos agentes públicos e pessoas da comunidades, por meio de cursos de extensão, capacitação, aperfeiçoamento e de treinamento. Inicialmente, serão capacitados nos dias 24 a 27 próximos, agentes de 20 municípios contemplados na 3ª fase do Proares II. Entre os cursos ofertados estão o de prestação de contas, controle interno e sobre as políticas de aquisição do BID.

Neste primeiro curso, serão beneficiados os municípios de Acaraú, Alto Santo, Apuirés, Campos Sales, Capistrano, Caridade, Cariús, Iguatu, Jardim, Jijoca de Jericoacoara, Martinópole, Massapê, Mauriti, Monsenhor Tabosa, Palmácia, Pedra Branca, Pires Ferreira, Santana do Acaraú e Sobral.
Proares II
O Proares financia a construção de Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), de Educação Infantil (CEIs), de Esporte, Ginásios Poliesportivos, Pólos de Convivência e Bibliotecas. Além disso, disponibiliza às unidades de ação social já existentes, equipamentos e material permanente. O programa promove, ainda, a qualificação dos técnicos prestadores de serviços nos novos equipamentos sociais. Para escolha dos equipamentos sociais, a sociedade civil organizada, a comunidade local e representantes do poder público participam de oficina de Planejamento Participativo Municipal (PPM) e, conjuntamente, selecionam os equipamentos que serão destinados a cada município.“O Proares tem o objetivo de melhorar serviços que devem ser prestados com qualidade a crianças, jovens e famílias em situação de vulnerabilidade social no interior do Estado. Esses benefícios chegam por meio de novos espaços de convivência social, cultural, esportiva e de lazer”, destaca o titular da STDS, Evandro Leitão.

Os recursos do Proares II totalizam US$ 64,2 milhões, financiados pelo Governo do Estado, junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para a implementação do programa. Desse montante, US$ 45 milhões são oriundos do BID e outros US$ 19,2 milhões de contrapartida Estadual e Municipal.

Serviço
Data: 19 de maio (quinta-feira)
Horário: 15 horas
Local: Tribunal de Contas do Município - Rua Oswaldo Cruz, 1024, Aldeota

19.05.2011
Assessoria de Imprensa da STDS
Carlos Eugênio Saraiva ( imprensa@stds.ce.gov.br / 85 3101.2089 - 2099)

Fonte: Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social

Ematerce convoca agente rural para Cruz/CE

O Município de Cruz, região do Baixo Acaraú, receberá um novo agente rural, aprovado em concurso público elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce). O agente assumirá como bolsista contratato pela Fundação Cearense de apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). A convocação será feita até o próximo dia 23 e o profissional deve assumir até o início do mês de junho.

Com a nova contratação, aumentar-se-á a abrangência da prestação de assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares no Município.

Segundo o presidente da Ematerce, José Maria Pimenta Lima, a contratação de mais agentes rurais para a Ematerce significa mais empregos no meio rural para técnicos agrícolas de nível médio, além de possibilitar a ampliação das ações extensionistas, nos 184 municípios do Estado, oferecendo, assim, assistência técnica e extensão rural a maior número de agricultores familiares, atendendo em torno de 140 mil agricultores familiares.

Além de Cruz, serão convocados agentes rurais para serem lotados nas seguintes cidades: Chorozinho (2), Pacajus (2), Alcântara (1), Ipu (1), Massapê (1), Meruoca (1), Reriutaba (1), Tianguá (1), Monsenhor Tabosa (1), Ibaretama (1), Paramoti (1), Acarape (1), Barreira (1), Guaramiranga (1), Ocara ( 1) e Iracema (1).

Cemitério vira atração turística em Fortaleza

Apesar de alguns estarem abandonados, mausoléus do campo santo fazem parte da memória da cidade

A beleza arquitetônica dos mausoléus chama a atenção dos visitantes. Há visitas guiadas no São João Batista
FOTO: BRUNO GOMES
A ideia é antiga, mas somente agora vem ganhando corpo nas escolas por iniciativa dos próprios estudantes. Tratam-se das visitas ao Cemitério São João Batista, que fica no Centro de Fortaleza, e seus mausoléus, que fazem parte da memória da cidade. Através deles, se conta a história do apogeu das classes ricas, sendo que alguns se encontram abandonados.

Boa parte das edificações, construídas para reverenciar os mortos, são datadas de 1860, quando o local foi inaugurado. Na arquitetura dos jazigos, vários estilos se misturam, com destaque para o neo clássico e o barroco. A ideia da administração do equipamento é fazer com que o local passe a ser frequentado pelos visitantes, fazendo com que esteja integrado ao roteiro turístico da Capital.

O administrador Antônio Carvalho informou que já há entendimentos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), através da Santa Casa de Misericórdia, administradora do local, com vista a se chegar a um termo como o Governo Federal. Assim, seria possível ajudar o São João Batista e inseri-lo como um destino turístico do Centro.

"Por enquanto, estamos aguardando uma vista de técnicos do órgão. O objetivo é no sentido de reabilitar o cemitério para a visitação de turistas", ressaltou o administrador.

No entanto, a expectativa maior é no sentido de que haja repasse de recursos com vistas ao restauro dos mausoléus, que estão, há vários anos, sem que passar por reformas.

Antônio Carvalho explica que é esse o mais sério gargalo, já que o São João Batista não recebe recursos dos governos estadual e municipal e está vinculado à Santa Casa de Misericórdia, entidade filantrópica.

Apesar da indefinição de apoio de verba pública, o cemitério, curiosamente vem sendo visitado por grupos de estudantes, de forma voluntária ou por iniciativa de entidades, como a Terra da Luz.

Guias

A estudante de turismo e funcionária do cemitério Layane Gadelha, diz que os grupos têm aumentado a cada dia. Ontem, por exemplo, grupo de estudantes do Liceu do Ceará estiveram no local e aproveitaram para conhecer a história das personalidades sepultadas e com forte ligação com a história do Ceará.

"Muitas pessoas chegam aqui sem sequer saber que temos um serviço de guia. Somos treinados para prestar informações sobre a história do cemitério das principais personalidades sepultadas", disse Layane.

Para ela, esse serviço é importante para os estudantes, porque são repassadas informações importantes sobre figuras históricas, antes somente conhecidas pelos nomes de ruas e avenidas.

No caso do São João Batista, Layane lembra que há uma arquitetura muito expressiva, onde se mesclam várias tendências, umas com muitas ostentação e outras nem tanto, mas sempre transmitindo o sentimento de pesar pela morte dos entes queridos.

Ela lamenta, no entanto, que muitos mausoléus se encontrem abandonados. O principal deles é onde estão os restos mortais do Barão de Aratanha, homem importante que residia na Parangaba e grande proprietário de imóveis no Centro. No seu mausoléu estão sepultados outros membros da família Albano. "Há vários mausoléus abandonados, por não mais existir descendentes ou por decisão dos herdeiros", ressaltou

Segundo a Coordenação de Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) não existe nenhum projeto de proteção ou restauro do São João Batista, No entanto, qualquer cidadão ou entidade pode solicitar um pedido formal nesse sentido para o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic). Mais informações 3105.1291.

ARTE
Barroco e o neoclássico predominam no local

Enquanto o Mausoléu do Barão de Aratanha traz lembranças do período barroco, pela religiosidade e pela expressão dos rostos das imagens, há uma predominância do neoclássico, onde há uma repaginação da arquitetura greco-romana.

O memorialista Marciano Lopes destaca esse mausoléu pela imponência. Elaborado em cobre, tem imagens com tamanho real e está desde o final da década de 90 sem receber serviços de manutenção.

Outro ícone de arquitetura e arte é o mausoléu da família Ferreira Fontenele. O mais importante foi construído para Joana Cabral da Mota. Erguido com mármore, há imagens de ninfas. Recentemente, foram instaladas placas de granito. A obra teve assinatura do artista plástico Frederico Skinner.

Exemplo de esquecimento é do estudante João Nogueira. Para a administração do São João Batista é o mausoléu com maior diversidade de detalhes e símbolos. Trata de um jovem de 22 anos que foi morto à queima roupa, no chamado crime movido pela defesa da honra. Ele havia esmurrado um cobrador de seu pai, e depois foi vingado com a execução em frente ao Clube dos Diários, em 1912.

Justiça

O mausoléu traz a expressão latina ´Justus Deus´ (Justiça de Deus), numa alusão, a falta de punição ao autor do assassinato (absolvido em três julgamentos). Há também imagens dos pais chorando sobre o caixão e dois corações com uma flecha transpassando, numa imagem de dor pela perda.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

História da Educação do Ceará - educação no processo de colonização



Fonte: Baú da Educação do Ceará

Fagner - Trajetória Artística

TALENTO EM FOKO entrevista RAiMUNDO FAGNER no estúdio Ararena.
O astro fala sobre a sua trajetória musical  e das parcerias que marcaram a sua carreira. O renomado artista cearense está a preparar as músicas de seu trabalho relativo aos seus 40 anos de carreira.
PS: A entrevista foi realizada em Maio de 2011 e postada em duas etapas.

Local: Estúdio Ararena - Fortaleza-CE-BR

Camera: Genecy Sombra

Report-edit-post: Klërton-Kekê
Contato: (85) 9943.4599

Apoio grafico-virtual: Revista Forró Show . com

Des. Francisco Sales Neto recebe Título de Cidadão Cearense


O desembargador Francisco Sales Neto, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ/Ce), recebe amanhã, 6a.feira (20/05), a partir das 19h:00, o Título de Cidadão Cearense. A honraria é uma homenagem da Assembleia Legislativa do Estado pelos 32 anos de serviços dedicados à magistratura. 

“Estou muito feliz com a homenagem porque representa a coroação de minha vida no Ceará. Aqui consegui o meu primeiro emprego, cursei faculdade, casei, constituí família e sigo firme dando minha contribuição na nobre arte de julgar”, externou o desembargador, que é integrante da 1ª Câmara Cível do TJ/Ce. 

Sales Neto reside no Ceará há 46 anos, dos quais 32 dedicados ao Poder Judiciário. São quatro anos como desembargador do TJCE, 16 anos na Comarca de Fortaleza e 12 em comarcas do interior do estado. 

Pelo trabalho realizado em vários municípios, recebeu títulos de Cidadania das cidades de Alto Santo, Iracema, Jaguaribe, Aracoiaba, Morada Nova, Jaguaretama e Cedro.

Na capital, recebeu voto de congratulações da Câmara Municipal por “excelente desempenho profissional”, em dezembro de 2003. “Só faltava o Título de Cidadão Cearense”, lembra o desembargador, que é autor do livro “Dosimetria das Penas - Elementos de Aplicação”, publicado pela Editora Premius.

Natural de Catolé do Rocha, na Paraíba, Sales Neto nasceu em 4 de setembro de 1945. É filho de Francisco de Sales Filho e Maria Francisca da Conceição. Chegou ao Ceará em 1965, aos 19 anos de idade. Seu primeiro trabalho foi como professor primário do Colégio Brasil, em Fortaleza. 

Em seguida atuou como advogado na cidade de Morada Nova. Depois exerceu o cargo de promotor de Justiça em Jaguaruana e, em 1979, assumiu o cargo de juiz Substituto de Alto Santo. 

A propositura da homenagem foi de iniciativa do ex-deputado Francini Guedes. A solenidade de entrega do título acontecerá no plenário da Assembleia Legislativa do Estado.

Fonte: TJ/Ceará / Direitoce

Aniceto's - Banda Cabaçal faz apresentação


Depois de inúmeras participações em diversos eventos pelo Brasil, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto fará a sua primeira apresentação completa em Fortaleza. O evento cultural, que tem o patrocínio da Petrobras, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), acontecerá no próximo dia 27 de maio, às 19 horas, na Praça José de Alencar. Para os apreciadores das variadas formas de manifestação da cultura tradicional popular, trata-se de uma oportunidade especial, já que até então o espetáculo foi visto na íntegra apenas pelos europeus.

O conjunto musical surgiu ainda no século XIX, mais precisamente em 10 de maio de 1835, tendo como idealizador José Lourenço da Silva (José Aniceto). Nos seus primórdios, os tambores (zabumbas e “caixas” ou taróis) eram confeccionados com peles de bode ou carneiro esticadas sobre enormes cascas de cabaças secas e cortadas. Atualmente, a banda é composta por seis descendentes dos índios Cariri, todos eles agricultores do Crato.
Os irmãos Aniceto não se destacam apenas como músicos. Na verdade, eles se colocam também como atores que desempenham uma performance única, onde cada um se utiliza de passos matreiros e intuitivos, amparados pelos modelos ancestrais de dançar e imitar animais. Tal apresentação ainda evolui em danças e coreografias particulares, diferenciado-a de qualquer outra banda. Em geral, são utilizados instrumentos de percussão e sopro, dois pifes (pífanos e flautas rústicas de madeira), um zabumba e uma “caixa”.
Considerado um grupo mantenedor da tradição popular e portador de legítima autenticidade folclórica, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto já alcançou considerável projeção regional, nacional e européia, inclusive brilhando ao lado de Hermeto Pascoal e do Quinteto Violado. Em 1998, participou de uma temporada de um mês e quatro dias no espetáculo “Ciranda dos Homens, Carnaval dos Animais”, do coreógrafo Ivaldo Bertazzo, no Teatro do SESC Pompéia (SP).

A obra dos protagonistas cratenses já foi contemplada com três registros fonográficos: um disco compacto pelo Ministério da Educação e Cultura (1978); um CD lançado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, através do Projeto Memória do Povo Cearense, produzido pela Equatorial Produções e Cariri Discos (1999); e o “Forró no Cariri” (2004), novamente pela Equatorial Produções e Cariri Discos. Além desta visibilidade, a Banda Cabaçal também participou de filmes e documentários para TV.

Antes de passar pela capital cearense, o conjunto musical abre a turnê de seis apresentações pelas regiões Nordeste e Sudeste no município do Crato, no dia 20 de maio. Em seguida, o espetáculo popular poderá ser visto no Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Santos (SP) e em São Paulo (SP), em datas a serem definidas. Todos os shows serão gratuitos, o que possibilitará a população das cidades visitadas terem contato direto com o sexteto, considerado patrimônio da cultura tradicional nordestina.

SERVIÇO
Apresentação da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto em Fortaleza. Local: Praça José de Alencar. Data: 27 de maio de 2011. Horário: 19h00min. Duração: 60 minutos. Informações: (85) 3082.6311 / flexos@flexos.com.br (Flexos Artes).
Fonte: O Estado

Sobre imagens e narrativas

Reunindo pesquisadores, estudantes e profissionais, o I Colóquio de Pesquisas em Narrativas Audiovisuais tem início hoje em Fortaleza
Afamada pelo trabalho com os Yanomami, a fotógrafa sueca radicada no Brasil, Claudia Andujar, será destaque no evento (CLAUDIA ANDUJAR/DIVULGAÇÃO
Debruçando-se sobre a relação entre imagem e pesquisa acadêmica em ciências humanas, entre desafios e dilemas que esse processo impõe a pesquisadores na prática, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) promove hoje e amanhã o I Colóquio de Pesquisas em Narrativas Audiovisuais. O evento tem início a partir das 10h30min na Livraria Cultura.

Segundo a coordenadora do evento, Danielle Araújo, o objetivo do colóquio é debater a questão do uso da imagem na composição de pesquisas acadêmicas em ciências humanas. “Muitas vezes, o uso dessa imagem não fica muito claro para o pesquisador, que frequentemente a utiliza baseado na emoção. A proposta é pensar metodologicamente o seu uso em diferentes atuações”, afirma a coordenadora.

Nesse contexto de apropriação da imagem, outro aspecto a ser discutido no colóquio é a sua articulação com o texto em trabalhos acadêmicos. “Um ponto a ser destacado é que o texto também é imagético. Sendo assim, o que o pesquisador pretende ao acrescentar uma imagem à pesquisa? É importante pensar suas possibilidades e como se dá esse processo de construção muito particular.”, destaca a pesquisadora.

Apesar de considerar todos os nomes do evento “absolutamente destacáveis” - entre pesquisadores, fotógrafos, realizadores em audiovisual, entre outros profissionais -, a coordenadora ressalta as presenças do antropólogo e fotógrafo carioca Milton Guran e da fotógrafa Claudia Andujar. “Por serem dois nomes de fora do Estado, existe todo um carinho pela vinda deles. No caso da Claudia, vale lembrar que é a primeira vez que ela vem a Fortaleza. É uma oportunidade especial”, disse Danielle.

Para ela, a importância de Claudia Andujar no evento consiste “exatamente por ela ser a principal fotógrafa a articular imagem, comunicação e grupos indígenas”. “Ela dedicou toda uma vida a esse propósito, em completa imersão no campo da imagem como meio para dialogar tanto com os índios Yanomami como com a sociedade ‘externa’”, afirmou.

A pesquisadora ainda ressaltou a importância da pesquisa sobre imagem e a emergência de grupos indígenas no Nordeste, reivindicando propriedade de terras e “se reconhecendo” etnicamente. “Há vinte anos nós não tínhamos essa discussão como está posta. E a Claudia (Andujar) tem registro de parte disso, por meio da experiência com os índios Yanomami. Tudo com um olhar muito lapidado e apurado para captar aquela realidade.

A programação do evento é aberta ao público. Os interessados em receber certificado de participação podem realizar as inscrições ainda hoje, pela manhã, na Livraria Cultura. Os valores variam de R$10 a R$35, com preços para estudantes e professores.

SERVIÇO

I COLÓQUIO DE PESQUISAS EM NARRATIVAS AUDIOVISUAIS
Quando: hoje (19) e amanhã (20).
Onde: Livraria Cultura / Shopping Varanda Mall (Av. Dom Luis, 1010)
Mais informações: (85) 4008 0800

Yuri Tavares

Fonte: O Povo

Costumes vintage

Jovens resolvem resgatar objetos antigos e reencontram a beleza de curtir certos hábitos de outros tempos. Câmeras analógicas, máquinas de escrever, vitrola, discos de vinil e videogames são alguns dos objetos que essa galera não abandona

É bem difícil se imaginar hoje sem as facilidades da tecnologia. Ainda que se tenha mais de vinte anos, parece impossível lembrar como era o mundo sem celular, sem mp3, com pouca acessibilidade à internet e, menos ainda, tirar fotos sem ver na mesma hora o resultado. Mais ainda, tirar fotos contando que vai poder, no máximo, usar 36 poses em um filme. Aliás, filme, revelar? O que era isso mesmo?

O fotógrafo e designer Filipe Acácio, 25 anos, lembra bem desse processo. Isso porque resolveu resgatar uma câmera analógica da família e voltar a usá-la. Apesar de formado como fotógrafo na era digital, Filipe reencontrou a beleza do analógico. "O mais legal dessa câmera é o tempo que ela te dá. O tempo de pensar na foto, de esperar a revelação, de refletir se vale a pena gastar uma pose com aquela foto...", reflete.

O FOTÓGRAFO Filipe Acácio encontrou uma antiga câmera da família e voltou a fotografar
FOTOS: GEORGIA SANTIAGO
Filipe diz que até os efeitos do tempo no equipamento dão beleza à foto. "A poeira, o mofo, isso gera um estética na imagem", comenta o designer que voltou a usar o analógico em 2008, após cerca de cinco anos sem nem encostar em um filme.

Para ele, essa experiência não é encarada com nostalgia, e sim mostra o que esses costumes trazem para os dias de hoje. "Me encanta essa pluralidade, a mistura de costumes antigos com a realidade de hoje. A gente vive em uma loucura de tempo tão grande que esses processos antigos nos trazem um descanso, uma pausa para respirar", reflete Filipe, que também gosta de roupas de brechó e decoração com cara de antiguinha, como o piso do estúdio em que trabalha.

Vitrolas e vinis
Outros que se encantam pela decoração antiga é o casal Lina Cavalcante, 29 anos, e Julio Temporal, 28. Os dois herdaram os móveis da família que, junto com a beleza, carregam várias histórias. "Eu olho para esses móveis e vem a lembrança da minha casa, de como e onde eles foram comprados", comenta a jornalista e estudante de psicologia.

JULIO TEMPORAL e Lina Cavalcante herdaram móveis antigos e costumam ouvir discos de vinil com os amigos
FOTO: JOSE LEOMAR
Além da decoração, o casal também é apaixonado por discos de vinil, ouvidos em sua vitrola portátil. Comprada em uma loja do centro de Fortaleza, a radiola hoje é a principal responsável por encontros de amigos da casa de Lina e Julio, além de momentos a dois escutando seus vinis favoritos. "Nossos amigos nos ligam para vir aqui só ouvir discos na vitrola. Por ela ser portátil, nós também a levamos para os encontros nas casas deles".

Os dois gostam tanto do som produzido pelo vinil, que se recusam a comprar os lançamentos e só compram discos antigos. "Os novos são caros e não têm o mesmo charme", define Lina. Para eles, além do som, o design das capas, as fotografias, e até os nomes escritos nos encartes fazem parte da graça do objeto. "É divertido observar, por exemplo, as modas da época que hoje voltaram", comenta Lina. "Essa preocupação com a arte do encarte já foi se perdendo um pouco com o CD, já era bem menor", acrescenta Julio.

Apesar de gostarem de "música de velho" (como já definiu a mãe de Lina), vinis e móveis antigos, o casal não sente que nasceu na época errada. "Gosto de não pertencer a nenhuma época, prefiro a liberdade de vivenciar de outras formas os outros tempos", reflete Lina.

De outros tempos
Mas não é bem assim que pensa a estudante Marina Araújo, de 20 anos. A escritora tem como objeto-xodó uma máquina de escrever de 1965, que permanece em pleno funcionamento. "Sinto que nasci na época errada. Eu seria uma maravilhosa jovem dos anos 70", comenta.

Marina Araújo já escreveu um livro de 100 páginas na máquina de escrever
Fã da escritora Clarice Lispector, Marina se inspira não só na literatura dela, mas nas fotos de Clarice sempre com sua máquina de escrever. O gosto pelas letras, herdado do avô, fazia com que Marina gastasse folhas e folhas de papel com seus textos escritos a mão. Com a atual máquina que "ganhou" do avô de uma amiga, Marina exercita o hábito de escrever.

"Escrevo contos e já escrevi um livro de 100 páginas nessa máquina. Mas hoje em dia uso menos pois a fita é difícil de encontrar", comenta a estudante, que hoje prefere usar a máquina para escrever cartas a amigos próximos e distantes, outro costume perdido após o e-mail e o SMS.

Se é inusitado imaginar uma jovem de 20 anos escrevendo em uma máquina de 1965, saiba que é possível você encontrá-la pelas praças da cidade buscando inspiração para seus contos enquanto digita na máquina. "Já andei de ônibus com ela debaixo do braço para ir escrever perto do mar. As pessoas mais velhas admiravam muito, enquanto alguns mais jovens tiravam foto", relembra.

Apesar de sentir que poderia ter nascido em outra década, Marina não consegue se imaginar sem a tecnologia. A diferença é que ela acredita que não é preciso excluir antigos objetos e costumes para substituir por outro. "Continuo gostando, por exemplo, de ler livros antigos. A minha relação com a máquina é a de pensar melhor no que vou escrever", reflete.

Colecionador
Pois se Filipe, Lina, Julio e Marina conservam apenas poucos objetos antigos como favoritos, o designer Daniel Gularte, 34 anos, tem uma coleção deles. Aficionado por jogos eletrônicos, Daniel mantêm cerca de 115 aparelhos de jogos eletrônicos (videogames, aparelhos portáteis e minigames), mais jogos, cartuchos, controles e outros acessórios que somam mais de 1000 itens. "É preciso um quarto inteiro para organizar a coleção, com prateleiras bem divididas, para manter a qualidade e durabilidade dos produtos".

DANIEL GULARTE foi além e hoje conserva mais de 1000 itens relacionados a jogos eletrônicos
FOTO: WALESKA SANTIAGO
Daniel ainda joga com todos os videogames, tanto como diversão, quanto para manter a durabilidade dos aparelhos. "A sensação é não somente de nostalgia, mas de experimentação, pois com estes objetos eletrônicos podemos estudar um pouco a usabilidade e o design", observa.

Como bom colecionador, o designer tem um pouco de, digamos, zelo por seus aparelhos. Por isso, mal deixa alguém encostar neles. "Eu não costumo abrir minha coleção para que as pessoas joguem. Afinal são itens valiosos e que precisam de resguardo. Eu possuo uma coleção alternativa, onde tenho uma Atari, um Nintendinho, um Mega Drive e um Super Nintendo onde faço raramente alguns encontros com amigos".

Pois, seja para reunir amigos, para guardar e contemplar ou para dividir como companheiro, os objetos e hábitos de nossos pais e avós guardam um charme que faz com que mereçam ser resgatados e mantidos ainda por um bom tempo.

Gabriela Dourado
Especial para o Zoeira

Fonte: Diário do Nordeste