sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ipaumirim ganha Ponto de Leitura

O ponto de leitura vai ser na casa de Jerônimo Jorge, que preserva memória arquitetônica e histórica
FOTO: WESCLEY JORGE
Fortaleza Está quase na hora de abrir as portas e janelas. Está quase no momento de abrir as páginas e participar de uma das mais importantes e essenciais iniciativas para o despertar da leitura num pequeno lugar no interior do Ceará. Em Ipaumirim, hoje, às 20 horas, será inaugurado, na Praça Padre Cícero, 10, o Ponto de Leitura Casa Jerônimo Jorge.

É um local dedicado ao incentivo da leitura, à realização de cursos, oficinas, palestras e mostras de vídeos, e ideal para fomentar o pensamento artístico e cultural. O processo de instalação se dá por meio de edital público federal do projeto mais "Cultura e do Plano Nacional do Livro e Leitura", do Ministério da Cultura, que é destinado à pessoa física ou jurídica para a realização de projetos de incentivo à leitura.

O primeiro a ser instalado em Ipaumirim é de iniciativa do artista plástico paulista, radicado em Fortaleza, Felipe Gregório Castelo Branco Alves, que foi contemplado em sua terceira tentativa. Segundo ele, o local se diferencia de uma biblioteca comum por ter um projeto de incentivo à leitura. Desta forma, sua importância se dá na aquisição do acervo específico, e das atividades lúdicas e artísticas que serão desenvolvidas ao longo do projeto, que tem duração inicial de seis meses.

"Nosso objeto maior está na tentativa de formação e público, e na criação e identificação de alguns grupos que se destaquem nas atividades para assim justificar a importância desta iniciativa e poder buscar a sustentabilidade do projeto", conta Gregório. Para ele, a ideia de ter um ponto de leitura surgiu para proporcionar a crianças, jovens e adultos um meio de ter acesso aos livros e à leitura, entre outras atividades culturais e artísticas. O local onde vai ficar o ponto de leitura é uma história a parte. A casa de Jerônimo Jorge, ilustre morador da cidade, é um patrimônio e preserva memória arquitetônica e histórica. O investimento foi de R$ 14 mil, com recurso dos Governos Federal, Estadual e Municipal.

Historiador Totó Rios-Homenageado com Troféu Nicodemos Araújo

O Historiador Totó Rios foi um dos homenageados com o Troféu Nicodemos - Reconhecimento Cultural-2011.
Totó Rios recebeu o Troféu do Prefeito Pedro Fonteles dos Santos
Totó Rios ao receber o troféu, falou sobre seu trabalho histórico e cultural:
 
"Gostaria de agradecer a todos que contribuíram com este trabalho: a meus pais Arimá Silveira e Gisela Rios, aos meus irmãos, a minha esposa Fatinha e a minha filha Lorena, ao Colégio Virgem Poderosa onde obtive minha formação, aos meus amigos.

Agradeço ao prefeito de Acaraú Pedro Fonteles dos Santos e ao secretário de Cultura e Turismo Vandick Mesquita pela realização do I Encontro dos Escritores do Vale do Acaraú.

Realizo desde 2008 o trabalho de resgate histórico e cultural com o Projeto Acaraú pra recordar através do blog e de outros meios na internet com o objetivo de preservar, organizar e disponibilizar os conjuntos documentais fotográficos e a descrição dos fatos; acervo documental para preservação da História, Cultura e da Literatura de Acaraú.

O poeta e historiador Nicodemos Araújo, foi o inspirador deste trabalho de resgate da história de Acaraú que desenvolvo, os livros do autor citado servem de embasamento para minha pesquisa, e graças a ele recebo esta comenda.

O poeta e genealogista Francisco José Ferreira Gomes também tem contribuído para contar a história da Barra do Acaraú.

Agradeço o troféu recebido e ofereço-o em homenagem a meu irmão Luciano Rios (in memorian).

Através do Blog do Totó Rios divulgo a riqueza cultural do Ceará e do Blog Paróquia de Acaraú a história da igreja.

Realizo pesquisa em livros históricos, visitei várias famílias, escolas, igrejas pra obter fotografias sobre as personagens, eventos, patrimônio histórico possuo um acervo com mais de 4.000 fotos. Estive visitando as cidades do Vale do Acaraú, os historiadores, escritores a fim de enriquecer meu trabalho histórico."


Em seguida recebeu os cumprimentos dos membros da mesa de autoridades e homenageados.

Totó Rios
Zé de Fátima, Pedro Fonteles,Totó Rios,Dimas Carvalho e Francisco José
Conceição Tomás-Históriadora de Santana do Acaraú
Dom Edmilson da Cruz
Francisco José-Poeta e Genealogista
José Luís Lira- Pres. da Academia Sobralense de Letras e Totó Rios
Totó Rios e o poeta Zé de Fátima


Poeta Nicodemos Araújo foi homenageado em Acaraú

 Numa noite de bela homenagem ao poeta Nicodemos Araújo, promovida pela Secretaria de Cultura e Turismo de Acaraú que tem a frente o jovem Wandick Mesquita, e realizada no auditório da EEEP Marta Maria Giffoni de Sousa, os convidados e visitantes tiveram o prazer de conhecer um pouco mais sobre a historia do poeta e historiador que nasceu na então vila de Santa Cruz, em 10 de março de 1905, hoje, cidade de Bela Cruz. 

Nicodemos Araujo escreveu valiosos trabalhos sobre a região norte do Ceará, notadamente sobre Bela Cruz e Acaraú. O poeta é autor de 12 livros de poesias, 12 de historia, com incursão pelo teatro, biografia e genealogia. 


Obras estas que pôde ser conferida com a exposição do acervo bibliográfico, arquivo fotográfico, medalhas condecorativas e objetos (caneta, óculos, relógio, prato, bolsa e paletó) de propriedade do poeta Nicodemos Araújo que pertenceu a Academia Sobralense de Estudos e Letras, Academia Cearense de Letras, Academia de Letras Municipais do Brasil a União Brasileira de Escritores. Nicodemos Araújo faleceu há exatos 12 anos, 23 de Junho de 1999. 

Durante a homenagem ocorreu o I Encontro de Escritores do Vale do Acaraú, oportunidade em que personalidades da região e do estado receberam o Troféu Nicodemos Araújo de reconhecimento cultural. Ao evento estiveram presentes vários escritores e poetas da região, políticos, secretários municipais, jornalistas, radialistas, educadores e estudante. Entre os presentes, compareceram a Sra. Conceição Tomaz, sobrinha do poeta acarauente, considerado o Príncipe dos Poetas, o Padre Antônio Tomaz, e o professor Ambrósio, da Universidade Estadual Vale do Acaraú, representando o homenageado Vicente de Freitas. 

Houve a apresentação da Banda de Música Municipal Maestro Milton Gomes, além de apresentação do Quinteto da Banda Municipal de Cruz que recepcionou os presentes, os músicos que entoaram músicas clássicas, além do Hino de Acaraú (letra de Nicodemos Araújo).

Foram homenageados com o Troféu Nicodemos Araújo, o escritor e professor Dimas Carvalho; o pesquisador e comerciante Lucivan Rios (Totó Rios); o bispo de Limoeiro do Norte, Dom Edmilson Cruz; o cordelista José de Fátima Silva; o primeiro Secretário de Cultura de Acaraú, Francisco José Ferreira Gomes; e o escritor Vicente Freitas. No final do evento, houve ainda a palestra “O papel do escritor nos dias de hoje”, ministrada pelo professor José Luis Lira, advogado, escritor e membro da Academia Cearense de Letras.

O Secretário de Cultura e Turismo de Acaraú, Wandick Mesquita, ressaltou que o evento é muito importante para o resgate cultural, uma vez que leva “os grandes vultos da cultura a trocarem experiência com os mais jovens, que passam a conhecer um pouco mais dos que se destacam no campo cultural, além do evento ser um importante passo na valorização do patrimônio histórico-cultural”. O secretario ressaltou ainda que “nem todo esforço seria o bastante para homenagear os escritores premiados, de tão grande importância histórico-cultural, além da importância em se lembrar e homenagear personagens tão fundamentais a nossa região, como Nicodemos Araújo”.

A solenidade foi encerrada com uma homenagem a Nicodemos Araújo, com cordel escrito pelo poeta José de Fátima intitulado “Eternas saudades, Manuel Nicodemos Araújo”. 

A partir do dia de hoje, 23/06, a exposição sobre Nicodemos Araújo ficará aberta a visitação na Biblioteca Pública que leva o seu nome, situada na Rua Major Coelho, s/n, no Centro do Município, em frente à Praça do Colégio Virgem Poderosa. O horário de visitação é de 7h30min às 11h30min e de 13h30min as 21h.

Fonte: Blog Jhonatas Adams

I Encontro de Escritores homenageou Nicodemos Araújo

Poetas, memorialistas e pesquisadores naturais da região do Baixo Acaraú receberam na última quarta-feira (22/6) o Troféu Nicodemos Araújo, pelo reconhecimento dos relevantes serviços prestados à cultura da região no I Encontro de Escritores do Vale do Acaraú. O evento foi promovido pela Prefeitura Municipal de Acaraú, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo. O grande homenageado da solenidade foi o poeta e pesquisador belacruzense Nicodemos Araújo (1905-1999), que dispõe de uma vasta obra entre poesia, peças de teatro, história e obras memorialistas. Exposição com acervo bibliográfico, medalhas condecorativas e fotografias ficaram expostas nos corredores da Escola Estadual Profissionalizante Marta Maria Giffoni de Sousa, no bairro Mons. Edson Magalhães, em Acaraú.

Receberam o Troféu Nicodemos Araújo as seguintes personalidades: o professor e escritor acarauense Dimas Carvalho (neto de Nicodemos Araújo); o bispo de Limoeiro do Norte, Dom Edmilson da Cruz (natural de Aranaú, distrito de Acaraú); o pesquisador acarauense Lucivan Rios (Totó Rios); o poeta e diretor do Museu Vicente de Paula Rios, José de Fátima, natural de Itarema; o advogado e escritor acarauense, que foi o primeiro Secretário de Cultura de Acaraú, Francisco José Ferreira Gomes (filho João Jaime Ferreira Gomes); e o poeta, cronista e caricaturista belacruzense Vicente de Freitas.

Ao receber o troféu, o escritor Dimas Carvalho, emocionado pela homenagem, defendeu a necessidade de “manter-se acesa a tocha que foi a produção de Nicodemos Araújo relativa à história, teatro e jornalismo para que os jovens das atuais gerações possam ter consciência da importância de meu avô para a história e a cultura do Vale do Acaraú”.

O Secretário de Cultura e Turismo de Acaraú, Wandick Mesquita, ressaltou que o evento é muito importante para o resgate cultural, uma vez que leva “os grandes vultos da cultura a trocarem experiência com os mais jovens, que passam a conhecer um pouco mais dos que se destacam no campo cultural, além do evento ser um importante passo na valorização do patrimônio histórico-cultural”.

O Secretário, jubiloso por ser o primeiro a promover o I Encontro de Escritores do Vale do Acaraú, ressaltou que “nem todo esforço seria o bastante para homenagear os escritores premiados, de tão grande importância histórico-cultural, além da importância em se lembrar e homenagear personagens tão fundamentais a nossa região, como Nicodemos Araújo”.

O poeta membro da Academia Cearense de Letras e presidente da Academia Brasileira de Hageologia, professor José Luis Lira proferiu palestra intitulada “O papel do escritor nos dias de hoje”. Na sua apresentação, Lira definiu o escritor como “observador, historiador, capaz de disfarçar até mesmo sua dor, retratando seu espaço, como fez brilhantemente Nicodemos Araújo”.

Citando pensamentos relativos ao tema de grandes nomes da Literatura, como Rachel de Queiroz, Clarice Lispector e Fernando Pessoa, entre outros, discorreu que o escritor, “enquanto partícipe de um estilo, de um pensamento, imprime sua marca em sua obra, fazendo com que gerações futuras usufruam do seu trabalho”.

Na solenidade, apresentaram-se a Banda de Música Municipal de Acaraú Maestro Milton Gomes e o quinteto da Banda Municipal de Cruz, que entoaram músicas clássicas, além do Hino de Acaraú (letra de Nicodemos Araújo). Entre os presentes, compareceram a sobrinha do poeta acarauente, considerado o Príncipe dos Poetas, o Padre Antônio Tomaz, a Sra. Conceição Tomaz; o Prefeito de Acaraú, Pedro Fonteles (‘Pedim do Cleto’), juntamente com a Primeira-dama do Município, Fátima Moraes; o professor Ambrósio, da Universidade Estadual Vale do Acaraú, representando o homenageado Vicente de Freitas; além de secretários municipais e o público em geral.

A solenidade foi encerrada com uma homenagem a Nicodemos Araújo, com cordel escrito pelo poeta José de Fátima intitulado “Eternas saudades, Manuel Nicodemos Araújo”. Seguem alguns versos do cordel:

Escrevo aos acarauenses,
história da nossa história
Para falar de um poeta
Que hoje vive na glória
Manuel Nicodemos Araújo
Todos guardam na memória.

Falando deste poeta
Escrevo com perfeição
Foi um grande escritor
De toda essa região
Do qual eu conto a história
Com grande satisfação.

Iniciando as palavras
Ao leitor posso mostrar
Um pouco da biografia
Que cheguei a pesquisar
Falo de um vulto ilustre
Nascido no Ceará.

O poeta Nicodemos Araújo nasceu
Num pequeno povoado
Na época Santa Cruz do Acaraú
Hoje de Bela Cruz e chamado
Em 10 de março de 1905
Do outro século passado.

A cidade de Bela Cruz
foi o seu torrão natal
lá nasceu o grande poeta
emissário cultural
O maior escritor da região
Nicodemos, homem intelectual.

Frequentou pouco a escola
Quase não pode estudar
Desde muito criança
Começou a trabalhar
As coisas eram difíceis
Os pais havia de ajudar

Trabalhou na agricultura
Tinha disposição e saúde
Muito obediente aos pais
Jovem de caráter e virtude

Em 1927 recebe a nomeação
Do registro civil de cunho oficial
Em 1928 eleito vereador
Do povo daquela área distrital (Bela Cruz).

Dia 05 de novembro de 1934
em Acaraú vieram morar (Nicocemos e sua esposa, Dona Alice)
Seu Nicodemos e Dona Alice
 começaram a trabalhar
Os dois reunidos,
Foi um casal exemplar.

Desde que chegou em Acaraú
Por ele responsabilizadas
Várias coisas importantes
lhe foram confiadas

Caros amigos ouvintes,
A sua primeira função
Na coletoria de Acaraú
 foi nascendo o escrivão.

Durante onze anos
Foi Secretário Municipal
Na Prefeitura de Acaraú
No trabalho foi cordial
Estava presente nas solenidades
De todo evento cultural.

Na Câmara Municipal de Acaraú
Foi suplente de vereador
Por mais de duas vezes
Assumiu com muito amor
Ao povo acarauense
prestou-lhe grande favor.

Pra educação de Acaraú
Foi inspetor escolar
Muitos anos proveitosos
Chegou ao povo ajudar.

Sua produção tem valor
São vários livros de poesia
De história de peças de teatro
Outras são bibliografia
De árvore genealógica
E alguns de cronologia.

É um acervo de mestre
Deste grande e iluistre escritor
Da história do Baixo Acaraú
Sinceramente ele é o autor
Merece nosso respeito
E também nosso valor.

(Cordel de José de Fátima “Eternas saudades, Manuel Nicodemos Araújo”)
Fonte: Vale do Acaraú Notícias

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Festival de Música da Ibiapaba vão até o fim de junho

Os profissionais de música e jovens a partir de 13 anos com experiência musical interessados em participar do 8º Festival de Música da Ibiapaba devem procurar os postos de inscrição até quinta-feira (30). Em Fortaleza, as inscrições podem ser feitas no Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura, que já disponibilizou AQUI a ficha de inscrição em seu site. O evento acontece no município de Viçosa do Ceará, interior do Estado, no período de 23 a 30 de julho.


No festival, serão realizadas mais de 50 oficinas para um público esperado de 1.200 participantes, entre músicos, educadores e estudiosos. Os inscritos poderão assistir às oficinas ministradas por professores universitários, produtores musicais e estudiosos de todo o país. Os núcleos pedagógicos das oficinas do evento são: musicalização, vocal, instrumental, estruturação e história, didática musical e projetos especiais.

No período de 18 a 21 de julho, o 8º Festival de Música também realiza os ‘Casulinhos’ – oficinas de iniciação musical para interessados de nove cidades do interior do Ceará: Carnaubal, Croatá, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Ipú, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa do Ceará.

Serviço:
Inscrição para o 8º Festival de Música da Ibiapaba
15 a 30 de junho
Espaço Mix do Centro Cultural de Dragão do Mar, em Fortaleza
9h às 12h; 13h às 18h e 9h às 12h aos sábados
Preço: de R$ 25 a R$ 30
Classificação indicativa: 13 anos.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Festival de Jericoacoara: veja a lista dos vencedores desse ano

Nove dos 50 selecionados levam o Troféu Pedra Furada para casa.

Chegou ao fim na noite desta terça-feira (21) a segunda edição do Festival de Jericoacoara – Cinema Digital. Em uma noite marcada por problemas técnicos e constrangimento para o publico presente no Circo Jeri, na vila de Jericoacoara, no Ceará, premiou nove filmes em 13 categorias. Concorriam 50 curtas de diversos brasileiros, dos quais CE, SP, PB, PE, RJ, DF e RS levaram o Troféu Pedra Furada.

Na categoria Melhor Ficção, “Timing” (foto), de Amir Admoni (SP), foi eleito o melhor do Festival. Com sua narrativa simples, porém extremamente bem executada, o curta encerrou a Mostra Competitiva com aplausos dos populares. O curta “Mato Alto – Pedra por Pedra”, do jovem realizador cearense Arthur Leite, venceu nas categorias de Melhor Documentário e Melhor Direção. O doc é a primeira realização do cineasta, que já está circulando os festivais no País e se destacando pela qualidade de sua narrativa.

A animação “A Menina da Chuva”, de Rosária Moreira (RJ), foi o curta mais premiado da noite, levando os troféus nas categorias de Melhor Animação, Melhor Trilha Original e Melhor Roteiro. Na categoria Filme Experimental, “Uma Noite em 68”, de Ionaldo Araújo (PE), foi o grande destaque.

Como em todas as noites do evento iniciado em 15 de junho, o Festival prestou homenagem a personalidades do cenário audiovisual e da cena artística e cultural em geral. Receberam o troféu Pedra Furada o cantor  e compositor cearense Calé Alencar, o produtor de cinema Jackson Bantim, o ator Luiz Carlos Salatiel, a atriz mineira e moradora de Jericoacoara Lívia Matos; o secretário de Turismo e Meio Ambiente de Jijoca de Jericoacoara, Osmar Fonteles, e o representante do Conselho Comunitário de Jericoacoara, Steban Franich.

Veja a lista completa dos vencedores do II Festival de Jericoacoara – Cinema Digital:

Melhor Animação: “A Menina da Chuva”, de Rosária Moreira (RJ)
Melhor Filme Experimental: “Uma Noite em 68”, de Ionaldo Araujo (PE)
Melhor Documentário: “Mato Alto – Pedra por Pedra”, de Arthur Leite (CE)
Melhor Ficção: “Timing”, de Amir Admoni (SP)
Melhor Filme de Ceará, Piauí e Maranhão: “O Outro Lado do Curral Velho”, de Felipe Ribeiro (CE)
Melhor Edição: “Silêncio, Por Favor”, de Felipe Matzenbacher (RS)
Melhor Ator: Juvêncio de Assis, por “O Sabiá” de Zeca Brito (RS)
Melhor Direção de Arte: “O Filho do Vizinho”, de Alex Vidigal (DF)
Melhor Trilha Original: “A Menina da Chuva”, de Rosária Moreira (RJ)
Melhor Fotografia: “Tic Tac”, de Sylvio Rocha (SP)
Melhor Roteiro:A Menina da Chuva”, de Rosária Moreira (RJ)
Melhor Direção: “Mato Alto – Pedra por Pedra”, de Arthur Leite (CE)
Menção Honrosa: “É Muita Areia Pro Meu Caminhãozinho”, de Ana Guimarães (SP), “Reciclando Formas: A Arte de Ana Cristina”, de Eliza Cabral e Laurita Caldas (PB), e “Curta Saraus”, de David Alves (SP).

Festival de Jericoacoara: termina a Mostra Competitiva

A noite de segunda-feira (20) do II Festival de Jericoacoara – Cinema Digital, na praia cearense, se revelou uma grande surpresa. Após o fiasco dos curtas metragens em competição da noite de domingo (19), boas produções nacionais se destacaram entre os nove curtas exibidos para a população local.

O grande destaque da noite foi “Timing” (foto), de Amir Admoni (SP), curta protagonizado por Caco Ciocler ao lado de seu pai, Jackson Ciocler. Assim como indica seu título, o curta reflete sobre a passagem do tempo na vida das pessoas, e o que elas perdem pela impotência de deixar as coisas passarem. Com uma montagem dinâmica e efeitos visuais interessantes, o potencial do curta também está em sua trilha sonora, que se sobrepõe ao nome de Ciocler e se mostra de grande sensibilidade.

Desconstruindo o amadorismo de alguns realizadores que tentam documentar a cultura brasileira de forma hostil, três produções do gênero também se sobressaíram na noite de ontem. “Mato Alto – Pedra por Pedra”, de Arthur Leite (CE), mostra a vida de moradores de Quixeré, no Ceará, que têm em suas terras e pedras histórias familiares tradicionais para contar. Além do bom ritmo, sem jamais deixar enfadonho ou desinteressante, o diretor Arthur Leite o transforma em uma ode à solidão, ressaltando com sua câmera a vivência daqueles personagens reais.
O segundo documentário que se destacou foi “Hoje Tem Espetáculo?”, de Leandro Alves (PB), focado na paixão que existe embaixo da maquiagem dos palhaços. Ainda que o tema seja recorrente e tenha faltado mostrar esses artistas em rua e sua habilidades em levar o entretenimento, o curta é carismático e engrandecido por profissionais que amam o que fazem.

O doc “É Muita Areia Pro Meu Caminhãozinho” também foi uma surpresa. O nome desfavorável à proposta de Ana Guimarães (SP) não conseguir tirar o brilho da fotografia e da narrativa empregada ao mostrar o cotidiano e a cultura dos índios Tremembé que se viram invadidos pelo crescimento comercial de suas terras. Aliás, talvez tenha sido o curta da noite com a melhor técnica, ressaltando também a captação de áudio e trilha incidental, mesmo que a estrutura narrativa se disperse em alguns momentos.

A ficção bem humorada “Dalva”, de Felipes Venceslau (BA), se agregou à religiosidade de uma moça à moda antiga que disfarça a vontade de encontrar um marido. Desencantada, ela compra um santinho de São Francisco para atrair casamento, mas se descobre desacreditada no que diz a cultura popular. A comédia traz atuações regulares, nunca acima do tom, mesmo dentro das caricaturas.

Ainda foram exibidos “O Outro Lado do Curral Velho”, de Philipe Ribeiro (CE); “De Pés Descalços”, de Sheyla Tomás (BA), “Pulmões Urbanos”, de Danilo Ferrari e outros; e “Contos e Desencontros”, de Humberto Rosa e Thairon Mendes (RJ). Os curtas fecharam a bateria de 50 produções nacionais que disputam o Trofeu Pedra Furada, que será entregue na noite desta terça-feira (21) no Circo Jeri.

Homenageados com Troféu Nicodemos Araújo

Confira a biografia das personalidades que serão homenageadas amanhã (22/6) com o Troféu Nicodemos Araújo no I Encontro de Escritores do Vale do Acaraú.

Lucivan Rios Silveira  (Totó Rios)

Lucivan Rios Silveira- Nasceu em 10 de junho de 1966 na cidade de Acaraú.

Filho de Inácio Arimá Silveira e Maria Gisela Rios Silveira.

Participou no ano de 1982 do grupo de jovens Romeiros da Fé.

Em 1984 Léo Club de Acaraú, foi seu 1º Presidente e o foi pela 2ª vez.

Ajudou na criação de um grupo de teatro para jovens.

Gerente da loja de Peças Acompel - Acaraú Comércio de Peças Ltda de propriedade da família.

Há 08 de julho de 1989 casava-se com a jovem Maria de Fátima. Teve a alegria ao nascer sua filha Lorena, no dia 05 de dezembro de 1992.

Participou da fundação da Renovação Carismática em 1990, sendo coordenador da mesma por alguns anos, neste tempo convidou a Comunidade Rainha da Paz a ter uma casa de missão em Acaraú, e também participou do Conselho Diocesano da Renovação de Sobral.

Participou da Pastoral Familiar onde foi coordenador.

Fez parte do Lions Clube de Acaraú, onde foi Presidente em 1995.

Teve participação na política de Acaraú em vários momentos.

Formado em Licenciatura do Português pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UEVA e está cursando pós-graduação em Português e Literatura pela Universidade Ieducare.

Desde 2008 desenvolve o Projeto Acaraú pra recordar através do blog e de outros meios na internet com o objetivo de preservar, organizar e disponibilizar os conjuntos documentais fotográficos e a descrição dos fatos; acervo documental para preservação da História, Cultura e da Literatura de Acaraú.

Através do Blog do Totó Rios divulga a riqueza cultural do Ceará e do Blog Paróquia de Acaraú a história da igreja.

Realizou pesquisa em livros históricos, visitou várias famílias, escolas, igrejas pra obter fotografias sobre as personagens, eventos, patrimônio histórico possui em seu acervo mais de 4.000 fotos. Esteve visitando nas cidades do Vale do Acaraú, os historiadores, escritores a fim de enriquecer seu trabalho histórico.

O Poeta e Escritor Nicodemos Araújo, foi o inspirador do trabalho de resgate da história de Acaraú que desenvolve, os livros do autor citado servem de embasamento para esta pesquisa, e graças a ele recebe esta comenda em reconhecimento a trabalho que desenvolve.


Dimas Carvalho

José Dimas de Carvalho Muniz nasceu em Acaraú, Ceará, em 1964. Licenciado em Letras pela Universidade Federal do Ceará. Professor de Teoria da Literatura na Universidade Vale do Acaraú, em Sobral. Tem os livros de poesia Poemas (1988), Flauta Ruda, Agreste Avena (1993), Mínimo Plural (1998) e Marquipélogo (2004); o ensaio biográfico Nicodemos Araújo, poeta e historiador, em parceria, sobre seu avô; e no gênero conto publicou Itinerário do Reino da Barra (1993), Histórias de Zoologia Humana (2000), Fábulas Perversas (2003) e Pequenas Narrativas (2006). Foi vencedor de vários prêmios literários, como o Prêmio Literário Cidade do Recife (1996 e 2002), Prêmio Ideal Clube de Literatura (2001 e 2002) e Prêmio Literário Cidade de Fortaleza (2001, 2003 e 2004). Tem contos nas revistas Literapia, Almanaque de Contos Cearenses, Continente Multicultural, Literatura, Caos Portátil: um almanaque de contos, dentre outras, além de participar da Antologia do Conto Cearense, org. Túlio Monteiro, pela Fundação Cultural do Ceará.


Vicente Freitas

Jornalista e escritor cearense – nasceu na cidade de Bela Cruz, Ribeira do Acaraú. Dedica-se à literatura e às artes plásticas. Licenciado em História e Geografia, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. É autor dos livros: Almanaque poético de uma cidade do interior (1999); Nicodemos Araújo – uma antologia (2000); O carpinteiro das letras (2002); Esboço genealógico de Bela Cruz (2006); Bela Cruz – biografia do município (2010). Participou de várias antologias brasileiras. É verbete da Enciclopédia da literatura brasileira contemporânea, (volumes VII e IX, de Reis de Souza); Dicionário biobibliográfico de escritores brasileiros contemporâneos (1998), de Adrião Neto; Enciclopédia de literatura brasileira, de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, MinC/ABL/Global Editora (2001).


Dom Edmilson da Cruz

Dom Manuel Edmilson da Cruz nascido no distrito de Aranaú, em Acaraú (CE), no dia 10 de março de 1924, dom Edmilson sempre se notabilizou pela causa dos oprimidos. Foi ordenado padre em 12 de maio de 1948, em Sobral e bispo em 11 de junho de 1966 na mesma cidade.

Dom Edmilson foi Bispo Auxiliar de São Luís do Maranhão-MA (1966-1974); Vigário Episcopal da Forania de Brejo-MA (1966-1974); Bispo Auxiliar de Fortaleza-CE (1974-1994); Administrador Apostólico "Sede Plena" (1992-1994) e Bispo de Limoeiro do Norte-CE (1994-1998); Diretor Espiritual do Seminário de Filosofia; Orientador Educacional de um Colégio de Religiosas; Conselheiro Espiritual do ECC Regional-Ceará; Diretor Espiritual da Equipe de N. Sra; Atendimento Pastoral a 2 paróquias da Arquidiocese de Fortaleza-CE.

Entre suas obras publicadas, destacam-se: Comunidades Eclesiais de Base, Seu Espírito e Vida de Oração (1980); Em Co-autoria: Cantador, Poesia e Viola (1980); Política e Emprego no Brasil - Viabilidades e Alternativas (1989); Cordel: ABC do Circulismo; Meu Brasil Terra de Deus; A Briga do Cupim contra o Cristal; Louvação a Dom Aureliano (1º centenário de nascimento - 1989); II Seminário sobre o Homem e a Seca do Nordeste (1992); Inéditos: Ritmo Pascal (poesia); Tabernáculo de Deus com os Homens - Congressos Eucarísticos Internacionais e Nacionais; O Evangelho do Sertão


Francisco José Ferreira Gomes

Nascido em 27 de maio de 1934, em Acaraú. Filho de João Jaime Ferreira Gomes e Maria Alice Ramos Gomes. Formado em Direito pela Faculdade Federal de Direito do Piauí. Foi assessor jurídico da Coelce por 30 anos. Deputado Estadual. Diretor da Empresa Cearense de Turismo. Diretor Presidente da Empresa Cearense de Nucleação Artificial. Diretor Presidente da Empresa de Telefonia do Ceará. Diretor Presidente do Centro de Educação e Formação Profissional do Ceará (CEPROCE). Diretor do Instituto de Previdência do Estado do Ceará. Foi o primeiro Secretário de Cultura, Turismo e Desporto de Acaraú, assumindo em 1999, na gestão da ex-prefeita Magda Gomes. Tem oito obras publicadas: “Árvore genealógica dos meus avós”, “Menino da Barra”, “Veleiros do meu pai”, “Sexagésimo aniversário de um líder (João Jaime Ferreira Gomes)”, “Dados biográficos do Dr. João Ramos Pereira da Costa”, “Dados Biográficos do Sacerdote da Prainha”, “Biografia do ex-prefeito João Jaime Ferreira Gomes”, “O historiador e poeta da Ribeira do Acaraú: Dimas Carvalho”.


José de Fátima Silva

José de Fátima Silva nasceu no dia 25 de dezembro de 1953 na cidade de Marco, ao Noroeste do Estado do Ceará.

Em 1970, exerceu as profissões de diretor e professor durante 10 anos na Escola de Primeiro Grau Hugo Martins dos Santos em Juritianha – Acaraú – Ceará. Em 1999, fundou a Biblioteca e o Museu Padre Aristides Andrade Sales e deu início a escrever a história de Itarema, desde a época da chegada do primeiro homem branco em Almofala – Ce até os dias atuais.

Em 2004 fez doação de 5.500 peças em diversos acervos para o município de Itarema e o Prefeito da época, Sr. José Stênio Rios, construiu o prédio onde está localizado o Museu Vicente de Paula Rios, idealizado pelo Sr. José de Fátima, onde assume a direção do mesmo.

Em 2005, é lhe confiado pela a Diretoria do SEM – CE (Sistema Estadual de Museus do Ceará), onde tornou-se membro, sendo eleito a Delegado Museólogo pelos os membros do SEM-CE até julho de 2011.

Em 2009 funda a Biblioteca Itinerante com 450 leitores cadastrados para empréstimos de livros e literatura de cordel na sede e em outras localidades do município de Itarema. Ingressando posteriormente no Curso Superior e em 2010 colou grau pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, no Curso de História.

José de Fátima Silva atualmente é Diretor do Museu Vicente de Paula Rios e atende diariamente no Museu e Biblioteca Padre Aristides Andrade Sales todos aqueles que lhe procuram nas áreas culturais e educacionais. Possui mais de 270 cordéis escritos e 9 destes e um livro de poesias publicados pela Editora Tupinanquim de Fortaleza – Ceará.

Já fez exposição itinerante do Museu Pe. Aristides Andrade Sales duas vezes no Colégio Luzia Araújo Barros de Itarema e no Liceu Maria Alice Ramos Gomes em Acaraú – Ceará.

Fonte: Blog Vale do Acaraú Notícias

Acampamento de jovens acontecerá no fim de julho

Já estão abertas as inscrições para as oficinas de arte e cultura que acontecerão na Praia de Tremembé
Numa programação diversificada, os jovens que vão ao acampamento adquirem novos olhares
FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR

Icapuí Tem data confirmada o evento que a cada dois anos reúne, no litoral do Ceará, jovens do Brasil e países vizinhos. A nona edição bienal do Acampamento Latino-Americano da Juventude acontecerá nos dias 29, 30 e 31 de julho. A programação ainda não está fechada, mas terá shows nacionais e locais, oficinas, palestras e debates com seis diferentes temas: os cinco anos da Lei Maria da Penha, o centenário de nascimento de Maria Bonita, o Ano Internacional da Mulher, Ano Internacional para Afrodescendentes, Desenvolvimento Local e Sustentável e Protagonismo Juvenil e Diversidade. Está confirmado show da banda Cidade Negra.

Não por outro motivo, o Acampamento Latino-Americano da Juventude ocorre nas férias de julho. Centenas de jovens levam suas barracas e acampam na área de mangue da Praia de Tremembé, em Icapuí, sempre palco para o evento.

Artes, esportes e troca de ideias seguem como os grandes atrativos do acampamento. Os shows reúnem a moçada nas noites. De dia, em diversos espaços, é celebrada a importância dos recursos naturais, do desenvolvimento sustentável e equilibrado. É também quando acontece o simbólico e tradicional abraço ao mar, quando centenas de pessoas participam de ritual de celebração da natureza. “É um evento de encontro dos povos, pelos jovens”, afirma o deputado estadual Dedé Teixeira, um dos fundadores do evento. O slogan da próxima edição é “O sol está nos olhos de quem brilha”. Ou seja, um olhar para o protagonismo juvenil. No encontro de jovens de diferentes lugares (e, portanto, diferentes culturas e olhares), a intenção é que todos encontrem “aquilo que os une”.

A programação do evento ainda está sendo definida, mas o twitter da produção confirma a presença da banda reggae Cidade Negra, na segunda noite. Já estão abertas inscrições para as diversas oficinas oferecidas no acampamento. São disponibilizadas 25 inscrições por oficina. Também é importante se cadastrar para colocar sua barraca na tenda do acampamento.

Uma reunião no último fim de semana definiu composições de coordenação e locais específicos das atividades que serão realizadas durante os dias de realização do acampamento.

A primeira edição do evento ocorreu em 1997, ensejando os 30 anos da morte de Che Guevara, o centenário de morte de Antônio Conselheiro e o primeiro ano sem Paulo Freire. Desde então, sempre a discussão de grandes temas, como a resistência dos povos indígenas, políticas públicas para mulheres, negros, e o protagonismo político e cultural de jovens. O acampamento é um evento eminentemente socialista.

MAIS INFORMAÇÕES
Acampamento Latino-Americano da Juventude, de 29 a 31 de julho, Praia de Tremembé - Icapuí (CE)

http://www.acampamentoicapui.com.br

Melquíades Júnior

Colaborador

História resgatada

"A Academia Cearense de Letras e o Palácio da Luz", livro escrito a quatro mãos por Regina Fiúza e José Murilo Martins, registra a história de dois importantes patrimônios da cidade

Construído em 1790, o Palácio da Luz foi, durante 162 anos, sede do governo do Ceará. Hoje abriga a ACL
FOTO: EDUARDO ALMEIDA (30/03/2006)
Mais de dois séculos de história em 96 páginas. Foi essa a missão de José Murilo Martins e Regina Pamplona Fiúza, autores do livro "A Academia Cearense de Letras e o Palácio da Luz", lançado ontem à noite, no Centro Cultural Oboé.

A obra resgata a história da ACL e do prédio que hoje a abriga e que, antes, entre 1808 e 1870, sediar o Governo do Ceará. Construído em 1790, na época do Brasil Colônia, o Palácio da Luz chegou a abrigar mais de cem governantes do Estado e suas famílias.

A ideia surgiu por uma demanda do próprio público que visita a sede. "Ao todo, 14 entidades funcionam na Academia, com encontros ou reuniões. Além disso, há pesquisadores que recorrem à biblioteca, alunos e turistas visitantes. Temos um bom movimento", ressalta Martins, que já foi presidente da ACL. "Tínhamos muitas visitas de turistas, que perguntavam sobre a história da Academia, do Palácio. A gente dava as explicações, mas não tinha nada escrito. Então resolvemos fazer o livro com uma história abreviada", complementa Fiúza, diretora administrativa da ACL há 18 anos. Ela e Martins trabalharam juntos na entidade, quando deram início às pesquisas.

Os autores José Murilo Martins e Regina Fiúza: trabalho a quatro mãos e projetos futuros
FOTO: KID JÚNIOR
Segundo a co-autora, foram seis meses de produção em 2010. Mas o lançamento foi adiado por conta de um problema de saúde de Fiúza. "Tive um AVC, em dezembro. Agora que estou mais recuperada resolvemos lançar", comemora. Há artigos escritos individualmente e também pelos dois autores. As principais fontes de pesquisa foram materiais da própria biblioteca da ACL e do Instituto do Ceará. "A biblioteca da Academia é enorme e valiosíssima, tem cerca de 50 mil livros", elogia Fiúza.

Memória
Pequeno e didático, com cerca de 35 fotografias, o livro foi pensado para atender tanto a pesquisadores quanto a jovens estudantes, turistas e o público geral. "Digo que foi muito difícil fazer um livro fácil", brinca Martins. "Foi necessário resumir muita história. Lá estão detalhadas as atividades da Academia, todos os 182 acadêmicos desde sua fundação, além dos 221 anos de história do Palácio. Ele já foi sede do Governo, foi ampliado, bombardeado. Andar lá dentro é andar pela história do Ceará", detalha Martins.

Com a publicação os autores esperam contribuir para a valorização do patrimônio de Fortaleza. Martins empolgou-se tanto com o projeto que já prepara outro livro sobre a ACL, desta vez mais aprofundado.

Já Fiúza concentra-se na reedição de sua dissertação de mestrado, sobre o jornal O Pão, da Padaria Espiritual. "Meu bisavô, José Carlos da Costa Ribeiro Jr., foi um dos fundadores da Academia e membro da Padaria. Também estou trabalhando em uma edição fac-símile de versos dele", adianta a autora.

Livro
A Academia Cearense de Letras e o Palácio da Luz  
José Murilo Martins e Regina Fiúza
Expressão Gráfica
2011
96 páginas
R$ 20

ADRIANA MARTINS
REPÓRTER

Museu da UFC completa 50 em mostra histórica

A exposição de cinquentenário do Mauc abre hoje (22) e segue até novembro, com parte do acervo próprio com obras de artistas locais e internacionais
Entre as coleções do museu, destaca-se a sala dedicada ao artista plástico Aldemir Martins (FOTO RODRIGO CARVALHO, 8/7/2008)

“O Museu de Arte terá, sem dúvida, uma grande missão em nossa terra, devendo abranger um campo que se estende desde a pintura clássica até a arte mais tosca de nossos artistas nordestinos”. Assim, dias antes da inauguração, que aconteceu no dia 25 de junho de 1961, do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc), O POVO previa a importância do equipamento para o Estado. De lá pra cá já se passaram 50 anos e hoje (20), o Mauc abre a programação em comemoração ao aniversário com uma exposição de peças do acervo que pretende ser um passeio pela história do local.

Fundado a partir de uma iniciativa do então reitor Martins Filho, o Mauc foi inaugurado no mesmo dia do aniversário de seis anos da UFC e instalado em uma chácara que antes sediava o Colégio Santa Cecília. Só em 1965 ganhou a sede própria que hoje fica no campus do Benfica, em frente à Reitoria, no cruzamento das avenidas da Universidade e 13 de Maio. Em 1949, quando de uma visita que fez ao Museu del Prado em Madrid e a museus parisienses em que foi guiado por Antônio Banderas, Martins Filho já alimentava a ideia da fundação do Museu.

“Compreendi, igualmente, que teria tido maior rendimento nas minhas esporádicas visitas aos museus da Europa, se estivesse mais familiarizado com o mundo maravilhoso das artes plásticas. Concluí então que deveríamos iniciar o movimento pró-fundação do Museu de Arte da Universidade”, explica em texto da época publicado atualmente nos site do Mauc. Ele cita nomes como o de Heloísa Juaçaba e dos pintores Zenon Barreto, Antônio Bandeira e Floriano Teixeira como apoiadores da ideia embrionária.

A exposição de instalação foi uma coletiva que reunia arte sacra e popular de artistas locais, como Francisco Silva, Raymundo Cela e Sérvulo Esmeraldo, que contribuíram com doações e empréstimos ao incipiente acervo, que vinha sendo coletado desde 1958.

Sobre essa primeira exposição, o escritor cearense Fran Martins disse à época: “Museu que vai começando da estaca zero, com quadros e imagens emprestadas, com arte popular pela primeira vez apresentada como cousa de valor, para grande surpresa de mestre Chico Santeiro, e Francisco Silva, que jamais pensaram que os bonecos que faziam e as serpentes que pintavam um dia seriam admirados por generais e doutores, todos neles reconhecendo valores que os seus próprios autores ignoravam completamente”.

Há 24 anos, sendo dirigido pelo professor Pedro Eymar, o Mauc abre hoje a exposição que fará uma recorte do acervo atual de cinco mil obras. “Nunca estivemos em momento melhor. A exposição conta um pouco dessa história em que a nossa principal vocação, o nosso endereço é a tensão entre a arte clássica e a moderna, o surgimento das vanguardas”, explica.

A mostra traçará a trajetória do equipamento desde a fase pré-museu, passando pela evolução do acervo, a formação das coleções e mudanças na estrutura física do prédio. Para isso reúne fotos, reproduções de documentos, painéis, textos explicativos e obras dos chamados artistas fundadores, como Barrica, Aldemir Martins, Floriano Teixeira, Estrigas e Nice Firmeza, Barbosa Leite, Vicente Leite e daqueles que ganharam salas permanentes. “Resgatando a tradição dos ateliês coletivos, a exposição será montada no salão principal, reunindo todos os artistas em um único espaço”, adianta o diretor.

Além da mostra, as comemorações seguem com o retorno das oficinas de gravura, desenho e pintura, das homenagens a artistas, ex-diretores, funcionários e ex-funcionários do Museu. “Além da digitalização de todo o acervo, que começará pela coleção do artista suíço Jean-Pierre Chabloz”, revela.

SERVIÇO

EXPOSIÇÃO EM COMEMORAÇÃO AO CINQUENTENÁRIO DO MAUC
Onde: Mauc (avenida da Universidade, 2854, Benfica)
Quando: de hoje (22) até 12 novembro
Horário de visitação: de 8h às 12h e de 14h às 18h, de segunda a sexta
Acesso gratuito
Outras info: (85) 3366 7481

Domitila Andrade
domitilaandrade@opovo.com.br

terça-feira, 21 de junho de 2011

Acaraú-Infância realiza seminário sobre violência sexual em Acaraú Compartilhe

A Comissão da Infância e Adolescência da Assembleia Legislativa realiza, nesta terça-feira (21/06), o II Seminário Regional da campanha "Quem cala, consente - Violência sexual contra criança e adolescente é crime", lançada em 18 de maio. O evento acontecerá no Ginásio Poliesportivo Prefeito João Jaime Ferreira Gomes, em Acaraú, município do Litoral Oeste do Ceará.

As atividades terão início às 13h, com palestra da psicóloga e escritora Helena Damasceno e do advogado Bruno Marques. Eles vão explicar as diferenças entre abuso sexual e exploração sexual; além de informar sobre como se prevenir e identificar esse tipo de situação; sinais de alerta, indicadores físicos e comportamentais da vítima e como o crime pode ser denunciado.

Além de Acaraú, sede do encontro, o II Seminário envolverá representantes de outras seis cidades: Bela Cruz, Itarema, Jijoca de Jericoacoara, Cruz, Marco e Morrinhos.

Até junho de 2012, o evento acontecerá nos municípios de Camocim, Tianguá, Sobral, Canindé, Baturité, Horizonte, Russas, Jaguaribe, Quixadá, Crateús, Crato, Brejo Santo, Iguatu, Icó, Juazeiro do Norte, Tauá, Senador Pompeu, Maracanaú e Fortaleza.

"No início do mês, realizamos seminário em Itapipoca na certeza de que, se ao menos uma criança ou adolescente deixar de sofrer abuso ou exploração sexual ou um agressor for denunciado, a nossa mobilização já terá atingido o seu objetivo", diz a presidente da Comissão da Infância e Adolescência, deputada Bethrose (PRP).

Foram convidados para participar do encontro: prefeitos, conselheiros tutelares, conselheiros municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, promotores de Justiça, técnicos dos centros de referência especializados da assistência social (Creas), secretários municipais da Educação, Saúde e Assistência Social, agentes de saúde, gestores escolares e grêmios estudantis.

Fonte: Assembléia Legislativa do Ceará

I Encontro de Escritores do Vale do Acaraú

I Encontro de Escritores do Vale do Acaraú

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Acaraú (Litoral Oeste) vai promover o I Encontro de Escritores do Vale do Acaraú na próxima quarta-feira, a partir das 18 horas, no auditório da Escola Profissional Marta Maria Giffoni de Sousa. Na ocasião, serão homenageadas personalidades acarauenses que se destacam no campo cultural como o professor e poeta Dimas Carvalho, Dom Edmilsom Cruz, Vicente de Freitas, José de Fátima, Francisco José e o historiador Totó Rios. Eles receberão o “Troféu Nicodemos Araújo”. Nicodemos foi um poeta e historiador de grande destaque na história do município e será o grande homenageado do evento.

Paralelo ao encontro, haverá exposição do acervo bibliográfico, arquivo fotográfico e medalhas concedidas ao poeta Nicodemos Araújo. A partir do dia 23 de junho, a exposição pode ser conferida na Bblioteca Pública Municipal Poeta Nicodemos Araújo, situada na Rua Major Coelho, s/n, Centro de Acaraú, em frente à Praça do Colégio Virgem Poderosa.

O secretário de Cultura e Turismo de Acaraú, Wandick Mesquita,  ressalta que o encontro “é bastante importante para o setor cultural do município, uma vez que  além de ser o primeiro de vários a serem realizados, presta homenagem a um dos maiores poetas de Acaraú. 

Nicodemos Araújo
O poeta e historiador autodidata, Nicodemos Araújo nasceu em Acaraú em 10/03/1905 e falecido em 23/06/1999. Escreveu valiosos trabalhos sobre a região norte do Ceará, notadamente, sobre Bela Cruz e Acaraú.

É autor de 12 livros de poesias, 12 de história, com incursão pelo teatro, biografia e genealogia.

Pertenceu a Academia Sobralense de Estudos e Letras, Academia Cearense de Letras, Academia de Letras Municipais do Brasil e a União Brasileira de Escritores.

Patrimônio Histórico-Iphan promove audiência

Haverá o lançamento do livro "Redescobrindo o Ceará", e apresentação da nova superintendente do Iphan, Juçara Peixoto

O livro Redescobrindo o Ceará, é de autoria do arquiteto e urbanista, José Clewton do Nascimento
FOTO: DIVULGAÇÃO
Icó O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) promove, hoje à noite, nesta cidade, no Teatro da Ribeira dos Icós, audiência pública com os moradores do centro histórico e autoridades locais. Na ocasião, haverá o lançamento do livro "Redescobrindo o Ceará", do arquiteto e urbanista, José Clewton do Nascimento, e a apresentação da nova superintendente regional do Iphan, no Ceará, Juçara Peixoto da Silva.

Nomeada há cerca de dois meses, Juçara é capixaba, mas está radicada no Ceará há uma década. O arquiteto e chefe do Escritório Técnico do Iphan, nesta cidade, Erick Mendes Rolim, adiantou que a nova superintendente do Iphan tem o compromisso de dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo órgão e reforçar as suas ações.

Hoje à noite, Juçara da Silva terá oportunidade de fortalecer a presença do Iphan nesta cidade e falar sobre os projetos e ações.

O autor do livro é professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) e funcionário do Iphan. A obra retrata aspectos urbanos, modos de vida, convivência e resistência de moradores em duas cidades do Interior: Sobral e Icó. Apresenta uma série de desenhos, croquis, fruto de um dedicado trabalho de campo nos dois centros urbanos que têm centros históricos tombados pelo Iphan.

Na apresentação da obra, a arquiteta, Paola Berenstein Jacques, destaca o trabalho de representações dos sítios históricos de Icó e Sobral. "É um trabalho de reflexão rara", frisou. A publicação apresenta três tipos distintos de abordagem: um trabalho historiográfico sobre a formação do Ceará, uma análise teórica e crítica sobre o urbanismo moderno e a prática de vida de seus habitantes.

A juventude e o audiovisual

Tem início hoje a 6ª edição do Festival de Realizadores de Audiovisual do Mercosul, uma mostra nacional dedicada a projetos destinados à juventude


Trinta participantes de doze cidades se reúnem em mais uma mostra competitiva de curtas. Confirmando a forte presença da produção audiovisual do Ceará, tem início hoje mais um evento nessa linha, o 6º Festival de Realizadores de Audiovisual do Mercosul.

Além da mostra competitiva, a programação investe em debates e oficinas. Durante o seminário Audiovisual e Educação, o evento discute a contribuição do setor em ações culturais e ainda a relação do cinema com a preservação da memória. As oficinas formativas oferecem cursos de câmera, introdução à linguagem de vídeo e making of.

O objetivo do festival, segundo os organizadores Simone Lima e Valdo Siqueira, é fomentar essa produção artística, oferecendo um espaço privilegiado de debate e de exibição, garantindo ainda a reciclagem desses profissionais, através das formações. Segundo Vado Siqueira, o festival se destaca por ser pioneiro na exibição de material voltado para a juventude.

A ONG Aldeia, realizadora do evento, é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2004, especializada em cultura, comunicação, educação, infoinclusão e audiovisual, com o objetivo de promover um olhar mais crítico sobre a mídia.

A abertura do festival acontece às 10h, no Centro Cultural Banco do Nordeste. Às 11h, serão exibidos os vídeos "São Francisco", documentário de Nany Oliveira, e "Aos Mortos de Morte Morrida", documentário de Sidnéia Lusia.

Mostra de curtas
Hoje
10h às 14h - Vídeos da Mostra Caleidoscópio - Competitiva. Local: Mini-auditório do CCBNB.

Filmes: Ruído do Tempo, experimental, São Luis - MA. Projeto Silêncio, Ficção, Curitiba - PR. À Felicidade, Ficção, Recife - PE. Pastoreio, Documentário, Curitiba - PR. Muitos Anos de Vida, Documentário, Salvador - BA. A união faz a torta, Documentário, São Paulo - SP. Buffet Livre, Documentário, Porto Alegre - RS. Em Branco, Ficção, São Paulo - SP.

Oficinas Formativas. Local: Sala de Oficinas do CCBNB. Temas: Introdução à linguagem de vídeo, com Valdo Siqueira; e fotografia documental, com Pedro Mauro Firmiano.

14h às 18h - Oficinas Formativas. Local: Sala de Oficinas CCBNB. Tema: Making Off, com Valentino Kmentt.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Redutos de jovens profissionais

Projetos, como a Banda Juvenil Dona Luíza Távora, do Centro Educacional da Juventude Padre João Piamarta, são referências na formação de instrumentistas no Estado 

A banda de música do Piamarta reúne futuros concertistas (SARA MAIA)

Andar pelos corredores do Centro de Formação de Instrumentistas do Sesi, na Barra do Ceará, é mergulhar em um mundo de sons desgovernados em busca do arranjo ideal. Um violino afina aqui, um violoncelo alteia a voz, naipes de sopro reúnem-se em banda. O projeto é uma das maiores referências na formação de instrumentistas em Fortaleza, com músicos egressos em orquestras do Brasil e do exterior, responsável ainda pela formação da maioria dos atuais músicos da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho.

À frente do projeto desde seu início, há 34 anos, o maestro cearense Vasquem Fermanian, 73, é o símbolo da persistência da música erudita no Ceará. Ex-aluno do iguatuense Eleazar de Carvalho, o maestro não esconde o orgulho dos músicos formados nesse tempo, incluindo seu neto, único músico brasileiro a integrar a Orquestra Sinfônica do Youtube.

“Nessas três décadas, nós já colocamos no mercado de trabalho, isso falando profissionalmente, mais de 300 jovens”, contabiliza, ressaltando que o projeto é direcionado às comunidades pobres e filhos de operários.

Hoje, a escola atende a cerca de 280 alunos, divididos em instrumentos de sopro e cordas, agrupados nas aulas da banda de música e da orquestra de câmara. Antes dos ensaios gerais, são eles que povoam o espaço com seus exercícios sonoros em salas de estudos divididas por instrumento. Portas de madeira pesadas escondem alguns dos futuros concertistas cearenses.

Não obstante os êxitos, o objetivo estabelecido na concepção do centro de formação ainda não foi alcançado: formar, na época, a primeira orquestra sinfônica do Norte/Nordeste. “O que aconteceu durante esse 34 anos é que essa verdade não aconteceu”, admite Vasquem.

“Isso tem que ser uma decisão política, uma determinação do Governo do Estado junto às instituições de educação, como a Universidade Federal do Ceará, a Unifor, a Uece, em parceria com as empresas e indústrias. Hoje no Brasil tudo funciona assim, tanto as orquestras sinfônicas quanto as filarmônicas”, argumenta o maestro.

Depois de inúmeras conversas com sucessivos governantes, ainda não existem indicativos de que esteja próximo o objetivo. O plano agora é formalizar a escola como curso técnico, informa Pablo Garcia, responsável pelo projeto, que ainda precisa contemplar exigências tais como o número de docentes com formações específicas em cada instrumento.

Piamarta e Guaiúba
A Banda Juvenil Dona Luíza Távora, do Centro Educacional da Juventude Padre João Piamarta, fundada em 1972, é um dos patrimônios da música do Ceará. Regida atualmente pelo maestro Costa Holanda, a banda de música do Piamarta é referência na formação de instrumentistas de sopro e já passou por Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Alemanha e Áustria.

Outro projeto referencial na área, apesar de muito mais recente, é o Centro Educacional de Arte e Cultura Portal da Serra (Cearc), criado em 2005 e mantido pela Prefeitura Municipal de Guaiúba, hoje também um Ponto de Cultura que recebe financiamento do Ministério da Cultura.

“Nós criamos a primeira escola em tempo integral que envolve música, teatro dança e artes plásticas do Nordeste brasileiro como disciplinas de estudo obrigatórias”, ressalta Rodolf Forte, secretário de cultura de Guaiúba. Ele ainda chama a atenção para a articulação do Cearc com as outras escolas do município, que recebem aulas de músicas e outras linguagens com monitores em sua maioria formados no próprio centro. “Essa lei do ensino de música chegou atrasada lá”, orgulha-se. (Pedro Rocha)

Fonte: Jornal O Povo

SiSU tem 1435 vagas no Instituto Federal de Educação do Ceará

As inscrições vão até as 23h59 deste domingo (20) exclusivo pela internet.
A seleção é válida só para quem fez a prova do Enem em 2010.

Leonardo Heffer Do G1 CE

Sistema de Seleção Unificada (SiSU) tem inscrições abertas até as 23h59 deste domingo (19). O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará é a única instituição no estado que usará o exame como prova admissional para o segundo semestre de 2011 em 44 cursos. O curso de Artes visuais e de teatro devem permanecer com processo de seleção diferenciado.

A inscrição só é valida para os alunos que fizeram a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2010. Até o momento, o curso mais concorrido é o de hotelaria no campus de Fortaleza, com 74 candidatos por vaga. Gestão Ambiental é o segundo curso mais concorrido com 49 candidatos por vaga. O curso com menos concorrência é o de física no campus do Acaraú.

Após as inscrições, a instituição deve fazer duas chamadas para que os alunos selecionados preencham as vagas. A primeira será no dia 22 de junho e as matrículas devem acontecer nos dias 27 e 28. A segunda chamada será no dia 2 de julho com matrículas nos dias 5 e 6.

Alunos que não forem chamados poderão optar pela lista de espera, devendo mostrar interesse por meio do SiSU entre os dias 2 e 7 de julho. Os alunos só poderão participar da lista de espera no curso selecionado como primeira opção de vaga em qualquer uma das chamadas
 

Literatura-Munição em abundância

Fora de catálogo há três décadas, o livro "Parabélum", de Gilmar de Carvalho, ganha agora sua segunda edição. Obra incontornável na história de nossa prosa de invenção, o romance será lançado, amanhã, no Armazém da Cultura

O escritor e pesquisador Gilmar de Carvalho. No alto, a rara primeira edição de "Parabélum"

Há três infortúnios que assombram os escritores. O primeiro é, claro, o de não ser lido, de ter apenas o silêncio por crítico e interlocutor; o segundo, um desdobramento irônico do primeiro, é de escrever livros antes que hajam leitores para eles; e, por fim, uma alternativa cínica ao silêncio - o discurso vazio, quando o livro é mais comentado que lido.

Os três se abateram sobre "Parabélum", romance escrito por Gilmar de Carvalho em meados dos anos 1970 e publicado em 1977. De lá para cá, esta primeira edição sumiu das livrarias e mesmo dos sebos, enquanto ascendia à condição de obra quase lendária, citada sempre que algum crítico ou comentarista desejava evocar os momentos altos da prosa de invenção no Ceará. Uma das consequências disto é que o livro tenha ficado três longas décadas condenado a esta primeira edição, impressa e distribuída às custas do autor.

Segunda edição
O livro chega agora a sua segunda edição, tão aguardada quanto necessária, via Armazém da Cultura. A nova edição, revista pelo próprio Gilmar de Carvalho, elimina os erros tipográficos da primeira e acrescenta uma única - e significativa - linha ao livro, a derradeira, eliminada no original, por receio do impressor quanto a possíveis problemas com a censura da Ditadura Militar.


"Parabélum" retorna com um bonito acabamento gráfico. Vem acrescido de um ensaio introdutório, assinado pelo escritor João Silverio Trevisan ("Devassos no Paraíso", "Rei do Cheiro"), bem titulado como "O Herói e seus espelhos: ´Parabélum´ e o romance pós-moderno brasileiro"; e um texto, na orelha, da também escritora Ana Miranda, que decreta na primeira linha: "´Parabélum´ é um clássico".

O livro é importante ainda para reencontrar um outro Gilmar de Carvalho, formalmente distinto do incansável pesquisador das artes e tradições do Ceará. E é assim, em tom de celebração e revisão, que o livro será relançado, amanhã, às 19h30, na sede do Armazém da Cultura. Na ocasião, o autor falará sobre a obra, numa discussão com jornalistas e com o pesquisador Saulo Lemos, autor de "Expectativas Heroicas: mito, história e leitura em ´Parabélum´, de Gilmar de Carvalho".

Prosa de invenção
"Parabélum" traz explícitas as marcas da época em que foi escrito. O romance é registro de um tempo em que a literatura era sacudida por lampejos formais. A invenção, que nunca esteve restrita ao enredo, era tão mais radical no estilo. A língua se torcia, para falar de um cenário político, social, econômico e cultural cada vez mais difícil de compreender. Tratava-se de um radicalismo da criação verbal que teve momento mais agressivo nos modernismos, nas mais diversas literaturas.

Tanto que a classificação de romance não pode ser adotada sem certo conformismo. Narrador, história e personagens são inconstantes, mas não inconsistentes. A linguagem, carregada de símbolos, de substituições, aproximações e referências, é predominantemente intertextual. Parece caber ao "Parabélum" de Gilmar de Carvalho um adjetivo dado ao radical "Finnegans Wake", obra final do irlandês James Joyce (1882 - 1941): noturno.

A linguagem parece ser a do sonho. No entanto, Gilmar está mais próximo do mineiro Guimarães Rosa, que achava a prosa joyecana demasiado "cerebral". E este, em definitivo, não é um trabalho que caiba ao único romance da obra de ficção de Gilmar de Carvalho.

A arquitetura é complexa: o evangelho é uma base, mas o tom profético é confrontado com o materialismo da cultura de massas, das referências à infeliz situação política do País à época, do vocabulário e do registro de hábitos das camadas subalternas do Nordeste brasileiro. Os capítulos são breves e, a medida que se sucedem, o personagem se metamorfoseia - num encadear de tipos rebeldes. Nasce como Cristo, a revolta pura; transmutasse em Lampião, a insurreição sem consciência política; e chega ao Che Guevara, ainda não convertido em estampa de camiseta, que confere ordem ao incômodo que o acompanha a cada passo.

Romance forte, violento até, "Parabélum" traz a marca da escrita acadêmica e jornalística de Gilmar de Carvalho. Uma escrita bem urdida, que, com delicadeza, dá ordem a elementos demasiado livres, caso da tradição popular, que não se deixa engolir. Canibaliza, como ensina o modernista Oswald de Andrade (1890 - 1954), para nutrir-se de seus inimigos.

DELLANO RIOS
EDITOR

Entrevista
Saulo Lemos*

"De certa forma, ´Parabélum´ se afirmou: em sua marginalidade"

"Parabélum" tornou-se um livro meio mítico na história da literatura cearense. Contudo, à época do lançamento, não foi um sucesso. Trata-se de uma obra incompreendida?
Quando a gente observa as tradições culturais da época, o romance brasileiro dos anos 70, a cultura contemporânea, etc, a primeira impressão é que foi um caso de incompreensão, uma injustiça contra o "Parabélum". Mas tento associar a esta perspectiva, que não é incorreta, uma outra: é mais ou menos normal que um livro como este, num lugar como o Ceará, não possa fazer sucesso. A começar pela questão da leitura, porque ainda há muitos analfabetos e, mesmo para quem sabe ler, trata-se de um livro que exige uma formação muito específica do leitor. Além disso, a sociedade cearense é, predominantemente, conservadora. Os grupo predominantes, que querem saber de literatura, estão mais interessados em sonetos, em uma literatura realista de gosto passadista. Não acredito que o Gilmar esperasse por isso (a boa acolhida do livro) na época. Essa pouca aceitação do ´Parabélum´ não se deve apenas a sua busca pela experimentação de vanguarda. Na verdade, da perspectiva da própria vanguarda, ele é problemático. O romance tem esse tipo de texto complexo, muito voltado em si mesmo, que atira referências para todo lado, tem esta descontinuidade entre mundo exterior e o livro... Além disto, a experimentação formal não tão comum no Ceará. O Grupo Clã, por exemplo, era vanguarda para cá, mas não podia ser assim considerado em âmbito nacional. "Parabélum" exigia uma estratégia de afirmação cultural para se afirmar. E, de certa forma, se afirmou: em sua marginalidade.

Que posição esta obra ocupa entre os demais escritos literários de Gilmar de Carvalho?
No "Parabélum" e no "Restos de Munição" (muito próximo daquele, já que traz textos que fariam parte do romance), você se vê diante de uma linguagem que ora te acolhe, ora te sufoca. Você tem isso no restante da obra literária. Quanto a essa busca específica, que se reveste numa preocupação política, de demarcar um espaço do eu que coletiviza, as obras posteriores caminham num rumo um pouco diferente. Enquanto "Parabélum" é um tipo de síntese da literatura brasileira dos anos 1970, "Pequenas Histórias de Crueldade" e "Buick Frenesi", como ele diz, é um livro mais de "escracho", de desconstrução da literatura que ele fazia. E é assim porque vêm em outro contexto, com algumas outras referências. Não digo que seja um momento pessimista. Prefiro vê-lo como o Caio Fernando Abreu, uma obra que tem um pulsão de morte, mas também uma pulsão de vida.

Não sei se você conhece bem a obra não-literária do Gilmar de Carvalho. É possível encontrar traços do escritor, do literato, neste trabalho jornalístico, semiológico de hoje?
A gente pode mencionar de cara a infiltração dos elementos da cultura popular. O ´Parabélum´ é quase um romance de formação, ou de "desformação" (na falta de uma palavra melhor), de seu protagonista. Em determinado momento, ele é Lampião, que vai se confrontar com o Padre Cícero. Há uma busca direta da tradição, que, como sabemos, é uma busca forte na carreira acadêmica do Gilmar de Carvalho.

*Professor de Literatura da Universidade Estadual do Ceará
(Uece), em Iguatu. Autor do livro "Expectativas Heroicas"

Romance

Parabélum 

Gilmar de Carvalho

ARMAZÉM DA CULTURA
2011
261 PÁGINAS
R$ 55

LANÇAMENTO amanhã, às 19h30, no Armazém da Cultura (Rua Jorge da Rocha, 154, Aldeota). Contato: (85) 3224.9780