sexta-feira, 7 de outubro de 2011

SEMAM instala placas proibitivas

Hoje a SEMAM colocou no açude das piranhas e no Largo do Poeta, placas proibitivas com relação à algumas atividades irregulares que ocorriam nesses locais.

No Largo do Poeta foram colocadas duas placas com o aviso de ser proibido colocar lixo, Caçar, Pescar e Cortar o Mangue. Já no açude das piranhas foi colocada a placa abaixo:



O telefone na SEMAM foi colocado para que a população possa denunciar estas ou outras irregularidades nestes locais.

A SEMAM ainda dispõe de outras placas para afixar em outros locais que futuramente serão avaliados.

Fique por dentro do ENEM 2011


O Enem é composto por quatro provas objetivas com 45 questões cada e uma redação. Confira os dias da prova:
 Dia 22/10/2011 (1º dia): Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
Tempo para a prova: 4h30
 Dia 23/10/2011 (2º dia): Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias.
 Tempo para a prova: 5h30

Verifique com antecedência na página do Inep o local de prova para o qual foi designado. Faça o trajeto até o local da sua prova antes do dia do Exame e se certifique de comparecer ao local de realização das provas até às 12hs do horário de Brasília.

Os portões de acesso abrem às 12h e fecham às 13h. Recomenda-se que todos os participantes compareçam ao local de realização das provas até às 12h, de acordo com o horário oficial de Brasília.

CARTÃO DE CONFIRMAÇÃO
O Cartão de Confirmação da Inscrição será enviado para o endereço informado pelo participante no ato da inscrição até o dia 14 de outubro. No Cartão de Confirmação da Inscrição estão contidas informações como o número da inscrição, data, hora e local onde serão realizadas as provas, a indicação dos atendimentos diferenciados ou específicos, da opção de língua estrangeira e da solicitação de certificação do Ensino Médio.

Você também pode consultar ou imprimir o seu Cartão de Confirmação de Inscrição na página do Inep, informando seu CPF e senha. Caso tenha esquecido sua senha e tenha informado um e-mail ou um número de celular no ato da inscrição, sua senha será enviada por e-mail ou SMS conforme sua escolha na solicitação de recuperação de senha.

Caso não tenha informado, ou tenha mudado o celular ou o e-mail, é necessário ter em mãos os seguintes dados informados no ato da inscrição: CPF, Data de Nascimento, Identidade, CEP, a cidade de Prova escolhida e selecionar a opção "Alterar Dados Cadastrais".
Veja o passo a passo para a recuperação de senha.

Projeto Juventude Pela Vida


Os jovens alunos da Escola de Ensino Médio José Teixeira de Albuquerque, estiveram presentes na Escola de Ensino Médio Vicente de Paulo da Costa no dia 06 de outubro de 2011, desenvolvendo mais uma etapa do Projeto Juventude pela Vida. Eles são exemplos de jovens que buscam repassar e consicientizar os outros jovens da diversas comunidades em  se previnir contra as doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na  adolescência e contro o uso das drogas. Obrigados à todos os participantes desse lindo projeto.

Fonte: Escola Vicente de Paulo Costa

Palestra Sobre "Sustentabilidade e Reflorestamento do Planeta Terra"


No último dia 03 de Outubro o Colégio Virgem Poderosa, em parceria com a  Secretaria Municipal do Meio Ambiente,  promoveu para os alunos do Ensino Fundamental I uma palestra sobre "Sustentabilidade e Reflorestamento do Planeta Terra",paletra elaborada pelo Diretor da Educação Ambiental do Município Avelar Ribeiro.


Diretor do campus de Acaraú apresenta prédio a servidores de Camocim


O Diretor Geral do campus de Acaraú do IFCE, Amilton Nogueira de Vasconcelos, recebeu nesta quinta-feira (6/10), na sede, cinco servidores do campus avançado de Camocim, subordinado ao IFCE em Acaraú. Os novos profissionais foram empossados no dia 16 de setembro, e entraram em efetivo exercício em Camocim no dia 19 de setembro. 

Os novos servidores foram recebidos pelo diretor, que apresentou a  infraestrutura do prédio de Acaraú, a proposta do campus, cursos e principais projetos realizados e deu as boas-vindas aos novos profissionais que engrossam as fileiras da família ifeceana: James Pires Cruz (gerente de serviços gerais), Francisco Samuel Pinheiro Sales (assistente em administração), Marcelo Giovanni Correia Moura (assistente em administração), Patrícia de Freitas Oliveira (professora da área de Biologia e Alimentos) e João Eudes Portela de Sousa (professor da área de Marketing e Eventos). A previsão é que a sede do IFCE em Camocim comece as atividades no próximo ano.

Aprendizado olímpico

Olimpíada Nacional de História do Brasil se aproxima do fim com sucesso de inscritos e nas salas de aula de todo o país


Alunos e professores de todo o Brasil devem passar o feriadão do Dia das Crianças sob tensão. Mais especificamente, são 1,2 mil estudantes que se preparam para a etapa final da 3ª Olimpíada Nacional em História do Brasil, que acontecerá nos dias 15 e 16 de outubro na Universidade Estadual de Campinas.

Esta foi a Olimpíada com recorde de participação, cerca de 60 mil – mais que o dobro das duas edições anteriores. O sucesso se deve, em grande parte, ao envolvimento de estudantes com temas recentes misturados a fatos marcantes da história do Brasil. A prova final será no sábado e, no dia seguinte, haverá a cerimônia de premiação.

Na internet, estão disponíveis questões das provas já realizadas – o combustível necessário para os estudantes se prepararem. Foram cinco fases on-line até a derradeira, que é presencial. Além, claro, do conhecimento adquirido ao longo da jornada, os vencedores ganham medalhas, certificados e assinaturas da Revista de História da Biblioteca Nacional.

O sucesso da Olimpíada é melhor exemplificado não pela frieza dos números, mas pelas declarações de professores que viram o desinteresse de alunos ser transformado em entusiasmo diante de um novo mundo a ser desbravado.

“A maioria deles não gostava de história, não valorizava e não mostrava interesse pela aprendizagem. Era, para alguns alunos, um despertar para a disciplina, uma visão nova e uma interação ímpar em um ambiente desconhecido”, conta a professora Leila Vasconselos, de Joassuba, no Espírito Santo.

Adesão crescente
Em sua terceira edição, a Olimpíada já conta com alguns veteranos como o professor cearense Cleber Gomes. Em 2009, ele orientou apenas duas equipes; em 2010, foram 60 grupos e, este ano, já chegou a 98 – com direito a 15 deles entre os finalistas.

”A Olimpíada leva o aluno primeiro a gostar da matéria e depois a perceber sua importância na construção de uma tomada de consciência crítica”, defende o professor.
 O maior ganho se reflete nas salas de aula, como mostra o professor Marcus Fábio, também do Ceará.
“Meu trabalho nas aulas regulares melhora muito. Eles realmente entendem melhor a História do Brasil. Os meninos e meninas costumam dizer que as minhas melhores aulas são as da Olimpíada, mas cobro muito deles também. Oriento, mas deixo a escolha das opções de cada questão com eles”, contou.

Historiadores do futuro
As atividades propostas pela Olimpíada simulam as atividades de um historiador, com direito a contato direto com documentos históricos, fotografias, imagens e mapas. E o melhor é que este acervo continua disponível aos professores mesmo depois do evento. Assim, a metodologia de abordagem de alguns temas históricos pode ser aproveitada pelo professor em outros momentos do seu curso.

Outras informações no site do Museu Exploratório: http://olimpiada.museudeciencias.com.br/3-olimpiada/inicio/index

Encontro debate papel da escola no século XXI

Uma escola mais voltada para ensinar a viver, fazer e ser. Este foi o foco da palestra sobre educação para a vida
O paulistano Emerson Barreto ressaltou a importância de se ensinar às crianças o grande valor do autocontrole

A escola pouco prepara para a vida e, muitas vezes, não oferece suporte ao desenvolvimento emocional e ao autoconhecimento na infância. Em linhas gerais, esse é o pensamento do gerente pedagógico da Aymará Educação, Emerson Barreto, que, ontem à tarde, proferiu palestra no Encontro Nacional do Programa de Escolas Associadas à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (PEA-Unesco), realizado na Fábrica de Negócios, na Praia de Iracema.

A exposição de Emerson Barreto enfocou o currículo das escolas do Ensino Fundamental 1 (que vai do primeiro ao quinto ano). "Meu objetivo é desacomodar", avisou, antes da palestra. Esclareceu que, na fase de seis a dez anos, os alunos deveriam receber mais conteúdos práticos, que os ajudassem a entender suas potencialidades e enfrentar os desafios da vida. "Essa não é uma etapa em que a escola devesse estar centrada em conteúdos para o vestibular", disse, comentando que "se aprende muito sobre Ciência, Matemática, História, mas quase nada sobre filosofia do conhecimento, por exemplo", frisou.

Para ele, no século atual, a sociedade é tangida por demandas para as quais a escola não apresenta respostas. A oralidade, frisou, é uma delas. "Comunicar uma ideia, de forma clara e ordenada, é algo fundamental nos dias de hoje. Mas quem ensina sobre isso?", questionou.

Ponderou que pontos como consumo consciente e sustentabilidade deveriam constar nas grades curriculares. "Desde cedo, devemos aprender a pensar sobre o que compramos e com qual finalidade compramos", defendeu, indicando que o consumo tem um impacto individual e coletivo ao meio ambiente, pelo gasto de matéria prima e produção de lixo.

Também sobre a questão, o palestrante ressaltou que não se ensina educação financeira, que muitos confundem com matemática financeira. "O consumo consciente leva a um gasto consciente", comentou.

Propôs um maior espaço sobre empreendedorismo no processo educacional. "Ser empreendedor significa usar suas potencialidades com criatividade e determinação", conceituou, lembrando que o autoconhecimento é indispensável a quem deseja melhor usar seu potencial. "Saber de suas possibilidades e de suas limitações ajuda no desenvolvimento de ações e projetos pessoais", disse, enfatizando a importância do autocontrole na administração das tensões e conflitos.

O Programa de Escolas Associadas é quase tão antigo como a própria Unesco. Foi criado para estender os objetivos dessa organização mundial, no pós-guerra, ao campo da Educação. É um braço fundamental nesse trabalho, pois a Unesco parte de um conceito simples: a guerra nasce na mente dos homens, e é lá que deve ser combatida.

Myriam Tricate, coordenadora nacional do programa, informou que, neste ano, a Unesco está trabalhando com as escolas temas como florestas e química. "A cultura da paz e da boa convivência é constante", citou, adiantando que, no Ceará, 12 escolas têm a chancela da Unesco e que a coordenação local do programa está com a organização educacional Farias Brito.

MOZARLY ALMEIDA
REPÓRTER

Patrimônio coletivo-Tesouros Vivos da Cultura - Mestres da Cultura 2011

Três novos porta-vozes da tradição cearense serão selecionados pelo Edital dos "Tesouros Vivos da Cultura/ Mestres da Cultura 2011

Grupo de Reisado Discípulos do Mestre Pedro, da Região do Cariri, foi diplomado Tesouro Vivo da Cultura em 2008

Grupos ou comunidades que expressam ofícios, artes ou técnicas herdadas de gerações anteriores são verdadeiros "Tesouros Vivos da Cultura". O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura, lança edital que visa reconhecer a importância dessas pessoas para a memória local abrindo três vagas para registro de dois grupos e de uma coletividade no Livro de Registro dos "Tesouros Vivos da Cultura".

As inscrições seguem até o dia 26 de outubro e podem se candidatar grupos e comunidades que tenham conhecimentos ou técnicas que expressam a tradição cultural popular e mereçam ser preservadas. As coletividades tratam-se de comunidades que trazem vivas a tradição de fazeres e saberes populares.

Os requisitos formais para a inscrição dos grupos e coletividades são: comprovar a existência e a relevância do saber ou do fazer, ter reconhecimento público, deter a memória indispensável à transmissão do saber ou do fazer, propiciar a efetiva transmissão dos conhecimentos e possuir residência, domicílio e atuação no Estado do Ceará, há pelo menos 20 anos.

Para efetuar a inscrição é necessário preencher o formulário padrão de maneira legível. O documento deve estar assinado pelos responsáveis e ser entregue junto do currículo do candidato na sede da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, aos cuidados da Coordenação de Patrimônio Histórico e Cultural, das 8h às 17h.

Os selecionados e registrados no Livro "Tesouros Vivos da Cultura/Mestres da Cultura" repassarão as técnicas e conhecimentos a aprendizes por meio de programas educativos da Secult. Os grupos receberão auxílio financeiro manter as atividades e a coletividade terá prioridade na tramitação de projetos estaduais a partir de 2012.

Tesouros e Mestres
O título de Mestres da Cultura foi instituído pelo Governo do Estado em 2003, como uma forma de preservar a memória imaterial cearense expressada pelo ofício de homens e mulheres que, muitas vezes, aprenderam técnicas e saberes com pais e avós e os mantêm vivos há anos.

Esse reconhecimento simbólico vem acompanhado de recompensa financeira para a sobrevivência desses artesãos e artistas populares e também de iniciativas, por parte do próprio poder público, para repassar os conhecimentos e práticas às novas gerações e manter atualizada a cultura local.

Por conta disso, o artesão da região do Cariri, Espedito Celeiro, recebeu o diploma de Mestre da Cultura, em 2008, pela confecção de calçados e acessórios de couro. Contudo, o projeto Mestres da Cultura estava direcionado apenas a sujeitos individuais, deixando de fora as ações realizadas por grupos ou mesmo comunidades inteiras de caráter popular que têm uma significativa contribuição para o patrimônio cultural da região em que estão situadas e para o Estado de um modo geral. Essa lacuna foi preenchida com a instituição do registro dos Talentos Vivos da Cultura, em vigor desde o ano de 2006 e fez com que o grupo de reisado Discípulos do Mestre Pedro, por exemplo, tivesse sua trajetória valorizada oficialmente pelo poder público, pois a academia e os festivais de cultura já o faziam estudando e convidado o grupo para apresentações.

LEGISLAÇÃO
Cultura imaterial
Em 27 de novembro de 2006 foi instituída a lei estadual de nº 13.842 que visa à manutenção de grupos e coletividades que são expressões reconhecidas da tradição popular. A legislação complementa a Lei estadual de nº 13.351, de 27 de agosto de 2003, que cria o título de mestres da cultura, outorgado a sujeitos que possuem saberes e técnicas artesanais e culturais que compõem a memória coletiva do Ceará e, portanto, precisam ser preservados e mantidos por meio do ensino para as novas gerações.

MAIS INFORMAÇÕES:
Edital de seleção dos "Tesouros Vivos da Cultura/Mestres da Cultura" com inscrições abertas até o próximo dia 26, na sede da Secult (Av. General Afonso Albuquerque Lima s/n - Edifício Sead, Cambeba, Fortaleza).
Contato: (85) 3101-6787


Artesãs contam em cordel história do trançado na palha

Oficinas da UFC capacitam artesãs da Colina do Horto em design e comunicação comunitária

Mãos fazem o trançado na palha de carnaúba e também aprendem a escrever o cordel com os versos sobre o cotidiano do grupo
ELIZÂNGELA SANTOS

Juazeiro do Norte. A história do artesanato em palha de carnaúba das mulheres da Rua do Horto, neste Município do Cariri, começa a mudar de rumo. É que valores estão sendo agregados e dando um novo rumo ao trabalho das mulheres. O aperfeiçoamento da forma de comunicação do grupo de mulheres e o aspecto visual do produto estão sendo redimensionados, com o projeto de extensão "Mulheres da Palha: Empreendedorismo Social no Grupo de Artesãs da Palha da Carnaúba em Juazeiro do Norte".

E as mulheres começam a aperfeiçoar a comunicação do grupo, contando a própria trajetória em forma de cordel. Intitulado "A História das Artesãs de Palha da Rua do Horto", o trabalho foi feito na parceria das mulheres, integrantes do projeto de extensão, com o cordelista Hamurábi Batista. O trabalho tem um caráter educativo.

Maria Luiza Nunes é uma das artesãs integrantes do grupo que recebe capacitação com os acadêmicos da UFC

Uma festa moveu o grupo para o lançamento do cordel, na última semana. O grande passo foi formar uma sede para o encontro das mulheres, na própria Rua do Horto. Coisa que há muito tempo não acontece, segundo as protagonistas da história, que ganhou fama. Nos últimos anos, a falta de estímulo dos próprios filhos das mulheres artesãs acabou desmotivando algumas delas em continuar as atividades. Antes, eram bem mais mulheres participando.

Atualmente, segundo a professora de Comunicação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rosane Nunes, são 23 mulheres reunidas como parte das atividades. O cordel foi resultado de uma oficina e a primeira ação do projeto. Ela afirma que o objetivo das atividades inicialmente é fortalecer o grupo. Isso envolve o resgate da identidade coletiva das mulheres, além de melhorar a comunicação interna da comunidade local. O segundo projeto a ser desenvolvido será um portfólio com os produtos.

Artesã Maria José Gonzaga é uma artista que explora a criatividade
DIVULGAÇÃO

A educação ambiental está sendo focada no trabalho, envolvendo o Geopark Araripe, já que a área faz parte do Geossítio do Horto. A meta é inserir o material como geoproduto. A coordenadora do trabalho de design, professora Janine Geannal, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atua na área de design. O principal nesse momento, conforme ela, é possibilitar uma melhoria no trabalho já existente, com a variedade de produtos, que inclui desde chapéus e leques até bolsas. E o trançado ganha formas mais aperfeiçoadas e um colorido especial. "Temos levado elas a um processo de reflexão, para uma nova concepção do produto", afirma. E tem dado certo. As artesãs têm assimilado a nova forma de encarar o mercado, com mais empolgação.

A professora do curso de Design de Produtos, da UFC, Juliana Loss, diz que um dos aspectos do trabalho tem sido voltado para um acabamento mais preciso e as mulheres têm percebido essa mudança. A artesã Francinete da Silva diz que os artigos em palha têm adquirido uma nova visibilidade. Ela acredita que a qualidade dos seus produtos obteve uma melhora de 50% desde a implantação do projeto. "Agora estou mais cuidadosa, e o grupo mais forte", diz.


Trabalho em grupo
Para Maria Luiza Nunes, que há vários anos trabalha no trançado da palha, essa tem sido a primeira vez que participa de um trabalho em grupo. Antes a artesãs sequer se encontravam. "Esse projeto veio para engrandecer o trabalho da gente, dar um novo acabamento às nossas peças e possibilitar uma produção de qualidade", diz ela.

O cordel feito pelas artesãs traduz o que é compartilhado pelo grupo, abordando a importância cultural, histórica e ambiental do artesanato em palha de carnaúba. O folheto foi feito na oficina de Comunicação Comunitária que os bolsistas de Comunicação Social da UFC ofereceram às artesãs. Os trabalhos se deram no mês de maio, quando os estudantes trabalharam com o grupo princípios de comunicação e imagem.

MAIS INFORMAÇÕES
Campus da UFC - Cariri
Av. Tenente Raimundo Rocha, S/N
Cidade Universitária, Juazeiro do Norte Telefone: (88) 3572.7200


EXPOSIÇÃO
Quadros em bordado destacam o Cariri
As cores da Chapada do Araripe e a cultura do Cariri são destacadas nos quadros em bordados da artista Maria José (Zeza)

Juazeiro. Um bordado diferente. Em telas, a harmonia de cores para resgatar a cultura da região do Cariri e os seus principais personagens. Maria José Gonzaga, conhecida por Zeza, é uma artista que não poupa criatividade e conhecimento da arte do Cariri, quando o assunto é produzir quadros com um colorido especial. Um trabalho minucioso, que passou a fazer parte da exposição "Cariri entre linhas e pontos", aberta na noite de ontem, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Juazeiro do Norte.

Zeza diz que está apenas iniciando um trabalho. É mais de uma década da técnica que aprendeu com a família Dummond, em Ubajara. Na exposição, estarão 25 telas de uma coleção que ela iniciou, com a intenção da falar do Cariri. A artista já expôs na região em locais como o Sesc. Os trabalhos estarão expostos, mas Zeza afirma que também estará recebendo encomendas.

Para os mais trabalhados, com temas que envolvem um número maior de personagens, a exigência da artista é maior. Ela afirma que pode demorar até dois meses para produzir. Em cada um deles, a linha sobre a tela de lona muda de tonalidade, a exemplo do pau-da-bandeira de Santo Antônio, em Barbalha. Para cada personagem são roupas diferentes, cabelos, cor da pele. E as linhas utilizadas são variadas. O tamanho de cada tela também pode variar.

Personagens
Personagens com o Padre Cícero, Patativa do Assaré, a natureza da Chapada do Araripe, sua fauna com o raro Soldadinho-do-Araripe. A flora, como a flor do pequizeiro, que aponta com sua florada na Chapada, além do pau-de-arara com os romeiros do Padre Cícero estão entre os quadros expostos no CCBNB.

Exclusivas
As peças da exposição são todas exclusivas. Pela primeira vez, segundo ela, o seu trabalho ganha mais visibilidade. Desde o ano passado que se inscreveu para realizar a mostra do seu trabalho. "É um espaço que venho tentando conquistar com a divulgação desse trabalho, que é único em nossa região", diz. A técnica, de acordo com Zeza, se une à cultura regional. É o Cariri no tom alegre do bordado.

MIAS INFORMAÇÕES:
Centro Cultural Banco do Nordeste, em Juazeiro
Exposição de bordados "Cariri em linhas e pontos" - (88) 3512.2855

Elizângela Santos 

Repórter

Patrimônio Cultural, mas desvalorizado

Igrejas do Ceará apesar de centenárias e  imensa beleza arquitetônica são desvalorizadas

Igreja Matriz do Município de Bela Cruz - Ceará - Setembro de 2011 (Foto: Valdecy Alves)
Em uma importante postagem no blog Valecy Alves, advogado, turista e grande admirador dos costumes de nosso povo, fora evidenciado a beleza arquitetônica das centenárias igrejas do Ceará, tidas segundo o mesmo como o prédio mais importante, de maior porte e beleza arquitetônica de qualquer cidade, estando estrategicamente construída, com sua vistosa torre, geralmente com um relógio, que não foi ainda substituído nem pelo rádio, nem pela TV, graças aos toques dos seus sinos marcando o tempo no dia-a-dia e a história, com o tique-taque do seu pêndulo.
Particularmente concordo com as palavras de nosso ilustre blogueiro, que tomou a iniciativa de criar em seu blog o quadro: Igrejas do Ceará, buscando valorizar O PATRIMÔNIO MATERIAL, representado pela beleza e formas arquitetônicas do prédio, como também o PATRIMÔNIO IMATERIAL, toda a história que teve a igreja como palco e sua praça em volta, além da religiosidade, que muito tem a ver com a cultura nordestina.

Entretanto ao mesmo tempo em que faço as palavras de Valdecy as minhas, me inquieto e entristeço em  ver que apesar destes templos serem vistos ao nossos olhos e até de orgão federativos como um "patrimônio" estando até mesmo confirgurados como bem partimonial conforme a CF que diz em seu artigo Art. 216. que Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira...

Estes mesmos templos estão sendo extintos, e a memoria de nosso povo apagada ao tranforma-se em pó, como em Alcântaras-CE onde em 03 de novembro de 2010 foi demolida a centenaria igreja de N.S. do Perpetuo Socorro e, recentemente Pacujá, também situado na Zona Norte do Estado, que teve a matriz tranformada em pó para da origem a um novo templo. Comportamentos contrários quando afirmamos: "toda a história de uma cidade teve a igreja como palco e sua praça em volta, além da religiosidade, que muito tem a ver com a cultura nordestina".

Mas que cultura e religiosidade seria essa que faria nosso pacato povo esquecer  o cenário de uma longa história para dar espaço a um projeto baseado em altos moldes de arquitetura moderna, esquecendo os traços original de uma civilização, como vivenciados em Alcântaras onde a nova matriz não encaixa-se ao cenário pacato e simbolico de nossa terra, onde uma obra de mais de 5.000  mil reais tornou-se o simbolo ou cartão postal do municipio, retratanto o que? uma história que começa a ser escrita agora?

Me pergunto, até que ponto nossa admiração e  "posse" de nossas matrizes estariam sendo respeitadas e levada em consideração?

Muitas justificativas são apresentadas como a rachadura de paredes, prédio condenado, risco de desabamento...  o que poderia por em risco a segurança de nossos fieis. Mas diante destas afirmações, que critérios fariam os paises, ou até mesmo estados brasileiros deixarem de pé casarões e catedrais seculares, como a estação da Luz em São Paulo, famosas igrejas de Minas Gerais e Recife e porque não lembar de enormes templos franceses, gregos dentre outros espalhados pelo mundo? Nosso povo estaria sendo manipulado por interesses adversos, ou a demolição de nossos templos seria mesmo uma iniciativa e decisão puramente popular?

Igrejas do Ceará - Patrimônio Histórico Material - Beleza Arquitetônica e Vitrine dos Municípios

Viajo muito a trabalho pelo Estado do Ceará. Não existe a menor dúvida, que para maioria das cidades o prédio mais importante, de maior porte e beleza arquitetônica é a igreja local. De longe, de qualquer estrada, chegando-se, seja do alto, seja de uma reta, seja de uma baixada, a quilômetros de distância o que primeiro de avista numa cidade, que se distribui como uma linha reta no horizonte é o prédio da igreja matriz local, estrategicamente construída, com sua vistosa torre, geralmente com um relógio, que não foi ainda substituído nem pelo rádio, nem pela TV, graças aos toques dos seus sinos marcando o tempo no dia-a-dia e a história, com o tique-taque do seu pêndulo.

Adentrando qualquer cidade, o que vale para cidades de porte médio, a capital Fortaleza ou mesmo a grande São Paulo, percebe-se que as cidades formaram-se, foram construídas e expandiram-se em torno da igreja, onde grande parte dos casamentos e batizados foram realizados há décadas, festas da padroeira... ou há séculos e assim continua... Fora o que representa como símbolo da fé de um povo. O QUE VALORIZO AQUI É O PATRIMÔNIO MATERIAL, representado pela beleza e formas arquitetônicas do prédio, como também o PATRIMÔNIO IMATERIAL, toda a história que teve a igreja como palco e sua praça em volta, além da religiosidade, que muito tem a ver com a cultura nordestina.
Não nos esqueçamos do que diz a Constituiçao Federal:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira...

É com essa visão, que início a série: IGREJAS DO CEARÁ! Que de quando em quando receberá novas fotos. Favor quem copiar foto citar a fonte. Tenho certeza que é uma forma de valorização do patrimônio cultural do povo cearense e de dividir história e beleza com os leitores o meu blog. SE VOCÊS NÃO PODEM IR ATÉ AS IGREJAS FOTOGRAFADAS, TRAGO AS IGREJAS ATÉ VOCÊS. Tirei as fotos nos últimos 30 dias. Espero que goste das fotos abaixo:

Igreja Matriz do Município de Bela Cruz - Ceará - Setembro de 2011 (Foto: Valdecy Alves)

Igreja Matriz do Município de Marco - Ceará - Setembro de 2011 (Foto: Valdecy Alves)

Igreja Matriz do Município de Ocara - Ceará - Setembro de 2011 (Foto: Valdecy Alves)

Igreja Matriz do Município de Redenção - Ceará - Setembro de 2011 (Foto: Valdecy Alves)

Igreja Matriz do Município de Trairi - Ceará - Outubro de 2011 (Foto: Valdecy Alves)

 Fonte: Blog Valdecy Alves


Do Blog Acaraú pra recordar: Ilustração da Igreja Matriz de Acaraú

Igreja Matriz de Acaraú    Foto: Arquivo Acaraú pra recordar

Câmara aprova ensino de história do Crato nas escolas municipais

Projeto de lei obriga ensino da história do Crato para o Ensino Fundamental II. Após aprovação dos vereadores, projeto aguarda sanção do prefeito.




A Câmara Municipal do Crato, município a 506 km de Fortaleza, aprovou por unanimidade o projeto de lei do vereador George Macário (PV) que torna obrigatório o ensino de história da cidade nas escolas públicas municipais. De acordo com o projeto, a matéria deve ser integrada no programa do Ensino Fundamental II. O projeto de lei ainda precisa ser sancionado pelo prefeito do Crato, Samuel Araripe.

“O Crato tem 247 anos e momentos importantes, inclusive, para a história do Brasil. Durante décadas e décadas, nunca foi passada a história do próprio município para os alunos. Quando era repassado, era de maneira superficial”, diz o vereador. Depois que foi aprovado pela Câmara, no último dia 8 de agosto, o projeto de lei tem o prazo de um ano para entrar em vigor nas escolas, de acordo com o parlamentar. “Nas escolas estaduais e particulares, o ensino da história do Crato será facultativo”, esclarece.

O vereador informa que as instituições de educação, cultura e história se reunirão para produzir o material do livro didático que deverá ser custeado pela Prefeitura do Crato. “Nós temos que envolver as instituições para que seja elaborado um material didático bom e, obedecendo o tempo que a lei faculta para que exista a preparação, seja feito efetivamente o ensino do Crato aos cratenses”, destaca o vereador.

“É preciso que haja essa preparação. Porque nós conhecemos, mas é preciso um estudo maior”, ressalta a professora Palmira de Oliveira Rodrigues. Segundo o projeto de lei, além do ensino da história do Crato, as escolas também devem hastear as bandeiras do Município, do Ceará e do Brasil e os hinos cantados no 1º dia letivo de cada mês. “Na nossa concepção, uma nação que quer entrar no Primeiro Mundo tem de ser nacionalista, ter amor à bandeira”, defende o vereador.

Fonte: G1 Ce

UVA abre processo seletivo para Mestrado Profissional em Saúde da Família


O processo seletivo do Mestrado Profissional em Saúde da Família, destinado ao preenchimento de 20 vagas na Universidade Estadual Vale do Acaraú, terá início com as inscrições de candidatos no período de 12 a 23 de setembro de 2011.

Recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Mestrado Profissional em Saúde da Família será ofertado em rede, pelas seguintes Instituições Nucleadoras e integrantes da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (RENASF): a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); a Universidade Estadual Vale do Acaraú; a Universidade Estadual do Ceará (UECE); a Universidade Federal do Ceará (UFC); a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O curso de Mestrado Profissional tem por objetivos formar lideranças para a Estratégia Saúde da Família, aptas a exercer atividades de investigação e de ensino em serviço; fomentar o trabalho em equipe, por meio do diálogo entre profissionais da equipe básica de Saúde da Família e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família; e articular elementos da educação, atenção, gestão e investigação no aprimoramento da Estratégia Saúde da Família e do Sistema Único de Saúde, com ênfase na atenção básica.

O Mestrado é voltado para profissionais graduados e que exerçam atividades de gestão, atenção ou ensino em serviço na Estratégia Saúde da Família. As inscrições e entrega de documentos devem ser feitas na Diretoria do Centro de Ciências da Saúde da UVA (CCS), instalada, provisoriamente, no campus da CIDAO.

Mais informações podem ser obtidas na página da UVA na Internet: www.uvanet.br, onde está disponível a Chamada de Seleção Pública, pelos telefones (88) 3677-4242/3677-4211 ou, ainda, pelos e-mails: mestradopsf@uvanet.br ou ccs@uvanet.br.

Fonte: UVA

Acaraú-Cinturão das Águas: termo de compromisso será assinado nesta sexta (7)


O governador Cid Gomes e o ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra assinam nesta sexta-feira (7), o termo de compromisso para o projeto executivo do Cinturão das Águas do Ceará (CAC). A assinatura está prevista para acontecer às 13 horas, no Palácio da Abolição, logo após a visita ao projeto de irrigação Tabuleiro de Russas, no Vale do Jaguaribe - que é um dos maiores polos fruticultores do Ceará - prevista para às 11 horas.  

O projeto do Cinturão das Águas envolverá todo o Estado, através de um conjunto de canais e adutoras, com extensão de três mil quilômetros, para dar segurança hídrica à 92% da população cearense. O investimento total previsto é de R$ 7 bilhões, sendo que os recursos para o primeiro trecho (estimado em R$ 1,3 bilhão) estão assegurados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Cinturão será formado por um canal principal que margeará a Chapada do Cariri, aproximadamente no sentido leste-oeste, para depois, com diretriz sul-norte, atravessar as bacias do Alto Jaguaribe e Poti-Parnaíba, atingindo a bacia do Acaraú, totalizando cerca de 545 quilômetros.

As praias de Jericoacoara e Canoa Quebrada recebem Festivais de Música

As praias de Jericoacoara e Canoa Quebrada recebem neste fim de semana movimentados festivais de música. Entre as principais atrações, estão Otto, Arnaldo Antunes, Peter "Madcat" Ruth e Tia Carroll

O pernambucano Otto se apresenta no sábado em Jericoacoara (DIVULGAÇÃO)

De leste a oeste do litoral que banha nosso Estado, com propostas que agregam múltiplas manifestações e gêneros em torno da música, este fim de semana reserva uma movimentação intensa aos cearenses para fora dos limites da capital. As praias de Jericoacoara e Canoa Quebrada recebem - respectivamente - neste fim de semana os festivais Jeri Sport Music Festival e Festival Canoa Blues, ambos se consolidando em suas quartas edições.

Propondo um “Encontro das Artes”, o Jeri Sport Music Festival começa hoje e vai até o sábado (8). Em meio a uma programação gratuita que reúne oficinas de teatro e fotografia (pinhole), competições de windsurf e kitesurf, além espaços de convivência voltados à gastronomia e ao artesanato de artistas locais, o destaque deste ano fica a cargo das apresentações musicais que fecham as noites de amanhã e sábado, com shows do paulista Arnaldo Antunes e do pernambucano Otto.

Em continuidade à turnê do projeto Ao vivo lá em casa, que comemorou seu cinquentenário de vida rodeado de amigos e deu origem a um DVD gravado no aconchego de seu lar no ano passado, o poeta, compositor e cantor Arnaldo Antunes apresenta um repertório de canções que passeiam por sua discografia, com destaque para seu último trabalho de estúdio, o disco Iê Iê Iê (2009). No caso do músico Otto, que atualmente trabalha nas gravações do disco The Moon 1111, sucessor do aclamado e visceral Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (2009), o repertório pode apresentar alguma novidade desde sua última apresentação, há quatro meses.

A programação que se inicia hoje terá abertura oficial com a festa “É Proibido Proibir” - uma versão “resignificada” do projeto “Farra na Casa Alheia” -, que conta com a participação de cinco DJs, entre eles os idealizadores Guga de Castro e Rodrigo Fuser e o convidado Fran Viana.

Amanhã e no sábado, antes das apresentações de Arnaldo Antunes e Otto, respectivamente, a programação recebe os talentos locais Gabriel Rodrigues, de apenas 11 anos, e Manuella Camboim, que volta ao festival depois de sua participação na primeira edição. Na sexta, a partir das 21 horas, o palco principal recebe também o espetáculo Cabra da Peste, interpretado por um grupo de 22 integrantes, entre crianças e adolescentes de 7 a 15 anos.

Canoa blueseira
Com um projeto amarrado em torno de um gênero específico, trazendo as diferentes vertentes do Blues para o espaço da praia, o Festival Canoa Blues promove a partir de amanhã até domingo (9) um encontro entre público e artistas de diferentes gerações, sotaques e nacionalidades do Blues em apresentações também gratuitas.

Neste ano, as atrações internacionais do festival são os norte-americanos Peter “Madcat” Ruth e Tia Carroll, que apresentam na sábado suas influências e trabalhos característicos de suas trajetórias artísticas. No caso de Peter “Madcat”, multi-instrumentista vencedor de Grammy e conhecido por sua virtuosidade no manejo da harmônica (gaita), o público poderá conferir uma nova apresentação do músico em solo cearense depois de seis anos.

Dos nomes nacionais que compõem a programação, o Festival Canoa Blues apresenta uma reunião de projetos de diferentes regiões, com artistas do Ceará, Rio Grande do Norte, São Paulo e Paraná. A abertura de amanhã tem assinatura dos músicos cearenses Rafael Balboa e Artur Menezes, este que durante os meses de junho e julho esteve ao lado de grandes nomes do Blues na cidade norte-americana de Chicago, bebendo em uma das fontes mais representativas do gênero.

No sábado, juntamente com as atrações norte-americanas, o festival recebe o show do paulista Igor Prado e sua Prado Blues Band, considerado uma das revelações do blues nacional dos últimos anos com apresentações em diversos países. No domingo, fechando as atividades, a programação recebe o potiguar Gustavo Cocentino, referência do blues no estado, e os paranaenses do Mr. Jack.

SERVIÇO

4º JERI SPORT MUSIC FESTIVAL
Quando: De hoje (6) a sábado (8)
Onde: Na praia de Jericoacoara, a 295km de Fortaleza
Programação gratuita
Outras informações: (85) 3458.1235 / 3458.1167

FESTIVAL CANOA BLUES
Quando: De amanhã (7) a domingo (9)
Onde: Na praia de Canoa Quebrada, município de Aracati, a 149km de Fortaleza
Programação gratuita
Outras informações: (85) 3133.7769 ou www.canoablues.com.br

Yuri Tavares

Fonte: O Povo

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O conto que se reinventa

O conto "Lua Cambará", do escritor cearense Ronaldo Correia de Brito, ganha nova adaptação para o teatro, pela companhia pernambucana Ária Social. O musical será apresentado nesta quarta-feira, no Theatro José de Alencar


Livro, filme, música, ópera balé e agora uma "cantata cênica" com dança contemporânea e teatro. Pode-se dizer que o escritor Ronaldo Correia de Brito é "assombrado" por Lua Cambará desde a infância. Ainda criança, ele ouvia atento a história que o pai contava, repetidamente, da alma de uma mulher que vagava pelo sertão.

A narrativa ficou tão imbricada no imaginário fértil do garoto que este lhe deu vida por meio de um conto. A obra saiu do papel e se materializou de diferentes maneiras ao longo de 41 anos, chegando ao formato de uma "cantata cênica" - uma obra que mistura a linguagem da música com o teatro - como o escritor define a atual produção realizada pela companhia Ária Social, que chega a Fortaleza, nesta quarta-feira, para apresentação única no palco do Theatro José de Alencar.

O fascínio em torno da história trágica de Lua, uma mulher ressentida, malvada, que ama, não é correspondida e não encontra paz mesmo depois da morte, teve diversos desdobramentos artísticos. "Isso prova que a obra está viva. Tem 41 anos que ela saiu do sertão dos Inhamus e vaga por diversos lugares. É a literatura sendo adaptada para outros formatos e linguagens", observa o escritor.

Em 1990, a Companhia Sopro de Zéfiro transforma Lua Cambará em uma ópera balé, na qual a bailarina Cecília Brennand interpreta a heroína e o escritor cearense participa como diretor artístico. Em 2010, a produção ganha releitura, sob a direção de Cecília Brennand, com um balé formado por jovens atendidos por um programa social da Capital e Região Metropolitana de Recife.

A lenda de Lua, filha de coronel com uma escrava, já passou por palcos do Nordeste, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro desde julho do ano passado. "Queríamos levar para o Sudeste um espetáculo que tivesse a nossa cultura, por isso escolhemos Lua Cambará", explica a diretora artística. A produção foi organizada em quatro meses, possui um corpo de balé com 49 artistas e conta com músicas inéditas compostas por Antônio Madureira, parceiro do escritor Ronaldo Correia de Brito em outras adaptações do conto.

Novidade
Um dos diferenciais do espetáculo é o fato da história de Lua Cambará não ser contada, mas construída por meio dos sentimentos experimentados pela personagem. "Essa foi a produção mais completa que já realizei em meus 23 anos de carreira. Nesse espetáculo, temos sete luas, cada uma representando um sentimento. Em 1990, tínhamos a narrativa e eu interpretava Lua", observa a diretora, que interpreta os sentimentos de amor e morte da protagonista.

A fragmentação da heroína foi trabalhada em profundidade com os artistas de forma a que estes conseguissem expressar todas as emoções por meio de um complexo jogo de dança e interpretação. "Trabalhamos com as sensações mais primitivas do homem, como o amor, o ódio, a perda. Com isso, deu para perceber o amadurecimento da equipe ao longo do processo. As meninas, por exemplo, se tornaram mulheres", destaca uma das coreógrafas e diretoras artísticas do musical, Ana Emília Freire.

"Lua é uma morta cada dia mais gloriosa e bonita", brinca Ronaldo Correia de Brito ao descrever a sensação que teve ao assistir à produção. O autor assistiu à apresentação em São Paulo e destaca os efeitos de iluminação e som como duas grandes qualidades do espetáculo. "É muito impressionante, eu espero que em Fortaleza seja do mesmo jeito. É uma montagem atual, contemporânea. É muito bonito ver todo esse corpo de balé", comenta.

A versão da companhia Ária Social prima pelo aspecto musical da obra. Apesar de fiel ao roteiro dramatúrgico de Ronaldo, a obra é, em essência cantada, e a execução das músicas é ao vivo.

Conto
Lua Cambará foi escrita por Ronaldo Correia de Brito aos 20 anos. A história é uma adaptação de uma lenda oral parte do imaginário cultural do interior do Estado.

"Essas lendas têm nomes de pessoas de famílias da região e Lua Cambará é o que se conhece na literatura como mito do corpo seco. É a mulher ruim que mata, é rejeitada e, ao morrer, fica vagando e assombrando as pessoas", explica o autor. A história, aparentemente inofensiva para as gerações atuais, era mesmo de assustar, como confessa o escritor. Tamanho foi o medo da assombração que ela sempre o acompanhava no pensamento ao longo da infância e adolescência na região do Cariri, até que saiu da sua cabeça para ganhar o papel.

A experiência com os contos de assombração, o autor teve na infância, na Região do Cariri, para onde a família mudou-se quando este tinha apenas cinco anos de idade.

Apesar da origem da família do escritor ser a região dos Inhamus, foi no Cariri que o pequeno Ronaldo cresceu e lá se deparou com os mitos, lendas e narrativas repassados às diferentes gerações pela oralidade.

Cronologia
1970, Ronaldo Correia de Brito escreve o conto Lua Cambará

1975 , Ronaldo e Assis Lima escrevem um roteiro para cinema. A obra é rodada entre 1975 e 1977 em super 8, com direção de Horácio Carelli.

1977, Lua Cambará, com música de Antonio Madureira, é gravada pela orquestra Romançal

1979, a obra ganha versão em vídeo e é veiculado na televisão

1990, a Companhia Sopro de Zéfiro encena a ópera balé com coreografia de Zdenek Hampel

2001, Rosemberg Cariry filma Lua Cambará com Dira Paes e Chico Dias nos papeis principais

2003, Ronaldo Correia de Brito reescreve o conto Lua Cambará e edita no livro Faca, com a Cosac&Naify

2010, Nova encenação do espetáculo musical, com música ao vivo, por professores e alunos do Aria Social

MISSÃO
Arte engajada
O Aria Social é uma associação sem fins lucrativos, criada em agosto de 2004, para atender crianças e jovens de comunidades de baixa renda e vulnerabilidade social de Recife e Jaboatão dos Guararapes. Fruto da iniciativa da bailarina Cecilia Brennand, o projeto surgiu do desejo e da necessidade de democratizar a arte pelo que ela tem de força transformadora, de potencial educativo, de fortalecimento da autoestima e de propulsora da criatividade, tornando-se assim um acessível instrumento de formação. Atende, anualmente, em média, 420 educandos, entre 4 a 25 anos, em oficinas de formação continuada em dança, música, percussão e capoeira, oferecendo ainda atividades complementares para o ensino escolar formal, além de benefícios como transporte e alimentação.

MAIS INFORMAÇÕES:
Lua Cambará - espetáculo da Cia. Aria Social, às 20 horas, no Theatro José de Alencar. Ingressos:
R$ 15 (inteira) e R$ 7 (meia)


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Documentaristas que viajam o país em Kombi chegal ao litoral do Piauí

O veículo há um ano e quatro meses tem sido a casa do casal Franco Hoff e Inês Calixto

Fotos: Francisco Brandão/Proparnaiba.com
Franco Hoff é documentarista e fotojornalista, Inês Calixto é educadora, fotógrafa e escritora, eles chegaram à Parnaíba, no litoral do Piauí, em uma Kombi chamada Alice (uma referência à obra literária Alice no País das Maravilhas) na semana passada.

O veículo há um ano e quatro meses tem sido a casa do casal e levado ambos a várias cidades brasileiras no projeto que eles batizaram de Histórias de Alice. No carro ainda vai um boneco chamado Chico que tem a missão de animar crianças e contar histórias.

Inicialmente a previsão era rodar 30 mil quilômetros conhecendo as histórias, registrando pessoas, levando cinema e literatura de forma gratuita para as comunidades e ao final de dois anos construírem três livros: fotografia, lendas e diário de bordo da viagem. Hoje o propósito ainda é o mesmo, mas o carro Alice já rodou mais de 50 mil quilômetros pelas estradas das diferenças sociais do Brasil e na bagagem acumularam grandes experiências, muito mais do que o previsto no começo.

Na região litorânea do Piauí eles aportaram na praia da Pedra do Sal e lá conversando com a comunidade têm registrado as lendas, causos e o cotidiano das pessoas que fazem o local, tudo contado pelos próprios moradores. Conheceram o Morro do Gemedor que ao ser pisado emite um som parecido com um ranger de tom bastante grave e ficaram encantados com a beleza, rusticidade, simplicidade e o acolhimento da gente do litoral do Piauí.

"Nós (Inês, Franco, Chico e Alice) adaptando a literatura que mostra o país das maravilhas, procuramos o Brasil das diferenças. Elas às vezes doem, nos comovem. Mas no geral vemos um país de gente humilde, sofrida que não larga mão do sorriso”, revela Inês.

Inês que disse nunca ter pensado em desistir, já foi inclusive atropelada em Eldorado dos Carajás e com isso o casal constatou aquilo que talvez seja o maior problema social do Brasil. “Nosso sistema de saúde é ruim na maioria dos lugares, até para quem tem como pagar uma consulta particular. O brasileiro sofre demais com isso”, contou Franco.

Os documentaristas conheceram o Delta do Parnaíba e disseram ter gostado muito do passeio de barco pelos igarapés, ilhas e ilhotas do local, para eles melhor ainda foi conversar com as pessoas que fazem parte daquele cenário. Franco, Inês e Alice devem seguir viagem no começo da semana com destino à Jericoacoara no Ceará e de lá continuam conhecendo as diferentes cidades brasileiras até o mês de maio de 2012.

Tudo sobre está viagem está sendo contada na página do projeto na internet, o www.historiasdealice.com.br. Também nas redes sociais, o Twitter é o @sigaalice e a página no Facebook é Projeto História de Alice

Fotos: Francisco Brandão/Proparnaiba.com

Quem são:

Eles são um casal de fotógrafos que em 2010 trocou a residência fixa em São Paulo, para viver, viajando pelo interior do Brasil, a bordo de uma Kombi que, em 2008, foi transformada em motorhome e recebeu de seus primeiros donos o nome de Alice (uma referência à obra literária Alice no País das Maravilhas).

Alice é uma Kombi blogueira, que gosta de contar histórias. É Alice no país da Emília. Tem como parceiros de viagem Chico um boneco, amigo das histórias, animador da garotada. Com Alice, será responsável por despertar o sonho e a imaginação dos pequenos brasileiros em nossas viagens pelo interior do Brasil.

Franco Hoff é documentarista e fotojornalista.

Inês Calixto é educadora, fotógrafa e escritora.

O Projeto

Histórias de Alice, nasceu da decisão do casal de fotógrafos, Inês Calixto e Franco Hoff, de sair em viagem pelo Brasil a bordo de uma Kombihome (a Alice), fotografando histórias narradas por pessoas simples, investigando seu modo de ser e de viver.  Tem a pretensão de trabalhar a inserção cultural de comunidades do interior do Brasil, em três linguagens: a literatura, o cinema e a fotografia. Ao mesmo tempo compor uma coletânea de causos narrados pelos protagonistas (pessoas do lugar onde visitarmos) registrando seu modo de ser e fazer cultura.

Busca-se com este projeto coletar e investigar as origens de causos e mitos traduzindo-os em imagem seja por registro fotográfico ou em vídeo.

O projeto tem como objetivos:

Promover a inclusão cultural por meio de participação em oficinas de leitura e fotografia, hora do conto e sessões cinematográficas.

Coletar histórias e causos narrados pelos próprios protagonistas (pessoas das comunidades visitadas) registrando-os por vídeo, texto e fotografia.

Valorizar a cultura popular registrando por vídeos, fotos e filmes, projetos e sonhos pessoais singulares levados a cabo neste Brasil de muitos Brasis.

Entender o modo de vida das pessoas mais simples e sua relação com a arte, a música, a dança e a religião, o tempo, o lazer e o trabalho.

Publicar posteriormente três livros: um de fotografias intitulado Brasis do meu Brasil, outro de causos e contos Histórias de Alice e o diário de viagem relatando a experiência do casal em retratista viajante.

Francisco Brandão para o Proparnaiba.com

Pão com recheio original

Será lançado hoje, na Livraria Cultura, o livro Uma breve história da Padaria Espiritual, do crítico literário Sânzio de Azevedo. A obra traz novas informações a partir das atas de integrantes do movimento literário em documento inédito encontrado no Instituto Histórico do Ceará

No livro, Sânzio transcreve o texto Retrospecto dos feitos da Padaria Espiritual, publicado em 1894 pelo padeiro Moacir Jurema (NATALIA KATAOKA, EM 17/01/2007)

O historiador da literatura, professor Sânzio de Azevedo, achou que estivesse sonhando. Depois procurar, por 40 anos as atas da Padaria Espiritual, um dia recebeu um telefonema com a informação de que as atas, até então completamente desconhecidas, estavam no arquivo do Barão de Studart, no Instituto Histórico do Ceará. Mesmo com a nova edição no livro Uma Breve História da Padaria Espiritual quase pronta, Sânzio de Azevedo recuperou informações e as transpôs para a obra que ele lança hoje, às 19 horas, na Livraria Cultura, com direito a bate-papo sobre o livro e participação da escritora Socorro Acioli, autora de É pra ler ou pra comer, livro infantil inspirado no movimento literário do fim do século XVIII.

Uma das principais novidades que o livro traz é a informação de que Antônio Sales, que atendia pelo nome de Moacir Jurema, ocupara por mais tempo do que o imaginado a função de padeiro-mor. Outra, é que alguns textos dos padeiros foram parar no jornal A República no ano de 1893, quando não foi publicada nenhuma edição de O Pão. Neste livro, há também a transcrição do texto Retrospecto dos feitos da Padaria Espiritual, publicado em 1894 pelo padeiro Moacir Jurema.

Para o pesquisador e crítico literário, o movimento ruidoso “dos rapazes das letras e artes do Ceará” é único e permanece inédita a repercussão que causou no Ceará e no País, repercussão esta que nem as desavenças internas conseguiram nublar. “É difícil um grupo, seja de homens de letras ou não, conseguir viver sem dissidências. Mas acredito que a saída de Álvaro Martins, Temístocles Machado, Adolfo Caminha e outros não chegou a prejudicar a trajetória dos ‘padeiros´”, afirma o professor Sânzio de Azevedo, que nesta entrevista fala sobre o novo livro.

O POVO – Uma das grandes novidades do livro foi o acesso que o senhor teve às atas dos padeiros. Como se deu esse encontro?
Sânzio de Azevedo - Há mais de 40 anos eu procurava esse Livro de Atas, que esteve nas mãos do Leonardo Mota. Tentei achá-lo com os filhos do folclorista (Orlando, Moacir e Murilo Mota). Nada. No Rio de Janeiro, quando fazia Doutorado na UFRJ, pesquisei nos arquivos de Antônio Sales que estavam com o Pedro Nava, que me arranjou cópia de cartas, etc., mas ele também nada sabia das atas. A Breve História da Padaria Espiritual já estava sendo impressa quando Marines Alves, funcionária do Instituto do Ceará, encontrou o livro, na Sala Barão de Studart. Imaginando sua importância, passou-o às mãos do Presidente da entidade, historiador José Augusto Bezerra. Conhecedor de velhos manuscritos e textos raros, esse amigo concluiu que se tratava do Livro de Atas da Padaria Espiritual e me telefonou. Completamente atônito com a descoberta, percorri aquelas páginas como se estivesse sonhando. Brevemente o historiador vai tratar de uma edição fac-similar, mas adiantei alguma coisa nesse meu livro que, graças a Deus, ainda não estava terminado.

OP - Pelas atas o que veio à tona?
Sânzio - Transcrevo, nesse livro, uns poucos trechos desconhecidos, por não estarem nem no livro de Leonardo Mota sobre o grêmio. E fiz questão de registrar, com base nas atas, que, ao contrário do que muitos pensavam, Antônio Sales (o Moacir Jurema do grêmio) ocupou o lugar de Padeiro-mor interino por muito mais tempo: volta e meia, em 1892 e até em 1894 e 95, estava ele à frente do grupo. Outra coisa que eu não sabia é que em 1893, ano em que não circulou o jornal O Pão, e os “padeiros” publicavam seus textos no jornal A República, não houve uma só “fornada”(sessão).

OP - O movimento da Padaria Espiritual foi e continua sendo um dos maiores movimentos literários do País. Por que o senhor diz que ele foi um precursor do movimento modernista de 20?
Sânzio - Na verdade, desde 1970, quando publiquei, a conselho do professor Martins Filho, um opúsculo sobre a Padaria Espiritual, chamo a atenção para o artigo 21 do Programa de Instalação (redigido por Sales), que julga “indigna de publicidade qualquer peça literária em que se falar de animais ou plantas estranhas à Fauna e à Flora Brasileira, como – cotovia, olmeiro, rouxinol, carvalho, etc.” Lembro que esse espírito nacionalista seria uma das preocupações de Monteiro Lobato e, 30 anos depois da fundação da “Padaria”, uma das bandeiras da Semana de Arte Moderna de São Paulo. Não diria que todo o programa estaria no mesmo caso.

OP - Outro ponto importante do livro são as evidências da tensão entre os padeiros. Você considera que as discordâncias entre eles prejudicou o movimento?
Sânzio - É difícil um grupo, seja de homens de letras ou não, conseguir viver sem dissidências. Mas acredito que a saída de Álvaro Martins, Temístocles Machado, Adolfo Caminha e outros não chegou a prejudicar a trajetória dos “padeiros”. O grupo publicou 36 números do jornal O Pão, nas duas fases do grêmio e inúmeros livros. Isso é que é importante, a meu ver.

OP - Você corrige algumas afirmações que são repetidas anos a fio, como o fato do Oliveira Paiva ter sido da Padaria. Ficou alguma correção de fora?
Sânzio - Suponho que não. A inclusão de Pápi Júnior no grêmio não tem o menor sentido, uma vez que ele nem mesmo colaborou no jornal dos “padeiros”. Ainda no século XIX, Rodrigues de Carvalho incluiu no grêmio Alfredo Peixoto, falecido antes da sua fundação.Várias pessoas me perguntam se houve maçons na Padaria Espiritual. Penso que se alguém disse isso confundiu o grêmio com a Academia Francesa, de 1873, essa sim, com pelo menos dois maçons, fundadores do jornal Fraternidade.

OP - Qual o legado da Padaria Espiritual para as Letras do Ceará?
Sânzio – Só sei dizer que a Padaria Espiritual marcou época, chegando seu humor a influenciar um grupo do tempo, o Centro Literário Era “uma sociedade de rapazes de Letras e Artes”, como diz o programa, porque tinha escritores, como Antônio Sales, Lívio Barreto, Adolfo Caminha; músicos, como Henrique Jorge e seu irmão Carlos Vítor e um pintor, Luís Sá, o que nunca mais se repetiu em grupo nenhum. O grêmio do Café Java, com Lopes Filho e Lívio Barreto, foi, com os nomes de sua primeira fase e mais os de Rodolfo Teófilo, José Carlos Jr., Artur Teófilo, Antônio Bezerra, o mais importante acontecimento cultural do Ceará no século XIXl.

SERVIÇO

UMA BREVE HISTÓRIA DA PADARIA ESPIRITUAL
Autor: Sânzio de Azevedo
Quando: Lançamento hoje (3)
Horário: A partir das 19 horas
Onde: Livraria Cultura (Avenida Senador Virgílio Távora, esquina com avenida Dom Luís)
Quanto: R$ 30 (o exemplar)

Regina Ribeiro
reginaribeiro@opovo.com.br 

Fonte: O Povo

Quem quer pão?

O pesquisador Sânzio de Azevedo lança mais uma obra sobre a Padaria Espiritual, com novas descobertas acerca de uma das mais criativas agremiações cearenses

Sânzio de Azevedo revela novidades sobre a Padaria Espiritual após descoberta das Atas de Reunião do grupo
FOTO: FRANCISCO VIANA

As reuniões aconteciam religiosamente ali nos rumos da praça do Ferreira, no Café Java e em outros endereços, mas de religiosas não tinham nada. Distintos rapazes das letras e das artes bebiam, discutiam, pontuavam suas regras e publicavam seus jornais.

Essa seria a descrição de uma simples agremiação artística, se não contasse com o bom humor e a molecagem cearense, através da qual se resolvera apelidar os encontros de Fornadas, o presidente de Padeiro-mor, os secretários de Forneiros, o jornal de "O Pão", os membros de Padeiros e o movimento de Padaria Espiritual. A famosa.

Particularidades
Fundada em 1892 e reorganizada em 1894, a Padaria Espiritual reuniu uma importante geração de escritores cearenses, advindos de várias estéticas literárias, entre românticos, realistas e simbolistas. Adolfo Caminha, Antônio Sales, Antônio Bezerra, Rodolfo Teófilo, Henrique Jorge e outros tantos nomes (que se não conhecemos pela vida e obra, sabemos bem por avenidas e bairros).

Os cerca de 34 padeiros estiveram juntos até 1898, reunindo-se periodicamente, guiados por um hilário Programa de Instalação, redigido por Antônio Sales. O programa prescrevia, por exemplo, que era proibido o tom oratório nas palestras, sob ameaça de vaias; que às mulheres, cabiam todo o respeito dos padeiros, exceto a freiras e professoras ignorantes; que estava impedida nos textos a citação de animais e plantas que não pertencessem à fauna e à flora brasileiras, e outras tantas.

Antiga fotografia preservada no Museu do Ceará registra um encontro da Padaria Espiritual, movimento artístico que se reunia nas imediações da Praça do Ferreira entre 1892 e 1898
FOTO: SILVANA TARELHO

Descobertas
A padaria é o tema de mais uma obra do pesquisador Sânzio de Azevedo, reconhecido por ter lançado diversos trabalhos sobre o movimento. "Em 1970 fiz um opúsculo sobre a Padaria e, em 1983, publiquei minha tese de doutorado que defendi na UFRJ. O primeiro livro nasceu justamente da minha tese. Reeditei ele depois, mas continuou havendo muitos pedidos, então as Edições UFC deram a ideia de que eu publicasse algo novamente", explica.

"Breve História da Padaria Espiritual" teve um outro excelente motivo para ser elaborado: a recente descoberta do Livro de Atas da Padaria Espiritual. "Há mais de 40 anos procuro, sem muita esperança, essa preciosidade. E já nem sei quantas vezes, em livros, artigos ou entrevistas, declarei perdido esse tesouro que Leonardo Mota teve nas mãos", escreveu Sânzio em artigo para o Anuário Literário do Ceará 2010-2011. Segundo ele, chegou a procurar pelas atas até mesmo no Rio de Janeiro, nos arquivos do escritor Pedro Nava, e nunca imaginou que estivessem tão perto, aqui no Instituto do Ceará.

As atas trouxeram novos detalhes à história da agremiação e todos eles constam no livro. Entre as novidades, Sânzio destaca o fato de ter afirmado muitas vezes que Antônio Sales só havia sido Padeiro-mor em 1892 e 1894. No entanto, ele o fora em muitos outros anos, quando era necessário assumir as sessões. A observação mais importante, no entanto, talvez seja a comprovação de que o grupo não era composto apenas por escritores, mas músicos (Henrique Jorge e Carlos Vitor), um pintor, Luís Sá, e, como diria Sânzio, um valente.

"Joaquim Vitoriano não era escritor, pintor, músico, não era nada. Só era valente! Ele era uma espécie de guarda-costas da padaria. Um homem que arrumava tanta confusão que acabou morto, em uma dessas, na Praça do Ferreira", revela Sânzio.

Para não ferir o regimento e não se usar de oratória no lançamento do novo livro, Sânzio de Azevedo resolveu fazer da cerimônia um bate-papo com a jornalista Socorro Acioli, também conhecedora da Padaria Espiritual, autora do livro "É pra ler ou pra comer", que aborda a história da padaria para crianças. O lançamento de "Breve História da Padaria Espiritual" acontece hoje, às 19h, na Livraria Cultura.

MAIS INFORMAÇÕES
"Breve História da Padaria Espiritual", de Sânzio de Azevedo. Bate-papo com a jornalista Socorro Acioli seguido de autógrafos. Hoje, às 19h, na Livraria Cultura (Av. Dom Luís, 1010). Contato: (85) 4008.0800

MAYARA DE ARAÚJO 
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Livro Breve História da Padaria Espiritual


RESUMO
Fortaleza, final do Século XIX. Durante seis anos, uma sociedade de "rapazes de Letras e Artes" daria o que falar. Bem-humorados, ousados, sobretudo talentosos, os membros da Padaria Espiritual protagonizaram, na acanhada província, um movimento literário modernista que antecedeu em muitos anos a Semana de Arte Moderna. Fariam história. E hoje continuam despertando interesse dos que estudam a Literatura Brasileira.
Poucas, porém, são as fontes disponíveis para pesquisas. Escasseiam os relatos sobre o que foi a Padaria, como atuavam os padeiros, quais eram seus postulados e como os traduziam no O Pão, jornalzinho de oito páginas, que circularia até o nº 36, deixando um rastro de irreverência demolidora.
Quem mais profundamente avançou no exame das provas deixadas pela Padaria Espiritual foi Sânzio de Azevedo, professor da Universidade Federal do Ceará e membro da Academia Cearense de Letras – ACL. Poeta e ensaísta, Sânzio dedicou-se à analise e pesquisa da Literatura Cearense, que inspirou a maioria de seus livros e inúmeros trabalhos esparsos. Data de 1983 a primeira edição de A Padaria Espiritual e o Simbolismo no Ceará, livro que derivou de sua tese de doutorado e que, mesmo republicado em 1996, de há muito desapareceu das livrarias. Anteriormente, em 1982, o autor referendara, com brilhante ensaio introdutório (Os Padeiros e Seu Periódico), a edição fac-similar do O Pão, publicada em coedição pelas Edições UFC e ACL.
O olhar do ensaísta se volta, em especial, para Adolfo Caminha, padeiro que patroneia sua honrosa cadeira na ACL (a de nº 1). Em 1979, Sânzio se responsabiliza pela organização e introdução crítica de Tentação / No país dos ianques (ACL/José Olympio). Mais tarde, ele enriquece com prefácios antológicos as edições de A Normalista (Ática, 1998); Cartas literárias (1999) e Contos (2001), estas últimas lançadas pelas Edições UFC, através da Coleção Nordestina, reunindo páginas diversas, muitas delas desconhecidas, até então, do grande público.
Agora, Sânzio de Azevedo resgata uma dívida e entrega ao editor esta Breve História da Padaria Espiritual, que vem a ser uma versão concisa daquela tese de 1983. Resumida, mas ao mesmo tempo enriquecida com novas informações que o ensaísta coletou nos últimos anos, a Breve História enfeixa o essencial sobre os padeiros, suas fornadas literárias, sua estética e ousadias. O livro responde a uma demanda que se tornara premente. Era o pão que faltava no balaio da fortuna crítica que consagra o sodalício de Antônio Sales, Adolfo Caminha, Lívio Barreto, Rodolfo Teófilo, José Carlos Júnior... .

AUTORA: Sânzio de Azevedo
PÁGINAS: 115
ISBN: 978-85-7282-405-7
ANO: 2011
VALOR: R$ 25,00

Fonte: Editora UFC