sábado, 22 de outubro de 2011

Iphan centraliza atendimento

Licenças e aposentadorias de funcionários do Iphan no interior comprometem serviço nos Municípios

Casarões tombados no sítio histórico de Sobral. Município reivindica escritório do Iphan mais equipado
WELLINGTON MACEDO

Sobral. Os escritórios do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Municípios do Interior do Ceará (Sobral e Icó) e as estruturas virtuais de Viçosa, Aracati e Quixadá estão ameaçados. A notícia foi dada ao prefeito de Sobral, Clodoveu Arruda, e aos lojistas sobralenses, pelo chefe do escritório de Sobral do Iphan, Alexandre Veras.

"Estamos sofrendo um esvaziamento de nossos técnicos e a Procuradoria do Instituto, numa situação jurídica, está determinando que qualquer processo seja dirigido à nossa Superintendência em Fortaleza", revelou Alexandre, num debate com o prefeito e com empresários, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), anteontem à noite, quando apresentou o Projeto de Financiamento para Recuperação de Imóveis Privados.

Para Alexandre, mesmo com a concentração em Fortaleza, o atraso na liberação não é tão grande "porque se cria um registro de protocolo on line, que dá uma maior brevidade na resposta". A mesma opinião tem a superintendente regional do Iphan, Juçara Peixoto da Silva. "Não há ideia de fechamento de escritório. O que ocorre é que perdemos quatro técnicos este ano por licença e aposentadoria e tivemos que trazer estes processos para Fortaleza até para dar mais celeridade a eles. Não há nenhum prejuízo para os sítios históricos", tenta tranquilizar Juçara Peixoto.

Isso não é aceito pelos lojistas e o pelo prefeito que reagiram de pronto. "Reconheço na Superintendência do Iphan no Ceará toda uma competência institucional e inteligência técnica. É um corpo técnico, que eu sei de sua boa vontade, pois fui superintendente estadual do Instituto. Mas meu desejo é em fortalecer o escritório técnico do Iphan em nosso Município e não esvaziar", afirmou Veveu Arruda.

O prefeito destacou que "a Prefeitura, para isso, pode estabelecer parcerias que viabilize uma melhor estrutura para o Iphan aqui em Sobral. Quero juntar os recursos financeiros do Iphan com recursos humanos de Sobral para que a gente possa ter um escritório com maior estrutura para atender às demandas de nossa cidade".

Veveu Arruda até faz uma comparação: "Afinal de contas o patrimônio é tombado como nacional, mas ele está localizado no nosso Município. Eu diria, quase brincando, que antes do patrimônio ser nacional, ele é sobralense. Ele é da nossa cidade". Para o chefe do Poder Executivo de Sobral, "é nesse sentido que a gente tem um zelo muito especial por esse patrimônio e por isso quero contribuir para fortalecer as ações do Iphan aqui em Fortaleza".

Para Veveu Arruda, se o Iphan concretizar o esvaziamento dos escritórios no interior estará indo "na contramão da história. Não é inteligente centralizar em Fortaleza as ações. Conheço o atual superintendente nacional do Iphan, Luís Fernando, e espero que ele volte atrás nessa decisão", apela o prefeito sobralense.

Alexandre Veras revelou para o prefeito e para os lojistas que "é um absurdo, por exemplo, ser responsável hoje pelo patrimônio de Sobral e de Viçosa do Ceará. É grande demais". Juçara Peixoto reconhece que Alexandre está com muito trabalho, pois o técnico que estava trabalhando em Viçosa foi um dos quatro que saiu do Iphan. "Mas isso, espero que seja um problema temporário, pois o presidente Luís Fernando está ciente de nossa carência e já tem no Ministério do Planejamento e no Ministério da Cultura pedido para fazermos concurso público para contratar técnicos para suprir as nossas necessidades, até porque mais técnicos vão se aposentar e isso é fenômeno nacional, não só do Ceará".

O Iphan Ceará trabalha hoje com um corpo técnico especializado de nove pessoas. São dois chefes de escritórios técnicos (Sobral e Icó), dois arquitetos, um engenheiro, dois historiadores, um arqueólogo e um técnico em arqueologia. Tem ainda um corpo administrativo e de estagiários em Fortaleza.

"O que eu quero é fortalecer e não fragilizar o escritório de Sobral, pois sei que o Iphan tem dificuldades dentro do Ministério da Cultura com um dos menores orçamentos", ressaltou Veveu Arruda. Juçara Peixoto disse que se estiver havendo algum atraso em Sobral é só procurar a Superintendência Regional em Fortaleza. "Estamos aqui para resolver. Mesmo mandando os processos por malote, não está havendo atraso, pois aqui em Fortaleza temos uma estrutura física mais dinâmica, mesmo com este problema temporário da perda dos quatro técnicos este ano".

Novos Ares
Veveu Arruda vai oficializar a reivindicação a Juçara Peixoto, amanhã, quando ela estará em Sobral para assinatura da ordem de serviço do início das obras do Projeto Sobral Novos Ares. O projeto vai internalizar toda fiação elétrica, telefônica e lógica (Internet), no Sítio Histórico Sobralense. A solenidade está marcada para 19h, na margem esquerda do Rio Acaraú, com a presença do governador do Ceará, Cid Gomes; do chefe de gabinete do governador, Ivo Gomes; e do ministro extraordinário dos Portos, Leônidas Cristino, encerrando com show do cantor Zeca Baleiro.

O Novos Ares tornará subterrânea toda fiação aérea hoje existente no Centro Histórico de Sobral. É uma área que vai da Praça São João até a Igreja do Patrocínio e do Largo de São Francisco e Santa Clara até o entorno da Rodoviária, passando pela Praça de Cuba. São 12 hectares, sendo o maior sítio histórico tombado no Brasil.

FIQUE POR DENTRO
Atribuições
A criação do Iphan obedece a um princípio normativo, atualmente contemplado na Constituição Brasileira, que define patrimônio cultural como: formas de expressão; seus modos de criar, fazer e viver; das criações científicas, artísticas e tecnológicas; das obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; e dos conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

MAIS INFORMAÇÕES
Superintendência do Iphan no Ceará, Rua Liberato Barroso, 525 - Centro, Fortaleza
Telefone: (85) 3221.6263


Lauriberto Braga 
Repórter

Theatro Cine São Luiz é comprado pelo Governo do Estado do Ceará

Ato solene de confirmação da compra será realizado na segunda-feira (24).
Prédio funcionará como novo equipamento cultural do Estado, diz Secult.

Foto: Divulgação
O Theatro Cine São Luiz, localizado no Centro de Fortaleza, foi adquirido pelo Governo do Ceará e, segundo a assessoria da Secretaria de Cultura do Estado, a compra será confirmada em ato solene na próxima segunda-feira (24), na Praça do Ferreira. Ainda de acordo com a Secult-CE, após a compra, o Cine Theatro São Luiz funcionará como um novo equipamento cultural do Ceará e deve receber atrações como shows, filmes e espetáculos teatrais.

O prédio foi tombado pelo Governo do Ceará em março de 1991 e recebeu as primeiras exibições cinematográficas do Estado no início da década de 20. A última entidade que administrou o Theatro Cine São Luiz foi o Serviço Social do Comércio (Sesc), que desde o ano 2000 mantinha o equipamento com o nome Centro Cultural Sesc Luiz Severiano Ribeiro.

Fonte: G1 Ce

8.500 jovens de 132 municípios são beneficiados com Projovem Trabalhador


Oferecer ferramentas para que os jovens sejam parceiros do crescimento do Ceará é o objetivo do programa ProJovem Trabalhador. Em sua terceira edição no Estado, lançada nesta sexta-feira (21) pelo governador Cid Gomes, o ministro do Trabalho e Emprego (MTE) Carlos Lupi e o secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) Evandro Leitão, o programa vai beneficiar 8.500 jovens de 18 a 29 anos em 132 municípios do Estado, e a expectativa é que 30% deles entrem no mercado de trabalho. O investimento para esta edição é de R$ 31 milhões.

Com a chegada de empreendimentos importantes no Ceará, a capacitação de mão-de-obra é uma preocupação constante. Durante o lançamento, Cid Gomes ressaltou o funcionamento de 79 Escolas Estaduais de Educação Profissionalizante (EEEPs), de um total de 140 no Estado, e os 28 municípios que hoje possuem uma base do Instituto Federal do Ceará (IFCE). “Esses projetos, bem como o Centro de Treinamento Técnico Corporativo (CTTC), junto ao ProJovem Trabalhador garantem uma juventude capacitada para futuros empreendimentos do Ceará, como a Siderúrgica, e até eventos como a Copa das Confederações. Além disso, os jovens do programa são capacitados com foco nas necessidades locais, dos próprios municípios”, explica.

Segundo o ministro Carlos Lupi, o Ceará tem um dos melhores resultados do Brasil nesse programa. “Ainda é o Estado com o maior número de qualificados no Ministério do Trabalho e Emprego. Isso acontece porque o Governo do Estado investe na juventude, pois são pessoas que só precisam de uma oportunidade para ter uma profissão”, destacou.

O sucesso do programa no Estado pode ser visto nos números das edições anteriores. “Foram 5 mil jovens na primeira edição e 6,5 mil na segunda. Desses 11,5 mil jovens, 40% chegaram ao mercado de trabalho”, afirma Evandro Leitão. Para o titular da STDS, o objetivo mais importante desse projeto é quebrar o ciclo vicioso em que o jovem não consegue o primeiro emprego por não ter experiência, nem conseguem experiência por não terem chance ao primeiro emprego. Os beneficiários desse programa recebem ainda o auxílio de R$ 100,00 por um período de 6 meses, kit estudantil, duas camisas do ProJovem, e assistem aulas em cursos com duração de 350 horas.

O lançamento teve ainda a presença dos secretários da Saúde, Arruda Bastos; da Justiça e Cidadania, Mariana Lobo; dos Recursos Hídricos, César Augusto Pinheiro,;da Secitece, René Barreira; do senador Eunício Oliveira; do deputado federal André Figueiredo; dos deputados estaduais Júlio César Filho, Carlomano Marques e Daniel Oliveira; do coordenador estadual de Políticas Públicas de Juventude, Ismênio Bezerra; do presidente do IDT, Assis Diniz e do Reitor da UECE, Assis Araripe.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Acaraú sedia o I Salão Territorial do Litoral Extremo Oeste

O encontro lança o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) e debate sobre gestão e controle social das políticas públicas


Durante os dias 18 e 19 de outubro, Acaraú sedia o I Salão Territorial do Litoral Extremo Oeste. O encontro promove o lançamento do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) e debate sobre gestão e controle social das políticas públicas. São discutidos também a restruturação dos Comitês Territoriais e a preparação para a realização do II Salão Estadual dos Territórios.

O secretário do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, compareceu ao evento e ressaltou a importância da organização dos colegiados territoriais para ampliação das políticas públicas. O secretário deixou clara a intenção de realizar um trabalho de forma compartilhada. “Queremos trabalhar ligados aos movimentos sociais como Fetraece, MST, ONGs, Associações e com o conjunto de entidades e prefeituras porque precisamos da união de todos”, frisou.

Nelson Martins pediu que as associações se organizem para que os recursos dos projetos sejam liberados e lembrou que “não há demanda se não houver projetos elaborados”. Para Nelson, quanto maior e mais fortalecida for a organização do território, com maior brevidade poderão ser executadas as políticas públicas.

De acordo com representante do Instituto Agropolos, Josafá Martins, o Salão Territorial de Acaraú é o momento para explicitar o PTDRS, desenvolvido e validado em plenárias com participação ampla de diversos seguimentos sociais. “Esse plano já está sendo base para o Governo do Estado, através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), para nortear ações voltadas para o Território Extremo Oeste”, destacou.

Representantes dos municípios de Acaraú, Barroquinha, Bela Cruz, Camocim, Chaval, Cruz, Granja, Jijoca de Jericoacoara, Marco, Martinópole, Morrinhos e Uruoca foram recepcionados ao som dos tambores da apresentação dos índios Tremembés, que dançaram o “Toré” e “Torém”. O secretário executivo do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural (CEDR), Marcos de Castro, proferiu palestra com o tema Gestão e Controle Social das Políticas Públicas.

Colaboradora: Jornalista Amanda Capistrano
Assessoria de Comunicação da SDA- Cícero Lacerda (estagiário de jornalismo) (85)3101.8105

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Grandes cearenses em documentários

TV O POVO celebra 12 cearenses que marcaram a História do Estado e do país em docudramas exclusivos exibidos a partir da próxima semana, no projeto Os Cearenses. A festa de lançamento para convidados ocorreu hoje no Teatro Via Sul

O poeta Patativa do Assaré é uma das 12 personalidades enfocadas no projeto Os Cearenses, da TV O POVO (DIVULGAÇÃO)
Uma história de mais de 400 anos se faz com muita luta, mas, também, com muita gente. Trazendo um pouco dessa gente que protagonizou o desenrolar histórico do Estado do Ceará, a TV O POVO - emissora integrante do Grupo de Comunicação O POVO - estreia próxima segunda-feira, dia 24, a série de docudramas Os Cearenses, que conta a vida de grandes nomes nascidos (ou criados) nesse chão. O primeiro episódio exibido contará a história de Bárbara de Alencar – heroína republicana no país –, com inicio às 22h30 na TV O POVO. A festa de lançamento, para convidados, aconteceu  no Teatro do Shopping Via Sul.

Cada programa terá 30 minutos de duração e segue o formato de um docudrama – documentário dramatizado com personagens reconstituindo fatos e interpretando dramaticamente a vida das figuras históricas. De acordo com o diretor de Projetos Especiais de O POVO, Cliff Villar, o modelo foi escolhido por dois motivos pricipais. “A maioria não possui imagens de arquivo – a Bárbara de Alencar, por exemplo, nem fotografia nós temos. E o docudrama é um recurso que torna mais confortável, além de ser uma ferramenta didática, podendo virar DVD e virar um kit para escolas”, explica, apontando o caráter jornalístico do documentário e o de entretenimento da dramatização como força do projeto.

Os 12 nomes escolhidos foram Bárbara de Alencar, Virgílio Távora, Patativa do Assaré, Antônio Bandeira, Humberto Castelo Branco, José de Alencar, padre Cícero, Clóvis Bevilacqua, Rachel de Queiroz, Antônio Conselheiro, Capistrano de Abreu e Dragão do Mar – com programas exibidos nessa ordem entre os dias 24 de outubro de 4 de novembro. “A intenção não é a de serem os maiores nomes da História do Estado. A gente fez um recorte para poder contar parte da história do Ceará através de alguns personagens – sem ordem cronológica ou de importância”, explica Cliff.

As exibições são apenas a primeira parte do projeto Os Cearenses. O segundo momento prevê a produção de DVDs com cada um dos programas, formando um total de 12 mídias, que serão encartadas em edições do O POVO ou vendidas num kit completo em madeira ou papel com todos os episódios. O último momento é o enfoque no ensino público cearense; os kits completos serão distribuídos gratuitamente nas 549 unidades escolares de ensino médio do Estado do Ceará, beneficiando cerca de 400 mil alunos.

A festa de lançamento, no Teatro do Shopping Via Sul, contou com uma pequena homenagem aos cearenses de renome, além da exibição de um trailer dos docudramas, que só começam a ser exibidos na outra segunda-feira (24). O lançamento foi apenas para convidados.


Programação

Os cearenses
Bárbara de Alencar - 24 de outubro, próxima segunda-feira. Horário: 22h30. TV O POVO: UHF (canal 48), Net (canal 23) e TV Show (canal 11).
Virgílio Távora - 25/10 (terça), às 23h30
Patativa do Assaré - 26/10 (quarta) às 23h30
Antônio Bandeira - 27/10 (quinta), às 23h30
Castelo Branco - 28/10 (sexta), às 23h30
José de Alencar - 29/10 (sábado), às 23h
Padre Cícero - 30/10 (domingo), às 19h
Clóvis Bevilacqua - 31/10 (segunda), às 22h30
Rachel de Queiroz - 1º de novembro (terça), às 23h30
Antônio Conselheiro - 2/11 (quarta), às 23h30
Capistrano de Abreu - 3/11 (quinta), às 23h30
Dragão do Mar - 4/11 (sexta), às 23h30

André Bloc
andrebloc@opovo.com.br

Fonte: O Povo

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Estatuto da Juventude: o futuro não pode mais esperar

Para além de ofertar ou não meia-entrada, o desafio é tornar o jovem um alvo preferencial das políticas públicas

Um dos desafios do Estatuto é fugir da visão unívoca da juventude, percebendo-a em sua pluralidade
MARÍLIA CAMELO

Eles são o futuro da nação, mas também são protagonistas e vítimas da opressão e da violência. São os agentes das transformações do mundo, e ao mesmo tempo sofrem para conseguir o primeiro emprego e outras demandas sociais. Estão no auge do desenvolvimento biológico, só não sabem como equalizar as distorções do passado e a falta de perspectivas do futuro.

Esses são apenas alguns dos dilemas vividos pela juventude brasileira. Incluído somente no ano passado na Constituição, os 50 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos contarão com mais um instrumento para estabelecer obrigações do Estado específicas para este público: o Estatuto da Juventude.

Após sete anos de tramitação na Câmara Federal, o projeto de lei 4529/04 foi aprovado no último dia 5, mas ainda deverá passar pelo Senado antes da sanção presidencial. Com relatoria da deputada federal Manuela D´Ávila, este foi o primeiro projeto a receber contribuições e sugestões via internet. Cerca de 30% do texto final do Estatuto é composto desta participação.

Atraso
Entre outras medidas, o Estatuto estabelece a destinação de 30% do Fundo Nacional de Cultura para projetos voltados para a juventude, além de fortalecer políticas específicas para os jovens em áreas como educação, saúde e emprego. Mas se a criação deste e outros marcos regulatórios é positiva, não se pode esquecer que eles vêm com considerável atraso.

"Para se ter uma ideia, o Brasil foi um dos últimos países da América Latina a criar um órgão institucional para ouvir e trabalhar com políticas de juventude, em 2005. Antes do Brasil havia sido a Argentina, 13 anos antes", pontua o titular da Coordenador Especial de Políticas Públicas de Juventude no Ceará, Ismênio Bezerra. "Porque há uma diferença entre entender de juventude e trabalhar em políticas públicas para esta faixa etária. Falar de juventude todo mundo sabe, agora tratar desse tema enquanto instituição pública é outra situação".

No Ceará, são cerca de 2,3 milhões de jovens dentro da faixa etária contemplada pelo Estatuto. A atenção a este público foi iniciada aqui em 2003, mas como Secretaria de Esporte e Juventude (Sejuv).

Em 2007, esta parte foi desvinculada da Sejuv com a criação da Assessoria de Políticas Públicas para a Juventude, que se transformou em coordenadoria em 2009, com status de secretaria a partir deste ano. A meta da coordenaria é trabalhar na transversalidade, buscando incentivar a priorização do jovem nas demais áreas do Governo.

Na avaliação do coordenador, o maior problema das políticas hoje voltadas para a faixa etária é que elas não visam a emancipação do jovem, rompendo com o ciclo de pobreza. Na Europa, por exemplo, onde já se discute desde o fim da Segunda Guerra as políticas para jovens, países como Espanha e Portugal têm ministérios só para a juventude, voltados para a inovação nas políticas e serviços para a faixa etária.

"Já tivemos programas de qualificação, como o Programa Nacional do primeiro Emprego, que formou vários cabeleireiros e garçons, por exemplo. Nada contra estas profissões, mas precisamos ter todas as funções em todos os municípios e planejar estes programas tendo em vista a vocação local. Caso contrário, estes jovens vão ficar entrando e saindo várias vezes de programas de governo".

Problema ou solução?
Para Ismênio Bezerra, a falta de planejamento e investimento efetivos podem comprometer um futuro para além da fase juvenil, já que a maioria de jovens hoje formarão a maioria de idosos daqui a vinte anos. "O problema é que eles hoje não têm a qualificação necessária para ingressar no mercado formal, e quando eles envelhecerem o rombo na Previdência vai se tornar um buraco negro. Porque se eu não tenho uma base contribuindo, como é que eu vou ter no futuro atendimento aos idosos?", questiona.

Além disso, Ismênio considera que a visão que se tem do jovem é de um problema, e não de alguém que pode induzir o desenvolvimento. "Uma coisa que se fala muito é do ´problema´ da ociosidade dos jovens. Aqui as pessoas confundem tempo livre com ociosidade. O problema não é ser ocioso, e sim a condição financeira e social destas pessoas".

ENTREVISTA
Manuela D´Ávila
"Os jovens de hoje não são alienados ou indiferentes. As lutas mudaram"
1. Qual a importância da aprovação do Estatuto da Juventude?
O Estatuto é a continuação da implantação dos marcos legais sobre a juventude, que nós iniciamos com a PEC da Juventude. Trará obrigações ao Estado e segurança jurídica para a implantação das políticas.

2. Na sua visão, o que é ser jovem no Brasil e que especificidades esta faixa etária demanda?
A nossa juventude vive demandas específicas, que tratam da vulnerabilidade à violência, necessidades na educação, na formação e na saúde. Do ponto de vista dos jovens, é preciso avançar nestas políticas para garantir direitos básicos. E do ponto de vista do País, é preciso investir para que o Brasil alcance as condições mínimas para o seu desenvolvimento.

3. Apesar da importância de estatutos como o da Criança e do Adolescente e do Idoso, há críticas sobre a distância entre o discurso e a prática. Pode acontecer com o Estatuto da Juventude?
Estamos lutando para que o Estatuto saia do papel e vá para as ruas, escolas, bairros e cidades. Depende do poder público, mas depende principalmente de nossa sociedade.

4. Um dos pontos polêmicos do Estatuto diz respeito à meia para eventos e transporte. Será possível manter esses direitos até a sanção presidencial?
Nós consolidamos, em consenso com todos os partidos, um entendimento que abarca as legislações hoje me vigor no Brasil, e ao mesmo tempo traz um ordenamento jurídico mais sólido que a Medida Provisória editada no governo FHC. Estamos conversando com todos os setores para trazer este direito aos jovens estudantes, sem sacrificar nenhum setor nem abrir mão de direitos.

5. Existe uma percepção generalista do jovem de hoje como indiferente e apolítico. A senhora concorda com esta percepção da juventude?
Posso dizer que a juventude hoje luta em defesa da educação, cultura, emprego. Luta de formas diferentes dos anos 60, pois vivemos hoje outra realidade. Não podemos dizer que os jovens que atuam na cultura nas periferias das grandes cidades, que lutam em defesa do meio ambiente, que realizam grandes mobilizações de massa nas suas cidades em defesa do transporte público sejam alienadas ou indiferentes. Para mim, a juventude continua lutando pelos seus direitos, de formas diferentes mas ainda na luta.

Deputada federal
PROTAGONISMO
Juventudes ainda invisíveis
Historicamente, a visão do jovem como uma categoria diferenciada das demais fases da vida data do fim da Segunda Guerra Mundial. Antes disso, jovem era aquele que estava na expectativa da idade adulta, em que o avanço na faixa etária era acrescido pela atribuição de novas atribuições e papéis sociais a serem assumidos.

Hoje, no entanto, a palavra de ordem é o protagonismo juvenil, em que se credita à juventude o poder e a capacidade das transformações políticas e sociais. Por que, então, deveria haver um Estatuto para as demandas dos jovens?

Para Alessandra Oliveira, professora do curso de Comunicação Social da Universidade de Fortaleza (Unifor), o uso do termo "juventudes" no texto do Estatuto já é um indicativo da complexidade que envolve a temática, bem como a ideia de que os jovens têm um espaço garantido pode ser passível de várias ponderações.

"Apesar de existir uma certa juvenização da sociedade, em que todos querem ser jovens, as juventudes continuam invisíveis, principalmente as que vivem nas periferias dos centros urbanos. A mídia tem uma responsabilidade nesta invisibilidade por mostrar apensas uma versão do que é o jovem. O Estatuto coloca a heterogeneidade das juventudes em pauta, começa falando que devemos usar o termo no plural, para mostrar como elas são diversas", avalia.

Com relação ao ponto mais polêmico do Estatuto, que é a concessão de meia para eventos esportivos e culturais, bem como para transporte intermunicipal e interestadual, a pesquisadora diz discordar da maneira como o tema vem sendo abordado na mídia, já que para ela é dado um peso maior àqueles que são contra a medida.

"A lei da meia entrada beneficia os jovens e, segundo os empresários, pode prejudicar quem vai pagar inteira. Será? Fico me perguntando se os preços seriam menores para todos se não existisse meia ou se os empresários ficariam apenas contentes em ganhar mais. Também devemos perceber que como os jovens estão sentindo mais dificuldade em entrar no mercado de trabalho, têm salários menores e muitos ainda precisam pagar seus estudos, a meia entrada irá colocar os jovens, que estão em situação desigual, em pé de igualdade com os outros grupos".

Para um dos diretores do Instituto da Juventude Contemporânea (IJC), David Barros, o Ceará têm desafios específicos. "Ainda há uma migração muito forte de jovens para capitais e outros estados por falta de oportunidades nos locais onde vivem. As políticas ainda são muito localizadas, e não levam em conta o que os jovens querem".

KAROLINE VIANA 
REPÓRTER

Verba para imóveis tombados

Donos de patrimônios residenciais e comerciais podem contar com linha de crédito federal especial para reformas

Conjunto de casarões no sítio histórico de Icó. Prazo de financiamento para imóveis residenciais é de 15 anos HONÓRIO BARBOSA

Icó. Quatro Municípios do Interior - Aracati, Icó, Sobral e Viçosa do Ceará - e Fortaleza vivem a expectativa de assinatura de convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para adesão ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, do Governo Federal. O programa vai beneficiar donos e inquilinos de imóveis residenciais e comerciais localizados em sítios históricos do Ceará que vão poder financiar obras de restauro, reforma e ampliação, sem taxa de juros, com prazo de até 15 anos.

As cinco prefeituras aguardam para novembro próximo convocação do Iphan para assinatura de convênio com os Municípios e posterior lançamento de editais para a seleção dos que desejam participar do PAC das Cidades Históricas. Na primeira etapa, há previsão de investimento no Ceará de R$ 17 milhões. O crédito será financiado pelo Banco do Nordeste.

Plano de trabalho
Para aderirem ao programa, os Mnicípios devem adotar algumas providências. Primeiramente, concluir um plano de trabalho e incluí-lo no Sistema de Convênio (Siconv) do Governo Federal. A segunda etapa é a assinatura do convênio com o Iphan. Cada cidade deverá ter o Fundo de Preservação do Patrimônio Histórico e um conselho curador que vai gerir e decidir sobre a aplicação futura dos recursos oriundos do pagamento de parcelas do financiamento.

Por último, os Municípios terão de implantar uma unidade de execução e coordenação do programa, composta por engenheiro ou arquiteto, contador e um coordenador para orientação aos moradores acerca da elaboração dos projetos de restauro e ampliação dos imóveis. "As Prefeituras terão de vencer essas etapas, fazer o dever de casa para que o programa chegue aos moradores", observou a secretária de Cultura de Icó, Jequélia Alcântara. Outra exigência é que o Município não esteja inadimplente com o Governo Federal. A expectativa dos secretários municipais de Cultura das cidades a serem beneficiadas pelo programa é que no início de 2012 os recursos cheguem aos moradores e as obras de restauro possam, finalmente, começar.

As pessoas interessadas já podem procurar as secretarias de Cultura para obter informações, reunir e atualizar documentos pessoais e dos imóveis.

Em caso de demanda mais elevada do que a oferta de recursos, o programa prevê prioridade de atendimento para os imóveis em maior situação de risco e por localização. Aqueles que estão na área rígida têm primazia sobre os que estão no entorno, por exemplo. "Haverá uma seleção criteriosa de acordo com as normas do programa", explica o coordenador da unidade de Icó, Altino Afonso de Medeiros. O prazo de financiamento para os imóveis residenciais é de 15 anos e para os comerciais de 10 anos. Os inquilinos poderão aderir ao programa desde que apresentem devida autorização do proprietário. O imóvel passará por análise técnica do Iphan. As obras serão feitas por quem pede o financiamento, sob fiscalização do órgão e da unidade executora para evitar descaracterização e fazer cumprir o projeto.

O Banco do Nordeste ainda não tem detalhe sobre o PAC Cidades Históricas, mas não haverá exigência para renda mínima, respeitando determinado percentual de comprometimento da receita familiar mensal. "Estamos aguardando as instruções", explicou o gerente da agência do BNB em Iguatu, Eugênio Augusto.

Cada Município terá um valor variável do programa, mas poderá fazer aditivos até a mesma quantia liberada na primeira etapa. "As Prefeituras deverão estar adimplentes com o Governo Federal", ressaltou o chefe do Escritório do Iphan, em Icó, Erick Rolim. De acordo com Rolim, Icó e Aracati apresentam algumas pendências de inadimplência, mas Sobral e Viçosa do Ceará estão em situação regular. "Famílias de baixa renda poderão ser beneficiadas no futuro com o reinvestimento dos recursos por parte do Município", diz ele. "Estamos trabalhando com a expectativa de que as obras de restauro comecem em 2012", observou.

MAIS INFORMAÇÕES
Escritório do Iphan em Fortaleza, (85) 3221. 6263 e (85) 3221. 2180
E-mail: iphan-ce@iphan.gov.br

Honório BarbosaRepórter
NORMAS DE FINANCIAMENTO
Municípios aguardam liberação do crédito federal

Icó.
Esta cidade é a única do Ceará que já tem experiência em lançamento de edital para financiamento de obras de restauração de imóveis privados localizados em sítio histórico. Em 2006, cerca de 20 moradores foram beneficiados com crédito do Programa Monumenta do Ministério da Cultura, operacionalizado pela Caixa Econômica Federal. "Estamos com expectativa muito grande desse novo programa e aguardando a assinatura de convênio com o Iphan", disse a secretária de Cultura, Jequélia Alcântara. "Já temos uma relação inicial de 150 moradores interessados".

Jequélia Alcântara fez um apelo para que moradores beneficiados com financiamento do Programa Monumenta quitassem débitos em atraso para que o Município saia da situação de inadimplência e possa aderir ao PAC das Cidades Históricas. "Estamos visitando os moradores, explicando a situação e solicitando o empenho de cada um para não prejudicar outros moradores". Icó solicitou R$ 3 milhões e receberá a metade desse valor, na primeira etapa, podendo aditar até o valor solicitado. O município terá contrapartida de 4% da verba liberada.

No centro histórico de Icó, moradores interessados em aderir ao programa vivem a expectativa de início das obras. "Quero mudar o piso, elevar o telhado e fazer serviço de esgoto", disse a dona de casa, Erinalva Rodrigues. "Não tenho dinheiro para essas obras". Há 40 anos, a dona de casa, Maria do Socorro dos Santos, sonha em ampliar a casa, mas a falta de recursos vem adiando o projeto da família. "Esse programa é bom e se Deus quiser vai dar certo", frisou. Casimiro Timóteo Júnior quer transformar o imóvel da antiga padaria do pai, que está desativada, em uma casa. "Estamos torcendo para dar certo porque a gente precisa. Com o salário que a gente ganha não dá fazer a obra", disse Timóteo Júnior.

Contrapartida
A secretária de Cultura de Viçosa do Ceará, Margarida Lopes, disse que o Município deverá ser beneficiado com R$ 960 mil e dará contrapartida de R$ 40 mil. "Estamos aguardando a assinatura do convênio para o próximo mês com o Iphan e vamos criar a unidade executora e o conselho curador do fundo", disse. "Depois faremos o lançamento do edital". A cidade tem 72 casarões tombados no sítio histórico. "Esse programa é uma ideia excelente", avaliou a secretária.

A cidade de Aracati deve receber uma verba inicial de R$ 1,5 milhão do programa para uma demanda estimada em 30 imóveis localizados no sítio histórico. A previsão é que os recursos sejam aplicados em 2012 e 2013. "Vamos criar um fundo específico e instalar uma unidade coordenadora local para gerir o programa", explicou o secretário de Cultura, Tiago Sales. Quanto à inadimplência verificada no Ministério do Turismo, o Município quer resolver essa pendência na próxima semana.

O arquiteto Ramiro Teles, técnico contratado pela secretaria de Cultura do Município, disse que vários moradores já o procuraram para obter informações acerca do financiamento para reforma dos imóveis privados. "Há uma expectativa muito boa, as pessoas querendo participar", disse. Teles esclareceu que ainda falta definir se os projetos serão elaborados por arquitetos e engenheiros contratados pelos proprietários dos imóveis ou se pela unidade técnica gestora. Ao contrário da cidade de Icó, Aracati tem um sítio histórico com vários imóveis fechados, deteriorados, com tendência para esvaziamento. "Os proprietários moram em outros bairros ou em outros Municípios", observou Teles.

Interesse
150 Moradores do Município de Icó, na Região Centro-Sul já demonstram interesse em obter crédito por meio do Programa PAC Cidades Históricas para restaurarem seus imóveis

Fundação no Ceará oferece oficina de história em quadrinhos a crianças

Fundação tem mais de 70 publicações com ilustração de crianças.
Jovens também têm funções e tomam conta da fundação.




A Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, no Sul do Ceará, realiza oficina de história em quadrinhos para crianças da região. A fundação que já publicou mais de 70 títulos, tem como foco de seus roteiros a educação ambiental, importância da leitura para crianças e a história dos índios cariri.

O professor da oficina de história em quadrinho, Spacca, dá dicas profissionais às crianças, mas ressalta que não pode limitar a criatividade típica das crianças. “O objetivo é transmitir um pouco da experiência que a gente tem, no sentido de aumentar o repertório deles e oferecer mais técnica, mas sem descaracterizar a criatividade que eles já têm”, diz o professor.

O estudante Felipe Alves, que já tem desenhos publicados nos livros da Fundação Casa Grande, diz que os conhecimentos adquiridos na oficina de quadrinhos ajudou no seu desenvolvimento do seu talento, “principalmente no ponto de vista do desenho, que eu aprendi perspectiva e outras coisas que ajudam a melhorar o desenho”.

A estudante e recepcionista da fundação, Tainara Alves, que gosta de escrever poesia, diz que os desenhos ajudam na criatividades dos textos. “Quando você faz o desenho, ajuda a refletir aquilo que você escrever”, diz a garota.

Já o gerente da biblioteca, José Wilson, diz que as publicações que eles produzem transmitem conhecimento aos leitores. “Leio muitas histórias e crio as minhas próprias interpretando através do gibi. É uma forma de repassar às crianças o que a gente aprende.”

Beatriz Alcantara é a conferencista de terça-feira (18), na Academia Cearense de Letras

Beatriz Alcantara e o adido de Imprensa junto à Embaixada de Portugal, jornalista Carlos Fino

Na proxima terça feira, dia 18, a professora e poetisa Beatriz Alcantara, um dos nomes mais prestigiosos da cultura portuguesa e cearense estará a participar do ciclo de conferencias que a Academia Cearense de Letras está a oferecer em 2011

A ilustre luso-brasileira – que foi Primeira Dama do Ceará (Beatriz Alcantara é esposa do ex-Governador Lucio Alcantara ) e sua conferencia, em que  falará sobre “Portugalde Pastores, Guerreiros e Monges, será realizada às 17 horas, no salão nobre da Academia Cearense de Letras

Graduada em Letras pela Universidade Federal do Ceará-UFC e Mestre em Literatura pela Universidade de Brasília-UNB. Professora Adjunta de Língua e Literatura Francesas da Universidade Estadual do Ceará-UECE. Membro da Academia Cearense de Letras, cadeira nº16. Membro da Academia de Letras e Ciências de São Lourenço, cadeira nº70. Ex-Diretora do Theatro José de Alencar de Fortaleza. Editora de todos os números da Revista Seara de Literatura e coordenadora-geral dos quatro primeiros números da ESPIRAL: revista de Literatura.

domingo, 16 de outubro de 2011

Ana Miranda é homenageada no Festival UFC de Cultura

A escritora Ana Miranda abre os debates literários do IV Festival de Cultura da UFC, na próxima segunda-feira, às 16 horas, no auditório da Reitora da UFC e recebe homenagem

Foto: Rafael Cavalcante
Ana Miranda arrumava a casa, ontem pela manhã, quando atendeu ao telefone. “Estou aqui cuidando da casa, a caseira não está”. O motivo da conversa era a homenagem que ela receberá segunda-feira, no IV Festival UFC de Cultura. “A homenagem é uma forma de reconhecimento e também é um estímulo para o escritor que faz um trabalho tão solitário. Aqui, as pessoas têm esse sentimento de demonstrar afeto. Acho muito bonito, é muito bom. Mas, a grande homenagem é a leitura do livro. Como diz Borges, um livro é apenas uma folha de papel e tinta. O livro só existe pelo que ele faz dentro da mente das pessoas”, afirma a escritora serena, do outro lado da linha.

Desde que trocou o Rio de Janeiro pela beira da praia do Ceará – a escritora mora há cinco anos na Prainha – Ana Miranda reencontrou-se com o Estado onde nasceu. E trocou de mar. Quando criança, viveu na Praia de Iracema e as memórias dessa infância praieira e de uma Fortaleza mais tranquila, vira e mexe aparecem nas crônicas.

Segunda-feira (17), ela participa de uma entrevista para falar sobre literatura. Pergunto a ela como é responder praticamente às mesmas questões levantadas por jornalistas. Ela dá uma risada: “Não tem problema, não. Eu dou as mesmas respostas”, brinca. Durante alguns anos, Ana Miranda ministrou, em São Paulo, oficinas para escritores e escreveu sobre literatura para a revista Caros Amigos. Chegou até mesmo a pensar em escrever um livro sobre a “carpintaria do escritor”, mas desistiu. “Essa não é a responsabilidade do escritor. Literatura é uma arte que não tem professor. O autor se faz à medida que vai construindo o romance. Eu aprendi lendo romances. O livro é que seduz, que enfeitiça”, sugere. Durante a entrevista com escritores e jornalista, depois de amanhã, Ana vai falar sobre sua trajetória como escritora.

Ana Miranda, jovem, começou poeta e ilustradora. Fez-se romancista, mas nunca abandonou a poesia. No fim dos anos 80, lançou Boca do Inferno (1989), um romance histórico que tem como personagem principal o baiano Gregório de Matos Guerra, o poeta maldito nacional, do século XVII. A escritora conta que ficou quase 10 anos escrevendo o livro. Quando saiu, tornou-se um marco na literatura nacional. Um naco da história do Brasil colonial encontrou nos elementos ficcionais da criação artística de Ana Miranda uma composição que transforma história em linguagem literária. Aliás, o intenso trabalho de recuperação de formas da fala e escrita que pareciam perdidas no tempo é a matéria prima da produção literária da escritora.

Ao romance Boca do Inferno, seguiram-se A última Quimera (1995) e Desmundo (1996) formando uma trilogia de romances que têm como pano de fundo histórico uma nação às voltas com sua formação literária e social. O poeta paraibano Augusto dos Anjos (1884-1914) é o motivo deste romance que carrega junto com a história, a lírica do poeta. Oribela é a personagem de Desmundo. A menina órfã portuguesa chega ao Brasil em 1555, junto com outras moças que eram enviadas pela rainha de Portugal como mulheres dos cristãos que se aventuravam em povoar a nova colônia. Para contar a história de Oribela, Desmundo recria o português medieval, mergulha na desconhecida história das mulheres que habitavam o berço do que iria se chamar Brasil e faz nascer a heroína com a força da palavra literária.

Em Amrik é Amina quem enxerga o País, no século XIX, na aventura da imigração libanesa no Brasil. Dias e Dias, o mais lírico dos romances da escritora, Ana retorna aos poetas. Desta vez Gonçalves Dias é recriado pela saudade de Feliciana, narradora apaixonada do romance. O último romance de Ana é Yuxin. Neste, a escritora inventa o mundo de Yuxin, a índia narradora da história, e a língua com a qual Yuxin dá voz a esse mundo literário que se dá no início do século XX, nas matas do Acre. Trata-se de um romance que é conduzido pelos mistérios que envolvem a personagem, o lugar, o povo e as lembranças que se traduzem pelos sentimentos de amor e de perda. No fim das contas, o livro trata da intimidade de toda alma humana, que traduzindo, significa yuxin.

SERVIÇO
Debate Literário com Ana Miranda

O que: a escritora cearense participa de entrevista e é homenageada do IV Festival UFC de Cultura.
Quando: 17 de outubro (segunda-feira), às 16 horas.
Onde: Auditório Castelo Branco - Reitoria da UFC (Avenida da Universidade, 2953 - Benfica).
Aberto ao público.

Regina Ribeiro
reginaribeiro@opovo.com.br

Fonte: O Povo

Liceu do Ceará 166 Anos de História

Dia 19 de outubro é o aniversário do nosso Liceu

Prédio antigo - antes da ampliação
Década de 30

Estudantes do Liceu em passeata

Estudantes no pátio interno

O sino que indica o início e fim de cada aula, marca também o tempo
e a história do Liceu.
Foto: Edimar Bento

Evento do Liceu: passeio ciclístico

Monsenhor André Viana Camurça
Foi professor de grego do Liceu do Ceará

Grupo Sempre Liceísta
convida:


Dia 19 de outubro é o aniversário do nosso Liceu.

O grupo de ex-alunos denominado " Sempre Liceísta " está organizando um momento de encontro, reencontro de ex-alunos de ontem e de hoje, no dia 19 de outubro às 16:00 horas.

Estaremos celebrando uma missa em homenagem aos ex-liceístas falecidos e em particular ao monsenhor André Camurça, que recentemente partiu para a casa do pai.

Serviço:

Encontro de estudantes de ontem e de hoje do liceu do ceará e
missa em homenagem aos ex-liceístas falecidos e para o Monsenhor
André Viana Camurça.

Local: Liceu do Ceará - Praça Gustavo Barroso s/n - Jacarecanga

Dia: 19 de outubro de 2011 ( dia do aniversário do Liceu do Ceará )
Hora: 16:00 horas.

Contato:
Professor Auriberto
( 85 ) 91 42 31 95


Fonte: Blog Antônio Viana

Adolescente é embaixador climático do Ceará no mundo

Um adolescente de Ibiapina é o embaixador climático do Ceará no mundo. Iranildo de Sousa Ferreira atua há 10 anos na área ambiental

Iranildo realiza atividades em prol do meio ambiente em Ibiapina (DIVULGAÇÃO)

Ele tem 17 anos e vive na zona rural do município de Ibiapina. Cursa o terceiro ano do Ensino Médio na Escola Monsenhor Melo e mora com os pais Raimundo Nonato Ferreira, agricultor, e Rita Maria de Sousa, dona de casa, além de três irmãs, na localidade de Sítio Limão, a três quilômetros do centro de Ibiapina.

Iranildo de Sousa Ferreira completa, em dezembro, 10 anos de dedicação a sensibilizar as pessoas para a necessidade de cuidar do meio ambiente. Em Ibiapina, o adolescente desenvolve, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, o Programa Preservando Para o Futuro (Prefuturo), que visa identificar as vulnerabilidades do planeta para ajudar a mitigar e adaptar às mudanças climáticas.

Graças a essa missão que abraçou, Iranildo é embaixador climático do British Council, uma função para o qual foi aprovado por meio do processo seletivo do Programa Climate Generation realizado em 2010 na América Latina e Caribe.

O British Council é uma organização internacional do Reino Unido voltada a oportunidades educacionais e culturais, que reúne jovens do mundo para compartilhar o interesse pela busca de soluções sustentáveis para os impactos das mudanças climáticas.

Em 2011, Iranildo foi selecionado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para representar o Brasil na Conferência Internacional Tunza sobre o Meio Ambiente, em setembro na Indonésia.

Ana Paula Bessa, diretora de projetos do British Council informou que Iranildo foi selecionado para participar do evento por suas atividades realizadas em Ibiapina. A carta de Bandung, elaborada pelas crianças e adolescentes de mais de 100 países que participaram do evento, será entregue aos líderes mundiais na Rio +20, Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em 2012, no Rio de Janeiro.

Desafio

Para Iranildo é urgente a preocupação com a Terra. “A mudança climática é o maior desafio enfrentado pela humanidade atualmente”, acredita o jovem. Nesse sentido, ele lembra que o alerta quanto à elevação da temperatura terrestre já foi dado desde 2007. E que muito deve ser feito para cuidar do planeta.

Com a autoridade de embaixador climático, ele vem colaborando com a Secretaria da Educação de Ibiapina em atividades com alunos das escolas do município. “É a hora para uma ação construtiva, porque o alerta já foi dado”, comenta.

Rosa Sá
rosa@opovo.com.br

Fonte: O Povo