quinta-feira, 7 de abril de 2011

Gênero ganha a grade televisiva

No fim dos anos 90, mesmo com a força e o alcance do forró, ainda havia muito preconceito para com o gênero, ainda mais quando a intenção era divulgar o trabalho pela televisão. As emissoras brasileiras pouco ou nunca davam espaço para o estilo musical nascido no Nordeste. Nesse contexto, a TV Diário foi a parceira fundamental para que o forró ganhasse o Brasil, até porque a própria emissora nascia com a proposta de levar a cultura Nordestina para todo o País. "Essa união com o forró deu-se pela vocação da TV em mostrar o que há de melhor na cultura local, aliada à carga genética do forró que vinha da FM 93 com os apresentadores, como João Inácio Júnior e Will Nogueira; e apostar nisso foi um grande acerto", explica o consultor Gaarcia Junior da TV Diário.

Atualmente, a emissora é o grande espaço de promoção do forró no País
TUNO VIEIRA
Só na emissora, cerca de 50 profissionais, entre produtores, câmeras, diretores e outros; são encarregados de trabalhar na produção de dois programas exclusivos do gênero musical, o Roça N´ Roll e o Forrobodó. Se forem contabilizadas ainda as pessoas envolvidas na elaboração de outros programas de entretenimento que abrem espaço para o forró, como o João Inácio Show, Nordeste Caboclo, Ênio Carlos, Sábado Alegre, Levanta Poeira, Bezerrão e o Encanta Nordeste, esse número pelo menos dobra.

Canal de divulgação

"A TV Diário tem a preocupação de ir na base. Hoje só se falam nas classes C, D e E. Nós nascemos nelas. Estamos traçando o trajeto inverso. Muito do sucesso do forró se deu pela TV. Quantas bandas de forró de outros estados não vêm se lançar aqui na emissora? Ela é o grande canal de divulgação televisiva para o forró", afirma Gaarcia.

Para o consultor, atualmente, uma banda de forró que quer ter sucesso precisa passar pela TV Diário e ser "batizada". Ele também crê que ainda há muito o que ser feito no mercado forrozeiro, pois existe espaço para crescer. "Temos 16 estados para conquistar. Há mercado para todos", garante. Gaarcia também destaca a elevada qualificação dos profissionais do segmento, mais preocupados em ampliar conhecimentos. (DB)

RENDIMENTO EXTRA

Outro ramos se beneficiam

As festas de forró abrem espaço para o desenvolvimento de uma série de outras atividades, formais ou não, em seu entorno. São pessoas que aproveitam o espaço aberto por esse mercado para lucrar. Ambulantes vendendo bebidas, carros equipados para comercializar cachorro-quente ou churrasquinho, pipoqueiros, vendedor de bombons e taxistas não faltam na porta dos shows. O motivo, claro, são os preços dos produtos, que, do lado de fora, podem custar até menos da metade do valor cobrado dentro.

Lucro pós festa

Já na hora de ir embora, quem começa a lucrar são os taxistas. Na movimentada segunda-feira do Pirata Bar, por exemplo, os motoristas podem faturar de R$ 50 a R$ 200, dependendo do período do ano. Nessa época de movimento mais morno, o lucro pode chegar ainda a R$ 70, mas na alta estação é que esse valor quase triplica. Mas pra juntar essa grana, no caso dos profissionais que atuam nas imediações da Praia de Iracema, é preciso muito trabalho. Muitos deles chegam a fazer mais de 12 corridas em uma só noite. (DB)

Fonte: Diário do Nordeste

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