quinta-feira, 26 de maio de 2011

Educação-Polêmica na licenciatura em música

Músicos, cantores, instrumentistas e educadores de artes querem implantação de curso regular no Interior

Músicos, cantores, instrumentistas reclamam da falta de oportunidade para aperfeiçoarem seus talentos
FOTO: ALEX PIMENTEL
Quixadá As inscrições para o curso de Licenciatura em Música, a ser ministrado na Faculdade de Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc), um dos campi da Universidade Estadual do Ceará (Uece), se encerraram no dia 22. As aulas só devem começar no segundo semestre. Mas, até lá, a novidade deve causar muita polêmica. Músicos, cantores e profissionais da área, de Quixadá e cidades vizinhas, não puderam se inscrever. Poderão participar apenas professores da rede pública.

A Uece já oferece cursos superiores regulares de bacharelado e de licenciatura em música, mas só na Capital. No caso do campi de Quixadá, apenas uma turma especial será formada. Serão de fato professores, da rede pública de ensino básico.

A turma deve ser formada com cerca de 35 a 40 educadores. Os recursos para a formação especial são oriundos do Governo Federal. A grade curricular será praticamente a mesma dos cursos em funcionamento. "Entretanto, não se trata de uma implantação de licenciatura na Feclesc", esclarece a coordenadora da Pró Reitoria de Graduação (Prograd) Elivânia Moraes.

Mesmo assim cantores, músicos e profissionais da área estão insatisfeitos. "Professor pode ser músico, mas músico não pode ser professor?", indagam artistas e instrumentistas de Quixadá. A necessidade de capacitação dos professores causou uma enorme expectativa. Não se conformam em não poderem conquistar a sonhada formação após anos de dedicação à música. Para eles, a oportunidade surgiu. Os professores universitários estarão em Quixadá. Resolveram então levar um abaixo-assinado à reitoria da Universidade Estadual. Na região, mais de 300 deles anseiam pelo curso de música.

A cantora e instrumentista Inez Bandeira é um deles. Há mais de duas décadas percebeu sua afinidade com a música. Herança de família. Ela chegou a cursar o conservatório, em Fortaleza, mas por questões econômicas foi obrigada a voltar para o interior. Agora, quando surge a oportunidade, é barrada na porta da faculdade. Uma frustração e tanto. Por esse motivo, resolveu reunir outros artistas e reivindicarem juntos o curso superior. Na sua opinião, quem ganhará mais serão os alunos da rede pública. Terão profissionais com talento para as aulas de música. Segundo o secretário da Associação Cearense dos Músicos (Ascemus), compositor Marcelo Brambiler, existe, atualmente, um cadastro de 375 músicos entre instrumentistas, intérpretes, compositores e produtores de eventos.

Segundo Elivânia Moraes, a Uece vê com simpatia o interesse de quem mora no interior. O curso aberto de Música pode ser implantado no campi de Quixadá. O projeto está pronto. Resta apenas apreciação e aprovação na Assembleia Legislativa, com posterior sanção do governador. Mas há necessidade de demanda, de candidatos. Os estudos estão sendo feitos. Por enquanto, certeza apenas para os professores da rede pública.

MAIS INFORMAÇÕES
Universidade Estadual do Ceará (Uece) - Pró Reitoria de Graduação - Campus em Fortaleza
Telefone: (85) 3101.9628

Alex Pimentel
Colaborador

Um comentário:

Fabio disse...

Olá, tudo bom? Esse meu comentário vai para os organizadores desse
curso de Música.
Realmente foi uma grande conquista! Estão de PARABÉNS!! Mais
foi uma grande conquista para professores da rede pública e não para nós
músicos. Não é querendo menosprezar a capacidade de ninguém, mais fiquei
anos esperando uma oportunidade dessa quando derrepente, eu e muitos músicos
dessa terra (Quixadá),somos barrado de fazer esse curso. Como é que pode?
PENSEM O SEGUINTE: Professores podem ser músicos, mais músicos não podem ser
professores! Mais um vez pensem nisso!!! Valorize nossa classe… Quantos
artistas temos em Quixadá? Essa cidade, pra onde vc olha, existe artistas,
músicos renomados que fizeram e fazem história… E vcs tiram essa
oportunidade? Exigimos mais respeito! Esse é meu desabafo, digamos assim! Vlw!!