sábado, 7 de maio de 2011

Mosteiro das Clarissas busca apoio para obras

As irmãs reclusas de Canindé enfrentam situação de insegurança, após chuva que derrubou muro do mosteiro

Canindé Inaugurado no dia 27 de dezembro de 1996, o Mosteiro do Santíssimo Sacramento, conhecido como Mosteiro das Irmãs Clarissas, está precisando de apoio das autoridades do Município e do Estado. Motivo: uma chuva de 157 milímetros destruiu 160 metros do muro de proteção da casa das religiosas. O fato aconteceu no mês de janeiro, também causando danos em outras áreas da cidade de Canindé. Porém, até agora, as freiras continuam desprotegidas. Elas vivem em sistema de reclusão, e temem a situação de vulnerabilidade em que a casa ficou desde então.

IRMÃ ANA Clara mostra os estragos causados pelas chuvas no Mosteiro da Ordem das Clarissas em Canindé. As religiosas não têm condições para reconstrução do muro de proteção
FOTOS: ANTÔNIO CARLOS ALVES
De acordo com irmã Ana Clara, os prejuízos estão por toda parte. A Ordem das Clarissas não tem recursos para reconstruir a murada. "Isto está ocorrendo porque uma obra que foi feita sem nenhum planejamento, próxima à Praça Dr. Aramis, reteu toda a água do Riacho Doce, que corta a área do Mosteiro. Estamos neste local há quase 12 anos e nunca tinha acontecido um cena desta natureza", lamenta a irmã.

"Foi um prejuízo só. As águas ficaram retidas, sem ter para onde correr, e o fluxo só tem um curso para frente. Quando o muro não suportou mais a pressão, desabou", diz irmã Ana Clara, lamentando o prejuízo.

Recursos
Ela diz ainda que os responsáveis pela obra não deram nenhuma satisfação à administração do Mosteiro. "O que eles ofereceram foram dois mil tijolos furados que não resolve nada. Para deixar o local seguro, serão necessários R$ 36 mil, fora a mão de obra", diz ela, completando, "nós falamos com o governador Cid Gomes, na sua última visita à cidade de Canindé, no dia 4 de maio, e ele ficou de ver com seus secretários uma maneira de nos ajudar, mas isso ficou só na promessa", disse a religiosa. Atualmente, o Mosteiro das Clarissas está sob a dependência jurídica do Ministério Provincial da Província Franciscana do Brasil. Teve sua elevação canônica no dia 20 de março de 1999, quando foi eleita a primeira abadessa, madre Maria Betânia de Jesus Hóstia, que esteve à frente da comunidade de 1999 a 2005.

Hoje a abadessa é madre Elisabete dos Anjos, e conta com 18 irmãs de vários Estados do Brasil, em idades que variam entre 21 a 88 anos. Mesmo com sua estrutura abalada pelos estragos das chuvas, o Mosteiro sediou o 3º Encontro das Religiosas Contemplativas da Regional Nordeste 1, com a presença das ordens Clarissas, Concepcionistas, Carmelitas, Beneditinas e Agostinianas, vindas das cidades de Canindé, Guaraciaba do Norte e Fortaleza.

Irmãs clarissas preparam programação especial para o ano do jubileu, em memória de Santa Clara, a primeira e principal amiga e seguidora de São Francisco de Assis
O evento religioso contou com a participação de dom José Haring, de Limoeiro do Norte, dom José Luis, bispo auxiliar de Fortaleza, dom Rozalvo Cordeiro de Lima, bispo auxiliar das ordens, frei José Batista, responsável pela construção do Mosteiro das Clarissas, e irmã Ana Clara. "Esse evento teve como finalidade a nossa preparação para o grande momento de comemoração dos nossos 800 anos de vivência no Brasil", afirmou irmã Ana Clara.

Para frei José Batista, a grande mensagem dada no encontro foi a maneira como as religiosas devem se preparar para festejar uma data relevante para a Ordem. "São 800 anos, não são 800 dias", disse o frei José.

O novo bispo da Ordem no Ceará, dom Rozalvo Cordeiro, ficou emocionado ao conhecer as irmãs religiosas.

"Estou vindo de Alagoas, mas a recepção que foi dada em Canindé, nos dá a certeza de que este momento é o ponto de partida para tornarmos o compromisso com Deus muito mais forte", disse o religioso.

MAIS INFORMAÇÕES MOSTEIRO das Irmãs Clarissas
Rua Paulino Barroso, 31 - Bairro Santa Clara, Município de Canindé
Telefone: (85) 3343.0126

Antônio Carlos Alves
 Colaborador

ENCONTRO DO JUBILEU
Ordem festeja 800 anos de fundação
A família franciscana no Brasil e no mundo está em festa neste ano pelo VIII Centenário da Ordem das Clarissas

Canindé Nos dias 29 de maio a 5 de junho acontecerá no Mosteiro das Irmãs Clarissas, neste Município, o Encontro de Formação e abertura do Jubileu do VIII Centenário da Consagração da Mãe Santa Clara na Porciúncula. Na abertura do Encontro, está prevista a presença do ministro geral da Ordem Franciscana, frei José Rodriguez Carballo.

"Com nossas preces e o coração voltado para os discípulos nos preparamos para este momento singular de nossa Ordem no Brasil, e que ele seja de vivência profunda de encontro com o Senhor na sua renovação, no vigor originário de nossa vocação, benefício concedido a cada dia por nossa mãe, Santa Clara, que nos manda a luz de Jesus", enfatiza irmã Ana Clara.

A religiosa fala ainda que a vida de clausura é uma forma de auxiliar ao próprio Deus, "sustentáculo dos membros vacilantes de seu corpo inefável".

A programação está distribuída da seguinte forma: na abertura do Encontro, dia 30 de maio, está programada uma missa na Basílica de São Francisco, presidida pelo ministro provincial, frei Marconi Lins.

No dia 3 de junho, haverá ofício de vésperas, presidido pelo ministro geral, frei José Rodriguez Carballo.

No dia 4 de junho, está agendado o encontro com o ministro geral e celebração da abertura do Jubileu. Em 2012, as Irmãs Clarissas de todo o mundo estarão comemorando os 800 anos de fundação de Ordem Santa Clara. A família franciscana do Brasil, por meio de sua presidente, irmã Maria Petronila de Sousa, promove com todas as congregações franciscanas, que trazem o seu carisma e a sua espiritualidade inspirados em São Francisco, celebrarão os oito séculos de Santa Clara de Assis, a maior amiga de São Francisco.

O tema leva a mensagem: "Santa Clara de Assis e de hoje caminho da unidade". Já o lema da comemoração é: "Vida vivida em função do amor".

A história de São Francisco de Assis se confunde com a de Santa Clara. Ela foi a primeira a creditar na missão do então jovem cristão, no trabalho de amparar os mais pobres e necessitados. Clara alimentava os leprosos, excluídos do convívio.

Fonte: Diário do Nordeste

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