quarta-feira, 1 de junho de 2011

Paic debatido por secretários

Secretário-adjunto da Seduc apresenta, em São Paulo, os dados de redução do índice de analfabetismo no Estado

Ciclo de debates, promovido pela Fundação Itaú Social, reuniu, na manhã de ontem, secretários de Educação de vários Estados, educadores, especialistas na área
FOTO: DIVULGAÇÃO
O Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), do Governo Estadual, cujo foco é alfabetizar todas as crianças até os sete anos de idade, tem conseguido resultados positivos na educação do Ceará. A iniciativa foi debatida no Ciclo de Debates em Gestão Educacional promovido pela Fundação Itaú Social, em São Paulo.

O Paic começou como uma iniciativa da Aprece, Undime, Unicef e 40 municípios cearenses, tendo sido transformado em política pública prioritária do Governo do Estado, em 2007. Desde então, vem mudando a realidade da aprendizagem das crianças cearenses.

No ano passado, conforme dados da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), além de 99,5% dos municípios terem ficado com média satisfatória, os dados do Spaece mostraram que 71% dos estudantes encontram-se alfabetizados ao término do segundo ano do ensino fundamental. Em 2007 esse percentual era de apenas 40%. O estudo apontou também uma expressiva redução do número de alunos no nível "não alfabetizado". Caiu de 33%, em 2007, para 7% , em 2010.

O Programa foi tema da palestra do secretário-adjunto de Educação do Estado do Ceará, Maurício Holanda Maia, ontem, no lançamento do programa. Ele falou sobre o sucesso do programa durante evento, que reuniu gestores públicos, técnicos, educadores. Na ocasião, trocarem experiências sobre o tema "Regime de Colaboração em Educação: modelos e desafios de articulação".

O secretário mostrou como o governo estadual conseguiu estender o Paic, melhorando seus índices educacionais.

O secretário recordou o caso de protagonismo municipal de Sobral (CE), que levou à criação do Paic. "No fim do ano 2000 foi feita uma avaliação do nível de leitura dos alunos da rede pública da cidade com oito anos de idade. O resultado apontou que mais de 50% deles não sabiam ler", relatou Maia. "A partir daí, foram estabelecidas duas metas: alfabetizar as crianças de até sete anos e as maiores de sete anos que não soubessem ler", afirmou.

Índices
Por meio de intervenções sistêmicas, não apenas a meta foi atingida como outros índices educacionais foram transformados - entre eles o de abandono escolar, zerado desde 2007. É a prova de que a criança aprende, a despeito de sua situação social. Ela não abandona a escola por causa da pobreza, mas porque a própria escola é pobre de oportunidades, de ensino", diz.

Para o secretário, o convite para participar do Ciclo de Debates significa poder compartilhar experiências bem sucedidas de gestão no Ceará. A partir daí, demonstrar que o Nordeste não está condenado eternamente a ter os piores índices de desenvolvimento. "É uma prova de que podemos ter indicadores sociais tão bons ou melhores do que os de outras regiões, inclusive àquelas com situações conjunturais muito melhores".

Reflexão
O Ciclo de Debates tem como objetivo ampliar a reflexão sobre estratégias e experiências que potencializem os esforços de gestores da educação para a melhoria na qualidade do setor. Ao longo do ano, estão previstas mais duas edições do evento.

Na abertura da programação, o vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antonio Matias, destacou a satisfação da instituição em promover o evento e a qualidade do público presente. Para ele, o programa Ciclo de Debates comprova o compromisso da empresa com a comunidade e a educação. "A palavra-chave é colaboração. Só teremos educação pública de qualidade se as parcerias forem efetivas", destacou.

Em seguida, Cibele Franzese deu início ao seminário, com uma apresentação elucidativa sobre o tema Regime de Colaboração. A especialista explorou aspectos como a estrutura policêntrica da Federação, que requer negociações constantes de interesses, e as dificuldades de conciliar a autonomia de municípios e Estados e a elaboração de políticas públicas em âmbito federal.

A especialista enfatizou a necessidade de se construir um sistema nacional de educação. Para tanto, recorreu a exemplos em outros setores da gestão, como a implantação do SUS.

O secretário de Educação do Tocantins, Danilo de Melo, destacou a importância da articulação entre programas de saúde, educação e assistência social e da reflexão sobre prioridades para investimentos.

ADRIANA MARTINS

REPÓRTER
*A repórter viajou a convite da Fundação Itaú Social

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