quinta-feira, 7 de julho de 2011

Projeção de safra cai em junho

Mesmo com redução na estimativa, ainda se espera que o Estado registre a maior safra de sua história

Produção de milho teve queda e deve continuar em declínio. Ainda assim, previsão é de supersafra do item
FOTO: DIVULGAÇÃO
A estimativa da safra cearense de grãos em 2011 apresentou retração de 4,22% em junho em relação à perspectiva de produção verificada em maio, caindo de 1,48 milhão para 1,41 milhão de toneladas de grãos. Comparando-se à estimativa da produção inicial (1,44 milhão de ton), a projeção apresenta uma redução de 1,90%. Mesmo com a redução, se forem confirmadas as projeções, o volume será superior à maior safra da história cearense, obtida em 2006 com a produção de 1,1 milhão de ton. Em relação à produção obtida no ano passado (335 mil ton), o crescimento foi de 322,58%.

Os dados são do Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará (GCEA-CE), no âmbito do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado entre 16 de maio e 15 de junho deste ano. Conforme a pesquisa, considerando todos os 50 produtos pesquisados, 11 apresentaram queda na estimativa de junho na comparação com o mês anterior. No mesmo período, apenas dois produtos - banana irrigada e mamão - tiveram ampliadas suas perspectivas de produção. A alteração nas projeções foi causada pela redução pluviométrica no Interior do Estado. As perdas mais significativas ocorreram com o milho e o feijão, mas não colocam em risco a previsão inicial de recorde.

Sofreram queda, em relação às previsões de maio, algodão herbáceo de sequeiro, arroz de sequeiro, feijão de corda de primeira safra (Vigna), girassol, milho, mamona, mandioca, banana de sequeiro, goiaba, graviola e manga de sequeiro.

Milho
Dentre os cereais, leguminosas e oleaginosas, todas as modificações em relação ao mês anterior foram negativas. O maior destaque, segundo Regina Feitosa, secretária do GCEA, ocorreu em Mauriti, grande produtor de milho do Ceará. "A área de produção de Mauriti, em 2011, foi menor que a área destinada historicamente ao cultivo do produto na região. A redução desses espaços se deve à escassez de mão de obra, pois muitas pessoas preferem trabalhar em outros segmentos, como a construção civil, principalmente devido à instalação das obras da transposição das águas do rio São Francisco, que passam pelo município. De acordo com Regina Feitosa, "é provável que a produção de milho continue a cair. Mas mesmo com a redução no rendimento do produto, quando totalizamos a produção do Ceará permanece a perspectiva de supersafra". No grupo das frutas secas, composto de 16 produtos, o destaque ficou com a banana irrigada e mamão. O crescimento na banana irrigada é resultante do desmembramento desta fruta em "irrigada" e "de sequeiro" nos municípios de Mombaça, Itapipoca, Acaraú, Marco e Bela Cruz.

ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER

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