domingo, 25 de dezembro de 2011

1ª Feira do Ceará em Cabo Verde: “A Terra da Luz na Claridade ocupa espaços públicos da Ilha de Santiago

Foram sete dias de intervenções artísticas cearense por toda a Ilha

Visita do Presidente de Cabo Verde ao estande da Secult 

Xilogravurista, repentistas, contadores de histórias, cordelistas, mostras de filmes, exposições, lançamento de livros, diálogos com escritores, palestras e a exposição “Caminhos da Serigrafia”, comemorativa dos 50 anos de carreira do artista multimídia Zé Tarcísio, fizeram parte culminância cultural da 1ª Feira do Ceará em Cabo Verde: “A Terra da Luz na Claridade”, durante a I Feira Mundial da Palavra, que aconteceu de 11 a 18 de dezembro, no plateau da cidade Praia, Ilha de Santiago.

A cidade Praia de Cabo Verde foi palco para a arte do Ceará. Uma semana intensa de intervenções artísticas por toda a Ilha. Todos os espaços públicos serviram de cenário para as manifestações culturais em que caboverdianos e turistas estabeleceram trocas na linguagem universal das artes integradas.

Os xilogravuristas e cordelistas, João Pedro de Juazeiro e Klevison Viana fizeram do Palácio da Cultura de Cabo Verde e da Escola Pedagógica Nacional, templo das artes, convidando o público através da poesia popular impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura em suas oficinas.

Com a mesma poesia nordestina, Júlia Barros encantou crianças e adultos envolvendo-os na magia das histórias de um país distante geograficamente mais muito próximo em suas raízes. Os contos e seus personagens, ora imaginários, ora vivenciados pelas crianças, tiveram como palco a praça Alexandre Albuquerque, que foi tomada pela música e pelos olhares fixos das crianças que pouco a pouco eram transportadas a universos diferentes.

Itinerante em espaços públicos a I Feira da Palavra chega a Biblioteca Nacional do Livro integrando à programação lançamentos de livros e  diálogos de estudos comparados entre as duas culturas. Traços de Cabo Verde se misturam aos do Ceará, no saber de Leite Junior, artista plástico, mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará, com o lançamento de seu livro no auditório do Instituto Biblioteca Nacional e do Livro, O Pictórico na Poesia Caboverdiana: dos claridosos a Kiki Lima, série Panorama Nacional da coleção Nossa Cultura da Secult.

Somada ao mosaico cultural composto na Bibliotea Nacional a palestra “O Sol na Palavra: narrativa e história”, baseada no livro da autora Sarah Diva, professora de Literatura Comparada da Universidade Estadual do Ceará; O Sol na Palavra: a literatura cearense sob o signo solar, ensaio ganhador do edital de Incentivo às Artes da Secult, possibilitou estabelecer trocas com os alunos caboverdianos de literaura. 

Esses intercâmbios de idéias e possibilidades têm favorecido a discussão das problemáticas da cadeia produtiva das publicações, assim como a busca por alternativas da sustentabilidade de um mercado mais justo e democrático. Sandra Lima, editora da Peter Rol Editora, representando a Câmara Cearense do Livro, dinamizou o debate dentro da perspectiva da “A Política do Livro por Editoras Caboverdianas, Portuguesas e Brasileiras” sendo moderado pelo jornalista Daniel Medina, com a participação do escritor Filinto Elísio (caboverdiano) e da editora Maria do Carmo Pedreira (portuguesa). 

Outro viés da cadeia das publicações é quanto acesso as obras e conservação de acervos. Parte desse ecossistema se integra em centros difusores de cultura, educação, pesquisa e lazer. As bibliotecas e suas principais características, foi tema de diálogo da Profa. Vládia e Maria Aparecida de Lavor, gerente do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Estado do Ceará. A palestra apresentou Sistema como um todo abordando a instalação, principais características, operacionalização e outros detalhes que muito contribuirão para que as bibliotecárias de Cabo Verde (no máximo 20 em todo o país) possam desenvolver um trabalho de valorização deste espaço.

E dentro dessa perspectiva da sustentabilidade a  palestra sobre  “Cabo Verde: análise socioambiental e perspectivas para o desenvolvimento sustentável em áreas semiáridas”, foi ministrada pela Profa. Vládia Pinto Vidal de Oliveira com mesa composta pela Profa. Maria Elias Soares e moderação de Profa. Adelaide Monteiro, do Instituto de Investigação de Patrimônio e Cultura de Cabo Verde, abraçando o desenvolvimento de toda uma cadeia sustentável com nichos diferenciados.

São essas diferenças que enriquecem e qualificam o debate rumo à construção de um ambiente sustentável. As contribuições compartilhadas durante as intervenções educativas culturais da Feira consolida o desenvolvimento sociocultural e a cooperação mútua de ambos os países por meio da arte e da cultura.

Jorn. Gerusa Rosa

Fonte: Secult-Ce

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