segunda-feira, 21 de maio de 2012

Baixo Acaraú dos mais modernos perímetros irrigados do Ceará

Parte das terras dos 13 perímetros irrigados do Ceará não é utilizada, apesar de contar com infraestrutura fornecida pelo governo federal. Onde a produção existe, agricultores investem em novas culturas, inclusive de clima temperado, para aumentar os ganhos. Uva, laranja, cacau, pera, caqui e maçã são algumas das novidades.

Instalados em regiões do Nordeste que viviam em permanente abandono, os perímetros irrigados implantados pelo Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), órgão subordinado ao Ministério da Integração Nacional, mostram que é possível extrair riqueza do solo calcinado mediante investimentos em tecnologia, linhas de crédito para o pequeno produtor e continuidade nas ações governamentais.

Mas os “gigantes do Sertão” – por suas vastas áreas de plantio irrigado – encontram-se, em parte, adormecidos. Isso porque muitas extensões de terra nesses perímetros ainda estão sem plantio ou subutilizadas.

E os motivos são muitos. Pequenos e médios produtores, assim como grandes empreendimentos, cobram uma mudança nas políticas de exploração dos lotes e mais apoio financeiro para aquisição de tecnologias como equipamentos on farm (irrigação por microaspersão ou gotejamento), manutenção e assistência técnica permanente ao pequeno produtor.

Perímetros

O Ceará tem 13 perímetros públicos, sendo que, destes, oito são irrigados. Os do Baixo Acaraú e Tabuleiros de Russas são os mais modernos, criados em 2002 e 2004, respectivamente.

No principal deles, o Perímetro Irrigado de Tabuleiros de Russas, distante 160 km de Fortaleza, dos 15 mil hectares (ha) da primeira etapa, 10.765 ha são irrigáveis. São 592 lotes distribuídos entre pequenos produtores, lotes destinados a técnicos agrícolas, a agrônomos e os lotes empresariais. Da área total irrigada, algo em torno de 5.100 ha estão nas mãos dos pequenos produtores e o restante são lotes empresariais.

O perímetro está sendo ampliado em mais 3 mil ha que formarão a segunda etapa. Lá, também estão sendo desenvolvidas variedades que não são típicas da agricultura local, como a uva (que já possui 10 ha plantados comercialmente por pequenos produtores) e também manejo de pera, cacau e maçã em empreendimentos de grande porte, como na agrícola Fruta Cor. Nesta fazenda, estão sendo plantados 1,5 ha de culturas de clima temperado, sendo meio hectare de pera, meio de maçã e meio de caqui.

“A produção deve ter início no segundo semestre deste ano, provavelmente em outubro”, diz Ítala Nunes, tecnóloga em irrigação da empresa, que também acompanha experimentos com laranja valência sem semente para consumo à mesa.

Os experimentos com essas frutas fazem parte de um projeto da Embrapa Semi-Árido (Pernambuco), com Banco do Nordeste, Univale (MG) e Sebrae-CE em várias regiões do Estado, para testar o desenvolvimento dessas culturas em vários climas, e também em Petrolina (PE). No Ceará, o plantio ocorreu na mesma época – novembro de 2009 - com mudas vindas de Santa Catarina. (Rebecca Fontes)

Números

10,7 mil hectares de terras são irrigáveis no Perímetro Irrigado de Tabuleiros de Russas, no Vale do Jaguaribe

Fonte: O Povo

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