quinta-feira, 14 de abril de 2011

Chanceler Airton Queiroz realiza visita ao Instituto Histórico do Ceará

Instituição centenária está aberta a visitações, abrigando mais de 320 mapas e com cerca de 32 mil obras catalogadas

O presidente José Augusto fala aos visitantes, chanceler Airton Queiroz, Pedro Sisnando e Pádua Lopes
FOTO: KID JÚNIOR

Em visita ao Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, o chanceler da Universidade de Fortaleza (Unifor), Airton Queiroz, acompanhado do jornalista Pádua Lopes, superintendente do Diário do Nordeste, conheceu as instalações e obras históricas com a intenção de apoiar o trabalho de pesquisa daquela instituição centenária, fundada no dia 4 de março de 1887. "Estamos fazendo uma visita institucional, mostrando nossa disponibilidade em colaborar com a história e memória de Fortaleza. É uma abertura de diálogo", afirma o chanceler.

O grupo foi recebido pelo presidente José Augusto Bezerra, e pelo vice-presidente Pedro Sisnando Leite. Na companhia dos anfitriões, eles conheceram a sede, situada na Rua Barão do Rio Branco, 1594, e foram informados dos atuais projetos, encontros e atividades que acontecem no casarão. Com mais detalhes, o grupo visitou o Memorial Barão de Studart, a biblioteca, o arquivo, a hemeroteca, tendo acesso inclusive aos exemplares da Revista do Instituto que vem sendo editada desde 1887.

Amantes dos livros e das memórias de Fortaleza antiga, os visitantes se debruçaram sobre os fatos históricos, comentaram memórias da família, apontaram casarões antigos que infelizmente não existem mais e só aparecem em cartões-postais. "O trabalho feito no Memorial Barão de Studart é maravilhoso, é um museu exemplar de grande importância histórica para Fortaleza. Todos devem conhecê-lo", comenta o jornalista Pádua Lopes.

Barão de Studart

O Memorial Barão de Studart está aberto para visitação pública às terças e quintas-feiras das 13h às 17h. Visitas de grupos também podem ser agendadas. "Temos um espaço interativo, em que o visitante é convidado a viajar no tempo, conhecer uma cidade que nem viveu", explica o presidente.

Além do Memorial, o próprio casarão já remonta aos tempos da Fortaleza antiga, das sacadas e arquiteturas imponentes e decoradas, dos intelectuais, do movimento da Padaria Espiritual e da agitação literária que dava um ar todo francês à Província.

Enquanto o grupo era guiado pelo passeio, causos eram contados pelos corredores do Instituto. Com saudosismo, todos lembravam dos muitos que passaram pela Instituição. Dos prédios que foram demolidos. Da saudade da Fênix Caixeiral, do Palácio do Plácido.

Presidentes

Paulino Nogueira Borges da Fonseca, Thomás Pompeu de Sousa Brasil Filho, Barão de Studart, Antônio Martins Filho e Geraldo Nobre foram alguns dos presidentes do Instituto. Atualmente, a entidade conta com cerca de 40 sócios, dezenas de amigos e parceiros que dedicam um pouco de tempo à pesquisa histórica, ajudando a preservar o patrimônio cultural do Ceará. Paulo Bonavides, Zélia Sá Viana Camurça, Miguel Angelo de Azevedo e Gisafran Nazareno Mota Jucá são alguns dos sócios filiados.

"Estamos sempre abertos a visitas cordiais e institucionais. Estamos com algumas dificuldades, falta apoio financeiro. Toda ajuda e abraço amigo é bem-vindo para que possamos manter a memória preservada", diz o atual presidente.

Apesar das limitações financeiras, um Projeto de Lei, ainda em apreciação pelas comissões na Assembleia Legislativa, poderá garantir uma ajuda de custo anual oferecida pelo Governo do Estado.

"Queremos que essa matéria seja aprovada para que possamos realizar mais atividades e projetos de pesquisa. Temos um acervo enorme, com muitas fontes para historiadores", comenta José Augusto Bezerra.

Entre os novos projetos está, por exemplo, o de recuperação e catalogação de todo o acervo de Capistrano de Abreu. A ideia é digitalizar os documentos para que possam ser públicos a quem interessar estudar.

Além de intelectuais, professores e historiadores, o casarão tem recebido visita de estudantes de escolas públicas e de turistas de todo o País.

Para curiosidade dos que por lá passam, há exemplares exclusivos de jornais antigos, fotografias, mapas, textos, tudo relíquia que só com a dedicação dos sócios e amigos do Instituto foi possível evitar que o tempo apagasse. Edições antigas do Diário do Nordeste estão guardadas e sendo acessadas.

Há exemplares inéditos dos jornais A República, O Ceará, o Cearense e demais raridades. Não falta o que pesquisar, tudo está devidamente catalogado.

Atualmente, todas as edições da Revista do Instituto do Ceará estão digitalizadas, publicadas no site: http://www.ceara.pro.br/Instituto-site.


FIQUE POR DENTRO

Histórico

O Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) foi fundado em 4 de março de 1887, em Fortaleza, é uma sociedade civil, de caráter científico e cultural, sem fins lucrativos, de duração por tempo indeterminado e reconhecida de utilidade pública pela Lei Municipal nº 5.784, de 13 de dezembro de 1983, pela Lei Estadual nº 100, de 15 de maio de 1935, e pelo Decreto Federal nº 94.264, de 22 de maio de 1987.

Motivados pelo desejo de tornar conhecidas a história e a geografia da província, 11 vultos da sociedade cearense empreenderam árdua tarefa a fim de fazer do Instituto referência nacional para a propagação de pesquisas que legitimasse a formação de sua história. É composto de 40 sócios efetivos, na maioria professores universitários, além de sócios beneméritos, correspondentes e honorários.

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