terça-feira, 14 de junho de 2011

PNE: Educação básica é prioridade para o Ceará

Baixo investimento e má qualidade do ensino são preocupações do MEC para a educação nos próximos dez anos

Em reunião convocada pela presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC), Roseane Medeiros, o deputado Artur Bruno falou sobre as metas do Plano Nacional de Educação
FOTO: MARÍLIA CAMELO
A educação básica, que hoje preocupa em termos de investimentos e qualidade, é a prioridade para o Ceará, no Plano Nacional de Educação 2011-2020. Esse foi um dos pontos discutidos em encontro convocado, ontem, para debater as metas a serem cumpridas até 2020, presentes no PNE. No momento em que os alunos do Ensino Fundamental da rede municipal de Fortaleza estão prestes a perder o semestre por conta da greve de professores, a discussão é pertinente.

O problema, segundo o deputado e vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Artur Bruno, é que o Estado precisa avançar na qualidade do ensino; investir mais na educação; remunerar melhor os professores; fazer um bom processo de avaliação, tanto dos profissionais que atuam na educação, quanto da gestão; e aproximar os pais das escolas. Para o deputado, sem a base (ensino básico) não há nem mesmo o acesso ao ensino superior. Em termos gerais, as grandes preocupações do Ministério da Educação (MEC) são as desigualdades educacionais, a valorização do magistério e a participação da sociedade para a garantia do direito à educação.

A reunião foi convocada pela presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC), Roseane Oliveira de Medeiros, com o intuito de discutir a contribuição do empresariado para a educação.

Conforme Roseane Oliveira de Medeiros, o caminho para os desenvolvimentos sustentável e econômico passa pela educação. "A má qualidade do ensino é explicação para a desigualdade social que presenciamos no Brasil". O Ceará é um dos estados de maior vulnerabilidade social. Os danos provenientes da falta de qualidade do ensino são a evasão escolar e a falta de alimentação das crianças.

Taxa de abandono
Conforme dados do Censo Escolar 2010, a taxa de abandono no Ensino Médio é de 12%. De acordo com a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), houve uma redução, já que em 2005 essa taxa era de 20%. Em Fortaleza, esse percentual, em 2009, foi de 7,7%, do 1º ao 9º ano.

Para o vice-reitor de graduação da Universidade de Fortaleza (Unifor), Henrique Luis do Carmo e Sá, o acesso à educação, a baixa qualidade do ensino e a falta de integração das instâncias federativas na gestão da educação são problemas graves da área. "A desagregação piora o acesso e a qualidade".

Enquanto isso, tramita na Câmara dos Deputados, o projeto de lei 8.050/2010, que trata do PNE e que deve ser votado até o fim de 2011. A matéria requer urgência. Isso porque o Plano é decenal e este já é o primeiro ano dos dez.

LINA MOSCOSO
REPÓRTER

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