quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Educação-Falta investir na qualidade

No Estado, apenas 48% dos alunos estão na idade certa no Ensino Médio, mas o foco é na melhoria da educação

O acesso à escola foi garantido com a universalização do ensino, que começou nos anos 80, mas isso aconteceu sem que houvesse o suficiente incremento de recursos para certificar a qualidade do ensino público. A afirmação é da secretária de Educação do Estado do Ceará (Seduc), Izolda Cela. Segundo ela, as portas das unidades escolares se abriram para as pessoas com baixas condições socioeconômicas que necessitam de um esquema forte de ensino. "No entanto, os sistemas não responderam com a força ao que os alunos precisavam, daí a baixa na educação que aconteceu quando dessa universalização", pontua.

A secretária argumenta que o pior é estar fora da escola, mas destaca que a qualidade do ensino no Estado é um desafio a ser enfrentado e é o foco atual das políticas públicas. "No Ceará, temos como agenda prioritária a melhoria do Ensino Fundamental", revela.

Izolda Cela lembra que o Estado tem investido em programas com enfoque na qualidade do ensino, como Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic). Contudo, os problemas são grandes. No Estado, apenas 48% dos alunos estão na idade certa no Ensino Médio. "Isso mostra o tamanho do desafio. O desempenho cai muito quando o estudante está fora da faixa", analisa.

Sobre as médias das escolas cearenses no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010, a titular da Seduc explica que, em um exame como este, é preciso levar em consideração o percentual de participação das unidades em cada grupo, "elemento de muito peso", segundo ela.

"Das 100 piores escolas, 16 são do Ceará, mas a participação do Estado no grupo 1 (com mais de 75%) foi de 13,3%. Além disso, das 229 escolas deste grupo, 70 são públicas. Há coisas para serem vistas e relativizadas", critica.

Para ela, o Estado teve aumento significativo na participação das escolas públicas, entre 2009 e 2010. O percentual de participação foi de 57,4%, enquanto que o do Brasil foi de 49%. "É preciso levar esse aumento em consideração porque foi à base de muito esforço. Isso é um melhoria". As escolas que tiveram boas pontuações apresentaram também um nível bom de participação.

Porém, a secretária reconhece que as médias foram aquém do desejável, mas ressalta que a Educação no Ceará está numa rota ascendente.

Índice
58% FOI o percentual de participação do Ceará nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010, enquanto a do Brasil foi de 49%

LINA MOSCOSO 
REPÓRTER

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