segunda-feira, 25 de junho de 2012

Igreja de Almofala: uma história de resistência

Em nova edição da coluna “Essa é Minha Praia”, o Praia Ceará traz hoje mais uma dica do jornalista Ciro Câmara sobre a igreja histórica que fica na Praia de Almofala, no município de Itarema. Um patrimônio do Ceará situado no Litoral Oeste que merece ser conhecido e reconhecido por cearenses e turistas. Passeio imperdível para quem gosta de história e cultura.

A primeira sensação é de arrebatamento. Você custa a acreditar que algo tão antigo, tão representativo para a história do Ceará possa ter sobrevivido e, o mais espantoso, seguir em tão bom estado de conservação a quase 200 km da Capital. Sobretudo quando se tem a ciência de como a preservação da memória local perdeu espaço em meio a tanto “progresso”.

A igrejinha de Almofala, no município de Itarema, é história pura. Uma história de resistência. É um verdadeiro tapa na cara de quem analisa nossa passagem terrena como algo efêmera, que não cuida em preservar um legado para as gerações futuras.

Pequenininha, de singeleza única e estilo barroco, foi construída por jesuítas e dedicada a Nossa Senhora da Conceição há exatos 300 anos, para a evangelização dos índios Tremembés, que até hoje seguem na região. Apresenta muitos detalhes ainda da edificação original, como as imensas pedras que compõem o altar e as imagens dos santos, todos artefatos que chegaram via navio diretamente de Portugal ou da Bahia, ainda antes de Fortaleza ser considerada vila, por exemplo.

A história da igreja ficou, literalmente, enterrada por anos. Com a constante movimentação do vento, a localidade de Almofala acabou soterrada por grandes dunas, em 1897. A igreja ficou pelo caminho, assim como as casinhas da região. Sobreviveram apenas na memória dos habitantes que precisaram migrar do local e acabaram, com o tempo, tornando-se lendas.

Lenda que voltou a ser real na década de 1940, quando os ventos sopraram para outros lados e a igrejinha e sua cercania voltaram à vida. Hoje, a edificação é tombada pelo Iphan mas segue necessitando de cuidados. Poderia servir de ponto turístico para os muitos visitantes que rondam a região ou se dirigem a Jericoacoara – um desvio de poucos quilômetros. Fica a dica.

Déborah Vanessa

Fonte: Praia do Ceará

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